Caso Fifa: Warner recebeu US$ 1,2 mi de dirigente do Catar
Segundo jornal, ex-vice da Fifa recebeu propina em troca de votos para escolha das sedes das Copas de 2010 e 2022
O ex-vice presidente da Fifa Jack Warner recebeu 1,2 milhão de dólares (3,72 milhões de reais) de Mohammed Bin Hammam, ex-presidente da Confederação Asiática e milionário empresário do Catar, meses depois da escolha do emirado como sede da Copa do Mundo de 2022. Segundo o jornal Trinidad Express desta terça-feira, documentos oficiais demonstram que Warner recebeu a quantia em transferência eletrônica, como pagamento de suborno por ter organizado um encontro para compra de votos para a eleição presidencial da Fifa em 2011.
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Bin Hammam tranferiu a quantia a uma conta privada de Warner em um banco de Trinidad, em 14 de julho de 2011, informou o jornal. Meses antes, a Khalid Electrical and Mechanical Est., uma das empresas do milionário árabe, falhou ao tentar realizar três transferências, que somadas chegavam a 1,2 milhão de dólares, para contas dos filhos de Warner, Daryan e Daryll, e de seu assistente pessoal.
Segundo o Trinidad Express, Warner recebeu a quantia por ter organizado um encontro entre Bin Hammam e a União Caribenha de Futebol, em Porto de Espanha, em maio de 2011, para negociar a compra de votos para a eleição presidencial da Fifa daquele ano – Bin Hammam era o único opositor do suíço Joseph Blatter. No entanto, a Comissão de Ética da Fifa tomou conhecimento do encontro e suspendeu Warner e Bin Hammam do quadro da entidade, o que impossibilitou o milionário de concorrer à eleição. Meses antes, porém, em dezembro de 2010, o Catar foi escolhido como sede da Copa de 2022, e, segundo investigações do FBI, Warner teria recebido propina para votar no país asiático.
De todas as 14 pessoas indiciadas pela Justiça americana por casos de corrupção, quem mais responde a acusações é Warner. Segundo jornais de diversos países, ele teria recebido propina em troca de votos para a escolha das sedes das Copas de 2010 e 2022. Nesta terça, a emissora britânica BBC informou ainda que Warner desviou 750.000 dólares (2,3 milhões de reais) de doações feitas pela Fifa às vítimas do trágico terremoto no Haiti, em 2010, quando o dirigente presidia a Concacaf.
Warner, de 72 anos, vive em Trinidad e Tobago e nega todas as acusações, enquanto aguarda uma possível extradição para os Estados Unidos. Na semana passada, ele disse temer por sua vida, mas afirmou que faria graves denúncias contra dirigentes da Fifa.
(Com agência EFE)