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‘Capitão Problema’: relembre 19 confusões da carreira de Neymar

Só em 2019, craque detonou VAR e até agrediu torcedor em Paris. Desentendimentos do tipo foram constantes ao longo da última década

Neymar mais uma vez foi destaque por questões que extrapolam o gramado. O craque do Paris Saint-Germain, na verdade, teve bela atuação na partida contra o Rennes, mas ganhou as manchetes ao agredir um torcedor que o ofendia, depois da derrota nos pênaltis, na final da Copa da França. “Errei, mas ninguém tem sangue de barata”, justificou o capitão da seleção brasileira. A confusão não foi um caso isolado nos 10 anos de carreira do craque, que é tratado como estrela desde a adolescência no Santos.

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Por seu mau comportamento dentro e fora de campo, Neymar já foi chamado pelos críticos de “mimado” e até “monstro” e acumula desentendimentos com treinadores, companheiros, jornalistas e torcedores. Relembre algumas das confusões:

Episódio Dorival Junior/Renê Simões

A primeira grande confusão da carreira de Neymar aconteceu em 2010, durante partida contra o Atlético-GO. Na ocasião, uma cobrança de pênalti negada a Neymar causou a demissão do técnico Dorival Júnior. Aos 18 anos, Neymar já era o craque do Santos e se enfureceu ao ver o treinador ordenando que Marcel cobrasse o pênalti – Neymar havia desperdiçado três das últimas seis penalidades. O jovem craque, então, ofendeu Dorival de forma escancarada. Também xingou o capitão Edu Dracena, que o repreendera por uma firula, e atirou uma garrafa plástica em um auxiliar no vestiário. Dorival, então, decidiu afastar o atleta de um clássico contra o Corinthians. A diretoria não concordou, Dorival insistiu e foi demitido por “insubordinação.” Em várias oportunidades, Neymar tratou o episódio como o maior arrependimento de sua carreira. Na ocasião, o técnico do Atlético-GO, Renê Simões destacou a falta de educação do craque e disse que “estamos criando um monstro”.

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Suspensão na Copa América 2015

O momento de maior destempero de Neymar pela seleção brasileira ocorreu na competição no Chile. O craque, que ostentava a faixa de capitão, jogou mal, abusou das jogadas individuais, discutiu com o árbitro chileno Enrique Osses o jogo todo e ainda foi expulso e suspenso por quatro partidas por ter se desentendido com os colombianos após a partida. O Brasil foi eliminado pelo Paraguai no jogo seguinte e Neymar disse ser perseguido pelos árbitros. “Para mim, as regras são sempre diferentes. Eles usam tudo contra mim.” Relembre esta confusão

Copa América: Brasil x Colômbia - 17/06/2015
Foto: Ivan Alvarado/Reuters

‘Textão’ após eliminação na Copa América 2016

Neymar nem foi convocado para a Copa América seguinte (foi poupado para a Olimpíada), mas voltou a causar confusão ao desabafar nas redes sociais, enquanto curtia folga nos Estados Unidos com seus “parças”. Após a eliminação do Brasil pelo Peru, tentou apoiar os colegas: “Agora vai aparecer um monte de babaca pra falar m…, f…-se. Faz parte, futebol é isso. Sou brasileiro e estou fechado com vocês”, escreveu Neymar. Dias depois, pediu desculpas: “Admito sim, eu me excedi”

Silêncio na Rio-2016

Meses depois, Neymar foi o herói do inédito ouro olímpico, mas reagiu mal às críticas iniciais. Após empate em 0 a 0 com o Iraque, na primeira fase, o capitão do time declarou “guerra à imprensa” e se negou a dar entrevistas. Foi duramente criticado até pelo narrador Galvão Bueno (o que deixou Ronaldo, comentarista da Globo e dono de uma das agências que cuidava da imagem de Neymar, em saia-justa). “As milhões de pessoas que estão em casa têm direito, sim, de ouvir. O seu ídolo, o seu jogador, aquele que joga com a camisa da seleção brasileira. É feio, muito feio, não é profissional, não é ético e não é correto, sair de campo e se negar a falar”, disse Galvão. Desde então, a relação entre Neymar e a emissora passou a ser conflituosa.

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O jogador Neymar comemora gol durante partida entre Brasil e Colômbia, válida pelas quartas-de-final do futebol masculino, realizada na Arena Corinthians, em Itaquera, zona leste de São Paulo (SP) - 13/08/2016
Foto: Daniel Kfouri/VEJA.com

Campeão olímpico, quis briga com torcedor

A briga em Paris não foi inédita na carreira do camisa 10. No Rio, Neymar quis confusão até de medalha de ouro no peito. O jogador, que já havia desabafado aos jornalistas – “Vocês vão ter que me engolir” –, foi até a arquibancada do Maracanã xingar torcedores que teriam exigido mais “raça” durante o jogo.

Chamou torcedor do City para a briga

Também pelo Barcelona, em fevereiro de 2015, o jogador estava no banco de reservas em vitória do clube espanhol contra o Manchester City, pela Liga dos Campeões. O brasileiro foi substituído e no último lance do jogo Lionel Messi perdeu um pênalti. Um torcedor do City, comemorando o fato, provocou Neymar, o chamando de “cai-cai”. Ainda no banco, o brasileiro chamou o torcedor para a briga.

Discussão com Rafinha no Barcelona

Nem mesmo os melhores amigos escapam da fúria de Neymar. Em setembro de 2016, em vitória de 5 a 1 sobre o Leganés, o atacante se revoltou com o compatriota Rafinha, que o puxava para completar a barreira do time em uma cobrança de falta perigosa do rival. Neymar não gostou e deu um tapa na mão do companheiro e pediu para que o soltasse. No lance, Neymar havia recebido cartão amarelo do árbitro e não gostou.

Problemas com Luis Enrique

Em mais de uma ocasião, Neymar não aceitou a decisão do então técnico do Barcelona, Luis Enrique, de substituí-lo e saiu de campo ironizando o treinador e reclamando bastante no banco de reservas. Campeão da Liga dos Campeões da Europa com o Barcelona em 2015, Luis Enrique anunciou sua saída do clube catalão em março do ano passado.

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Aniversário da irmã

Ainda no Barcelona, Neymar foi suspenso por excesso de cartões em duas ocasiões próximas ao aniversário de sua irmã, Rafaella Santos, e liberado pela equipe para viajar ao Brasil e prestigiar o evento. A coincidência levantou suspeitas sobre um acordo com o clube. Sérgio Ramos, zagueiro do Real Madrid, brincou sobre o fato em entrevista à Cadena Ser, recentemente, dizendo que para o brasileiro reforçar o clube teria de abrir mão dos aniversários de Rafaella.

Rafaella, irmã de Neymar durante a festa junina
Foto: VEJA.com/Instagram

Sempre com os ‘Toiss’

“Los Toiss”, como são conhecidos os inseparáveis amigos de Neymar na Espanha, acompanham o jogador onde quer que vá, algo que gerou contestações do Conselho do Barcelona, que não entendeu a presença dos jovens no voo do time catalão para Nova York, nos Estados Unidos, onde o Barça realizou a pré-temporada, em 2017. Na Copa do Mundo da Rússia, a presença da trupe, e também dos cabeleireiros exclusivos do craque na concentração da seleção, causaram polêmica.

"Los Toiss", como são chamados os amigos de Neymar, foram à apresentação do atacante
Foto: Reprodução/Instagram

Briga em treino

Nos últimos dias como jogador do Barcelona, durante a pré-temporada em Nova York, nos Estados Unidos, Neymar se irritou com seu companheiro de time, Nelson Semedo, após uma disputa de bola durante um treino e abandonou o campo. Dias depois, a venda do brasileiro para o PSG foi oficializada.

Neymar briga com Nélson Semedo em treino do Barcelona
Jogadores do Barcelona tentam conter fúria de Neymar Daily Mail/Reprodução

Media training

Neymar não costuma se manifestar nos momentos em que mais deveria. Seu silêncio incomodou especialmente os colegas de Barcelona, nas semanas em que o brasileiro finalizava sua ida para o PSG. Enquanto Iniesta, Suárez e companhia respondiam a dezenas de perguntas sobre o assunto, Neymar fazia piadas e tentava despistar jornalistas nas redes sociais.  “Gostaria que a situação fosse distinta, que não se falasse tanto e exclusivamente dele… mas há uma mão única, que no caso é Ney, e é uma decisão pessoal dele se pronunciar ou não”, disse Iniesta, figura de personalidade totalmente oposta – mesmo quando era jovem, já demonstrava muita maturidade –, ainda durante a excursão pelos Estados Unidos.

Neymar e o amigo Gil Cebola, em foto postada no Instagram
Foto: Instagram/Reprodução

Cavani: colega ou rival?

Sete anos após a polêmica com Dorival, uma penalidade negada a Neymar voltou a causar discórdia. Em um de seus primeiros jogos pelo Paris Saint Germain, o brasileiro discutiu com o atacante Edinson Cavani para decidir quem cobraria um pênalti. O uruguaio foi o cobrador oficial do PSG nas últimas  temporadas, mas, depois da discussão, perdeu a “queda de braço” para o jogador mais caro da história.

Neymar e Cavani
Foto: CHRISTOPHE SIMON/AFP

Vaiado pela própria torcida

Após fazer quatro gols, Neymar saiu de campo vaiado pela própria torcida por não ter deixado o atacante Edinson Cavani cobrar pênalti que renderia ao uruguaio o posto de maior artilheiro da história do Paris Saint Germain, ultrapassando o sueco Zlatan Ibrahimovic. Neymar, então, se negou a cumprimentar a torcida junto aos companheiros e saiu de campo irritado.

Neymar durante vitória do PSG sobre o Dijon
Foto: Aurelien Meunier/Getty Images

As ‘quedas’ na Copa do Mundo

O fracasso no Mundial da Rússia colocou a popularidade de Neymar, com o perdão do trocadilho, no chão. O camisa 10 chegou ao torneio ainda se recuperando de lesão e teve atuação regular (dois gols e uma assistência em cinco jogos). Mas foi seu comportamento que gerou as maiores críticas. Suas quedas cinematográficas – diversas vezes causadas pela truculência dos rivais, é verdade – e seus cortes de cabelo (foram vários em poucas semanas na Rússia) motivaram memes que rodaram o mundo. Depois da eliminação para a Bélgica, o camisa 10 foi um dos poucos a não conceder entrevista, apesar de ser a grande referência do time. No dia seguinte, o coordenador da CBF, Edu Gaspar, defendeu o jogador das críticas e disse que “não é fácil ser Neymar”.

Neymar durante partida entre Brasil e México Dylan Martinez/Reuters

‘Mea-culpa’ publicitário

Depois de três semanas de silêncio e uma enxurrada de críticas, Neymar e seu staff recorreram a um duvidoso plano de gerenciamento de crise: o decapitalizar com seu ‘mea-culpa’. Em peça publicitária da Gilette, um de seus diversos patrocinadores, Neymar admitiu que exagerou nas demonstrações de dor diante das faltas sofridas no Mundial. E, num misto de desabafo e autocrítica, disse ter, aos 26 anos, atitudes de “menino”. “Trava de chuteira na panturrilha, joelhada na coluna, pisão no pé. Você pode achar que eu exagero, e às vezes eu exagero mesmo. Mas a real é que eu sofro dentro de campo. Agora, na boa, você não imagina o que eu passo fora dele”, disse. Em outro trecho, negou ser um “moleque mimado” justamente definindo o que é uma pessoa mimada. “Quando eu pareço malcriado, não é porque eu sou um moleque mimado, mas é porque eu ainda não aprendi a me frustrar. Dentro de mim ainda existe um menino”. 

Na folia, lesionado

Ainda em reta final de recuperação da lesão no metatarso, Neymar recebeu autorização do PSG para seguir tratamento no Brasil justamente durante o Carnaval. Solteiro, o atleta foi visto descendo até o chão em Salvador e bem próximo da cantora Anitta na Sapucaí. Justamente durante aquela semana, o pai e agente do jogador, Neymar da Silva Santos, concedeu entrevista no SporTV, na qual “lavou roupa suja” com o comentarista Walter Casagrande, que havia chamado o craque de “mimado”. Já o próprio jogador, em entrevista à Globo, disse que “Se quiser ir para a balada, eu vou.”

Neymar Jr. e Anitta Instagram/Reprodução

Revolta contra o VAR

Lesionado no quinto metatarso, Neymar acompanhou das arquibancadas a eliminação do PSG na Liga dos Campeões, em derrota de 3 a 1 para o Manchester United, em Paris, em 6 de março. O lance decisivo da partida aconteceu em pênalti marcado pelo árbitro de vídeo (VAR) no último lance da partida, o que indignou o brasileiro. O PSG perdia por 2 a 1, mas garantia a classificação, quando o zagueiro francês Kimpembé colocou a braço na bola. Em suas redes sociais, Neymar postou imagens do lance. “Isso é uma vergonha! Ainda colocam quatro caras que não entendem de futebol para ficar olhando lance em câmera lenta. Isso não existe. Como o cara vai colocar a mão de costas? Vai para a PQP!”, desabafou o brasileiro. Por sua atitude, a Uefa abriu processo disciplinar e suspendeu o brasileiro em três partidas da Liga dos Campeões, que o jogador terá que cumprir no próximo ano.

Neymar após a eliminação do PSG da Liga dos Campeões da Europa //Reprodução

Agressão na arquibancada

Na final da Copa da França no Stade de France, em Saint-Denis, Neymar estava em campo e marcou um gol e deu uma assistência, mas o PSG sofreu empate do Rennes. Com a partida empatada por 2 a 2, a decisão foi para os pênaltis e o Rennes conquistou sua terceira Copa da França. Irritado com a derrota, Neymar se envolveu em uma briga com torcedor do Rennes, que provocava os jogadores do PSG que iam receber as medalhas de prata após derrota. O capitão da seleção brasileira parou diante de um homem que gravava um vídeo pelo celular e começou a discutir com ele. O brasileiro, então, atingiu o torcedor com um soco no rosto antes de se afastar.

Antes de deixar o estádio, Neymar ainda disparou críticas a seus colegas de elenco. Sem citar nomes, o brasileiro reclamou principalmente dos mais jovens. “Tem que ser mais homem dentro do vestiário, mais unido, todo mundo correr. O que eu vejo ali, tem muito jovem que é um pouco, não digo perdido, mas falta mais ouvidos do que a própria boca”, disse, dando a entender que não há respeito ou hierarquia no elenco. “Algum cara experiente fala e eles retrucam, o próprio treinador fala e eles retrucam. Isso não é um time que vai longe, que vai ter sorte no final. A gente sempre acaba pecando nisso”, continuou.

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