Primeira participação do brasileiro em Pipeline foi vista por mais de 200.000 pessoas na internet. Nesta segunda, ele pode conquistar título inédito
Independentemente de conquistar ou não o título inédito para o Brasil, o surfista Gabriel Medina já pode ser considerado um fenômeno esportivo e midiático. A bateria do brasileiro na primeira fase da última etapa do Mundial de Surfe, na última sexta-feira, no Havaí, bateu recorde de audiência nas transmissões online da ASP (Associação dos Surfistas Profissionais), com estimativa de 200.000 pessoas conectadas ao mesmo tempo. Na ocasião, Medina superou o australiano Dion Atkinson e o havaiano Reef McIntosh e se classificou para a terceira fase, que deve ocorrer nesta segunda-feira, a partir das 18h30 (de Brasília), caso as condições climáticas em Pipeline sejam favoráveis. Líder do ranking mundial, o surfista paulista pode se tornar o primeiro brasileiro campeão mundial de surfe nesta noite.
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O que Medina precisa para ser campeão no Havaí:
* Se o brasileiro perder na segunda (25º) ou na terceira fase (13º) em Pipeline, precisa torcer para Slater não vencer a etapa, e Fanning não chegar às semifinais. Neste caso, se Fanning cair nas quartas, eles empatarão em pontos e farão uma bateria homem a homem para decidir o título.
* Se perder na quinta fase (9º), Medina tem que torcer para Mick não chegar à final e para Slater não vencer a etapa.
* Se perder nas quartas (5º) ou nas semis (3º), tem que torcer para Mick não vencer a etapa. Neste caso, Kelly Slater não poderia alcançá-lo.
*Se chegar à final, conquista o título, independentemente de qualquer outro resultado dos concorrentes.
Para se ter uma ideia da importância que o Brasil ganhou no cenário internacional do surfe com os resultados de Medina, as transmissões das etapas são feitas em inglês e em português. “Nossa língua é a única, fora o inglês, que está em todo o Circuito Mundial. Acho que isso é um reconhecimento pela evolução do esporte no Brasil e pela relevância dos nossos atletas”, explica Zé Paulo Ferreira, comentarista de surfe nas transmissões da ASP.
Além da audiência nas transmissões, o surfista brasileiro de 20 anos vem recebendo enorme apoio nas redes sociais. Diversas celebridades, como o ex-tenista Gustavo Kuerten, e uma multidão de fãs popularizaram a hashtag #VaiMedina na web. A praia de Pipeline já foi invadida por brasileiros nos últimos dias e a festa para o inédito título mundial está pronta. “Estamos felizes com tudo isso, mas não podemos nos empolgar. Ninguém ganha de véspera”, pondera Charles Saldanha, padrasto e treinador de Medina.
A última etapa do Mundial vai definir o campeão da temporada, com Gabriel Medina, o australiano Mick Fanning e o americano Kelly Slater ainda com chances de título. Na terceira fase, Medina vai enfrentar o havaiano Dusty Payne na sexta bateria do dia. Seu principal concorrente, Fanning enfrenta o francês Jeremy Flores, enquanto o onze vezes campeão Kelly Slater terá pela frente o brasileiro Alejo Muniz.
(Com Estadão Conteúdo)