Após rixa com a Uefa, Real e Chelsea abrem semifinal da Champions
Signatários da Superliga, torneio que faria frente a Liga dos Campeões da Europa, ingleses e espanhóis medem forças na Espanha com o tema ainda em voga
Parecia assunto passado, e até já superado, mas a Superliga Europeia ainda ecoa no futebol mundial e voltou a ficar em evidência com o retorno da Liga dos Campeões da Europa nesta terça-feira, 27. Coincidentemente, o duelo que abre as semifinais da competição, às 16h (de Brasília), entre Real Madrid e Chelsea, no estádio Alfredo Di Stéfano, na capital espanhola, envolve dois clubes signatários do novo modelo de competição, lançado por 12 europeus para fazer oposição ao torneio organizado pela Uefa.
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Dos quatro clubes semifinalistas, três aderiram ao modelo: Real Madrid, Chelsea e Manchester City. Os ingleses foram os primeiros a oficializar, de forma simultânea, desligamento do novo projeto. Diante de uma série de protestos de torcedores, além de posicionamentos do primeiro-ministro Boris Johnson e do Príncipe William, os clubes recuaram. Apesar do fracasso retumbante da liga, desmembrada em menos de três dias, Real Madrid e Barcelona ainda não declararam o fim do modelo de competição.
“É um absurdo pensar que não iremos estar na Champions no próximo ano. Relativamente a isso está tudo dito. Fala-se muito desse assunto, mas estamos focados no jogo de amanhã. Quanto àquilo que não podemos controlar, sabemos que é motivo de conversa. Nós queremos ver o Real Madrid na próxima Champions”, disse o técnico Zinedine Zidane, que recebeu diversos questionamentos sobre o assunto na última entrevista.
“O árbitro vai fazer o seu trabalho e nós vamos jogar futebol. Se pensarmos que tudo lá fora vai nos prejudicar, será complicado. Vamos nos atrapalhar. Temos de nos concentrar no jogo”, completou.
O Real, maior vencedor da história da competição, com 14 títulos, virou vidraça devido o fato de seu presidente, Florentino Pérez, ter sido o principal entusiasta e porta-voz da Superliga. Viraram públicas as trocas de farpas com dirigentes da Uefa.
“Florentino Pérez é o presidente de uma Superliga que não existe, e no momento ele é o presidente de nada”, disse presidente da Uefa, Aleksander Ceferin. O dirigente, por sinal, chegou a falar sobre a remota possibilidade das semifinais não acontecerem, mas não descartou punições futuras: “Há relativamente poucas chances das partidas não serem disputadas, mas no futuro será diferente”.
O Chelsea foi um dos clubes mais pressionados por seus torcedores. O ex-goleiro Petr Cech, ídolo do clube e atual dirigente, teve de acalmar os fãs, durante o tumulto em plena pandemia do novo coronavírus horas antes da partida contra o Brighton, pela Premier League, no estádio Stamford Bridge. Devido a manifestação, a partida começou com atraso.
As equipes
Para a partida, o Real Madrid poderá contar com o retorno do atacante belga Eden Hazard, recuperado de lesão muscular. O zagueiro e capitão Sérgio Ramos segue fora, apesar de ter jogado nos minutos finais da partida contra o Bétis, no último fim de semana. Vinicius Júnior, poupado, voltará a equipe principal na vaga de Rodrygo. O Chelsea não contará com Mateo Kovacic.
O Real sustenta invencibilidade desde 30 de janeiro, quando acabou derrotado pelo Levante, em partida pela 21ª rodada de La Liga. Desde então, são 17 jogos sem perder, incluindo partidas da Liga dos Campeões. A equipe ocupa a segunda colocação no Campeonato Espanhol, com 71 pontos, dois a menos do que o Atletico de Madrid.
O Chelsea sofreu apenas nove gols em 21 partidas desde a chegada do técnico alemão Thomas Tuchel. Em 16 jogos, sequer foi vazado. O time está na quarta colocação da Premier League, com 58 pontos, colocação suficiente para assegurar vaga na Champions do próximo ano.
O provável Real Madrid terá: Courtois; Carvajal, Varane, Militão, Nacho; Casemiro, Kroos e Modrić; Vinícius Jr, Benzema e Asensio. O Chelsea, por sua vez, deve ir a campo com: Mendy; Azpilicueta, Thiago Silva, Rüdiger; James, Jorginho, Kanté e Chilwell; Mount, Havertz e Werner.