Cartunista australiano é criticado por charge de Serena Williams
Desenho foi considerado racista e sexista
O cartunista australiano Mark Knight recebeu várias críticas por uma charge da tenista Serena Williams. Ele foi acusado de racismo e sexismo. Na charge, publicada na segunda-feira pelo jornal Herald Sun, vê-se Williams com lábios muito volumosos e um aspecto masculinizado, pulando sobre sua raquete, em meio a um rompante em sua derrota na final do Aberto dos Estados Unidos no sábado.
Serena Williams foi derrotada na final pela japonesa Naomi Osaka e perdeu a chance de conquistar seu 24° título de Grand Slam. “Não pode, simplesmente, deixá-la ganhar?”, pergunta o árbitro a Osaka no desenho de Knight. O ataque de ira de Serena Williams contra o árbitro de cadeira na final do torneio americano deu a volta ao mundo. A tenista foi punida com uma multa de 17.000 dólares (69.700 reais). Ela denunciou o sexismo e os dois pesos e duas medidas no tratamento de homens e mulheres no tênis.
Conhecido por suas charges polêmicas, o cartunista Mark Knight foi amplamente criticado. “Parabéns por ter reduzido uma das maiores esportistas vivas a traços racistas e sexistas e por ter transformado outra grande esportista em um acessório sem rosto”, disse a escritora JK Rowling, autora da saga Harry Potter.
Knight respondeu que também fez uma charge pouco amável de um tenista australiano, Nick Kyrgios, “que se comportou mal”. “Não misturei gênero em nada disso, é uma questão de comportamento”, alegou Knight. Michael Miller, CEO da News Corp Australasia, editora do Herald Sun, defendeu o cartunista. “As críticas contra a charge mostram que o mundo se tornou demasiado politicamente correto e não compreende o papel das charges da imprensa e da sátira”, afirmou. “É preciso denunciar os maus comportamentos, qualquer que seja o esporte”, completou.
O jornal The Washington Post considerou que o desenho é “racista”. “Knight desenha traços do rosto que refletem as charges desumanizantes tipo ‘Jim Crow’ (as leis que estabeleciam a segregação nos Estados Unidos), tão frequentes nos séculos XIX e XX”, afirmou o comentarista Michael Cavna.