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Basquete: Campeão no Pan de Indianápolis, pivô Gérson morre aos 60 anos

O mineiro, recordista de jogos pela seleção brasileira, lutava contra uma doença degenerativa que não tem tratamento ou cura

O ex-pivô Gerson Victalino morreu nesta quarta-feira 29, aos 60 anos, vítima de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), uma doença que atinge o sistema nervoso de forma degenerativa e ainda não tem tratamento ou cura. Campeão pan-americano de basquete em 1987, o mineiro é recordista de partidas com a camisa da seleção brasileira, com 93 partidas.

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Gerson foi diagnosticado com a doença em novembro de 2019 e, desde então, sofria com os sintomas, como perda gradual de força e coordenação muscular. O ex-jogador, no entanto, não fraquejou e acreditou que pudesse ser curado. “Passo por um problema temporário. Sei da gravidade, mas que as lutas vem nas nossas vidas para mostrarmos nossas forças. Para os médicos, a cura não existe, mas não posso me apegar no que eles pensam, e sim na minha certeza de que há um caminho para a cura. Tenho fé em Deus e não me entrego facilmente”, disse em fevereiro à Confederação Brasileira de Basquete (CBB).

“Hoje, o mundo do esporte acordou com uma pancada. O eterno pivô da seleção brasileira, Gerson, faleceu. Ele era um jogador único. Fazia uma dupla infalível com Israel (também pivô do Brasil). E tinha uma capacidade impressionante de jogar em equipe. Descanse em paz, Gerson”, publicou Oscar Schmidt, em suas redes sociais.

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Dentre as 93 partidas de Gerson pela seleção brasileira, a mais marcante foi em 1987, na final dos Jogos Pan-Americanos dos Estados Unidos. Jogando em casa, o poderoso time americano era considerado imbatível. Soberbos o suficiente, os americanos sequer enviavam jogadores profissionais para competições internacionais, mas não contavam com sua primeira derrocada. Com uma seleção de craques, o Brasil venceu por 120 x 115, contando com 46 pontos de Oscar Schimidt, 31 de Marcel e 12 de Gerson, que ainda teve a infame responsabilidade de marcar o ainda jovem pivô David Robinson, futura lenda da NBA pelo San Antonio Spurs.

Seleção Brasileira de Basquete Masculino, nos Jogos Pan-Americanos em 1987 Sergio Berezovsky/Placar

O Brasil impôs a primeira derrota dos Estados Unidos em casa, a primeira em finais e a primeira derrota tomando mais de 100 pontos. A vitória brasileira foi um dos fatores principais para os americanos começarem a convocar os craques da NBA, que formariam o Dream Team (time dos sonhos, na tradução), para os Jogos Olímpicos. O feito e o recorde de jogos de Gerson motivaram a CBB a homenageá-lo em fevereiro, dando seu nome a uma das conferências do Campeonato Brasileiro Adulto de basquete (adiado pela pandemia de coronavírus).

“Me senti lisonjeado com esta homenagem. Ser escolhido dentre tantos nomes que fizeram e fazem história no nosso basquete. Quanto recebi a notícia, fiquei em êxtase, pois sei a importância de ter um nome vinculado a um evento da CBB”, comentou à época.

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Gerson começou de forma tardia no basquete, com apenas 18 anos, quando começou a treinar no Ginástico, em Minas Gerais, e só estreou no profissional com 20, em 1979. Bastaram dois anos para o pivô atlético fazer sua primeira partida pela seleção brasileira. O mineiro também passou por Monte Líbano, Corinthians, Lençóis Paulistas, Jales, Manresa-ESP, Sport e Remo. Gerson passou os últimos anos como assistente técnico do Ginástico, sua primeira equipe.

A trajetória de Gerson e da seleção brasileira em 1987 inspirou o documentário “120×115: O ouro em Indianápolis”, de Fausto Nocetti e Marcelo Duarte, em parceria com o Sesc-SP (confira abaixo)

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