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Cancelar Olimpíada segue sendo uma opção, diz líder político japonês

Declarações de Toshihiro Nikai, secretário-geral do Partido Liberal Democrata, contrariam os últimos posicionamentos do COI

A menos de 100 dias para a data estabelecida para abrir os Jogos de Tóquio, 23 de julho, o clima de incerteza ainda paira no ar. Contrariando os recentes posicionamentos do Comitê Olímpico Internacional (COI) e até do governo japonês, Toshihiro Nikai, secretário-geral do Partido Liberal Democrata, afirmou que o cancelamento do evento não pode ser descartado, em meio à pandemia de Covid-19 no Japão.

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“Temos que fazer um julgamento em cada etapa. Se em algum momento acharmos que é impossível [realizar a Olimpíada], devemos tomar uma decisão grande, definitivamente” afirmou Nikai, em trecho de uma entrevista ao programa Frontline, da rede TBS, que ainda não foi inteiramente divulgada, mas já causou enorme repercussão no país asiático.

“Se as Olimpíadas espalham infecções, então para que servem as Olimpíadas?”, questionou Nikai, líder do partido que foi fundamental na eleição de Yoshihide Suga como primeiro-ministro no ano passado.

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A opinião pública no Japão segue firmemente contrária à realização dos Jogos neste momento. A mais recente pesquisa apontou que 39,2% são a favor do cancelamento, enquanto 32,8% defendem novo adiamento (medida que o COI já avisou ser absolutamente inviável). Outros líderes políticos locais se posicionaram na mesma direção. Akira Koike, parlamentar do Partido Comunista Japonês, disse que realizar os Jogos já era “impossível”, acrescentando que a decisão sobre o cancelamento deve ser tomada rapidamente.

Também nesta quarta-feira, um alto funcionário do governo, que preferiu manter seu nome em sigilo, garantiu ao jornal local Nikkei ser  “impossível cancelar as Olimpíadas” a esta altura. Um dia antes, em comemoração à marca de 100 dias para o evento, a organização reforçou que o os Jogos de Tóquio serão “seguros e protegidos” para os cerca de 14.500 atletas olímpicos e paraolímpicos e dezenas de milhares de jornalistas, patrocinadores, membros da delegação e, eventualmente, torcedores japoneses.

“Vamos realizar os Jogos de uma forma que seja viável. Isso pode ser sem espectadores”, afirmou Taro Kono, o ministro responsável pela campanha de vacinação no Japão, de acordo com a agência de notícias Kyodo. Já está definido, porém, que nenhum espectador estrangeiro poderá comparecer às arenas e ginásios.

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Apesar de estar distante dos países com mais casos registrados e de mortes (521.770 e 9.505, respectivamente, segundo dados da Universidade Johns Hopkins), o Japão não vem conseguindo conter o vírus e enfrenta neste momento uma quarta onda de contaminações, o que levou as autoridades a impor novas restrições. Nesta quarta, foram registrados 4.000 novos casos, o que não ocorria desde janeiro. Para piorar, o ritmo de vacinação ainda é lento: apenas 1,1% dos 126 milhões de habitantes receberam ao menos uma dose.

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