Caso Fifa: Suíça bloqueia mais de R$ 200 milhões a pedido dos EUA
Contas suspeitas em bancos suíços foram congeladas pela Justiça do país
A Suíça bloqueou ao menos 50 milhões de francos suíços (cerca de 199 milhões de dólares) em várias contas bancárias de dirigentes ligados à Fifa, a pedido dos Estados Unidos, como parte da investigação no escândalo de corrupção na entidade, informou o diário Tages Anzeiger de Zurique nesta quinta-feira. O Ministério da Justiça da Suíça confirmou que houve um congelamento de contas, mas sem especificar o valor. Os nomes dos correntistas não foram divulgados, mas a Justiça indica que mais de 110 movimentações financeiras estão sob suspeita.
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“As autoridades norte-americanas pediram documentos relacionados com 50 contas em diferentes bancos, através das quais se supões que houve trânsito de dinheiro corrupto”, disse o porta-voz do ministério Folco Galli, em nota. Segundo o jornal Tages Anzeiger, Justiça americana solicitou informações sobre 50 contas abertas em dez banco suíços, incluindo UBS, Crédit Suisse, Pictet, BSI e Julius Baer.
Ainda de acordo com o jornal suíço, o total bloqueado está avaliado entre 50 e 100 milhões de francos suíços. “A praça financeira suíça cumpre um papel importante neste caso de corrupção”, destaca o Tages Anzeiger. Vários dirigentes têm ou tiveram contas bancárias na Suíça, incluindo o paraguaio Nicolás Leoz, ex-presidente da Conmebol, a Confederação Sul-Americana de Futebol.
Leoz teria mais de 12 contas em bancos suíço, segundo os documentos transmitidos pela justiça americana à Suíça, como parte da assistência jurídica recíproca. No indiciamento da Justiça americana, em 3 de dezembro, o nome do Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, aparece ao ser citada uma propina da Nike e que seria compartilhada entre o dirigente e o empresário J. Hawilla, da Traffic. Cerca de 40 milhões de dólares teriam sido transferidos para uma conta na Suíça e divididos entre os dois. Várias empresas de marketing esportivo envolvidas no escândalo também são suspeitas de operar financeiramente a partir de Zurique.
(com AFP e Estadão Conteúdo)