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Casemiro: ‘Se fosse para dar uma voadora no Modric, eu daria’

Em entrevista exclusiva a PLACAR, líder da seleção relembrou eliminação para a Croácia no Catar, a derrota mais dolorosa de sua carreira

Casemiro passou a virada do último ano sem nem sequer olhar o noticiário esportivo. Treinava e jogava pelo Manchester United, mas fora do trabalho não queria saber de futebol. O motivo: ainda remoía os acontecimentos do dia 9 de dezembro de 2022, no Estádio da Educação, em Doha. A eliminação para a Croácia nas quartas de final da Copa do Catar foi um baque para todos do elenco da seleção brasileira, especialmente para um dos líderes do grupo.

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“Machucou bastante, mais do que a anterior”, admite Casemiro, em sua casa em Manchester, onde recebeu a reportagem para uma entrevista exclusiva que estampa a capa da edição de julho de PLACAR, que chega às bancas no próximo dia 14. “Vou ser bem sincero, foram as duas derrotas em que eu chorei na minha vida, contra Bélgica e Croácia. Odeio chorar, até pelo meu estilo de xerifão, no hotel eu tentei manter a postura como meus filhos, mas no quarto eu chorei como uma criança”, admite o camisa 5 do Brasil.

“Doeu mais [que contra a Bélgica em 2018], não por ser contra a Croácia, porque quando se chega em quartas, semi ou final, é sempre no detalhe, uma bola que entra, a bola que desvia, o vento. Mas eu diria que estávamos mais preparados desta vez, e infelizmente não conseguimos.”

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Casemiro rejeitou a hipótese de ter havido em relaxamento, mesmo que inconsciente, depois da goleada sobre a Coreia do Sul nas oitavas. “Não, não. Nós, os mais velhos, sempre deixamos claro como é a Copa do Mundo. Existe o lado bom e lado ruim: são apenas sete jogos, é até um pouco injusto pela grandeza do campeonato ganhar com apenas sete jogos de quatro em quatro anos. Uma Champions League, teoricamente, é ate mais fácil, se a bola não entrar num dia, tem o jogo de volta.”

Casemiro admite ter revisto diversas vezes o lance do gol de empate, de Bruno Petkovic, a quatro minutos do fim da prorrogação e evita apontar culpados. “Tentando explicar o lance: a bola entra no Pedro, ele tenta achar o Fred, ele meio que ganha a bola, ela vai para frente, vem alta, ela sobra. Aí eu toco na bola, sou eu que ganho a bola, ela sobra pra eles”, diz. “Eu não diria que foi erro de alguém, são coisas que infelizmente não estão ao nosso alcance. Depois o cara chuta, a bola bate no Marquinhos, o Alisson meio que escorrega no lance. Era para ser”, lamenta.

Casemiro e Modric no lance que culminou no gol croata - Ricardo Correia/PLACAR
Casemiro e Modric no lance que culminou no gol croata – Ricardo Correia/PLACAR

“O plano não era recuar, como que vai recuar num lance lá no escanteio deles? Agora é bonito falar, vamos voltar todo mundo. Aconteceu. O Brasil teve chances para matar o jogo, aconteceu uma série de coisas”, prossegue.

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O camisa 5 do Brasil estava pendurado, ou seja, caso levasse um cartão amarelo não participaria de uma eventual semifinal contra Argentina ou Holanda, que jogavam na sequência. Ele garante, no entanto, que não levou este fator em conta no lance contra seu eterno parceiro de Real Madrid, Luka Modric. “Não, nem pensei, esse não é meu estilo. Se fosse para dar uma voadora no Luka Modric, eu daria, mas eu toquei, eu roubei a bola…aconteceu, infelizmente. Era para ser assim. Claro que dói. Eu estava no campo, sou brasileiro, quero entrar na história. Dói para a torcida, para os 200 milhões de torcedores, mas dói mais ainda em mim, eu que estava lá dentro. Eu não faria nada diferente, aconteceu. Fazer o que?”

Questionado sobre para quem torceu na final entre França e Argentina, Casemiro foi direto: “Nem assisti. Depois que perdemos, sendo bem honesto, acho que fiquei um mês sem ver futebol, sem ligar a televisão. Machucou bastante. Eu evitava de falar de futebol, era até difícil porque eu tinha que jogar, mas não falava de Copa do Mundo.” Ele revela, porém, ter se alegrado por um colega de clube.

“Um dos meus melhores amigos, que é o Licha (Lisandro Martínez), foi campeão, dei parabéns, com maior respeito e educação, se tem alguém que merece dos meus amigos era o Lisandro.” Mas não deixou brechas para provocações. “Não, ainda mais comigo, ele sabe que comigo não tem essa de tirar onda, não. Mas dei parabéns a ele, é um moleque que merece muito.”

Casemiro e Lisandro: parabéns, mas sem piadinhas –  “James Gill – Danehouse/Getty Images)

Nos próximos dias, PLACAR divulgará outros trechos da entrevista com Casemiro, tanto no site quanto na PLACAR TV, sobre seleção brasileira, parceria com Toni Kroos e Luka Modric, embates contra Lionel Messi, e muito mais. A íntegra da entrevista e a edição de junho, que traz um especial da Premier League e o guia da Copa do Mundo feminina, saem no dia 14 de julho.

Capa da PLACAR de julho, com Casemiro e guia da Copa feminina
Capa da PLACAR de julho, com Casemiro e guia da Copa feminina
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