Aos 40 anos, Manny Pacquiao é supercampeão da Associação Mundial de Boxe
Boxeador filipino venceu americano após 12 assaltos disputados em Las Vegas
O título de supercampeão dos meio-médios da Associação Mundial de Boxe foi o que menos agregou à carreira do filipino Manny Pacquiao, neste sábado, após vencer o norte-americano Keith Thurman, por pontos, depois de 12 eletrizantes assaltos, no ringue do MGM Hotel, em Las Vegas. Aos 40 anos, Pacman derrotou um adversário dez anos mais jovem, forte, invicto com uma atuação soberba e que só deixou dúvidas para o jurado Glenn Feldman, que apontou inexplicáveis 114 a 113 para Thurman. Tim Cheatham e Dave Moretti indicaram 115 a 112 para Pacman.
Com a vitória, Pacquiao poderá lutar com o britânico Amir Khan, na Arábia Saudita, em 8 de novembro, enquanto aguarda o vencedor do duelo entre os norte-americanos Errol Spence Jr. e Shawn Porter, dia 28 de setembro, em Los Angeles. Independentemente de seu futuro, a vitória, com certeza, coloca o lutador das Filipinas entre os maiores de todos os tempos da nobre arte.
A estrela filipina somou a 62ª vitória em 73 lutas e ganhou 10 milhões de dólares de bolsa, além de uma porcentagem na venda da transmissão em pay per view. Thurman, que perdeu pela primeira vez, levou 2,5 milhões de dólares pelo combate. Com uma velocidade e coragem que marcaram seus 24 anos de carreira profissional, Pacquiao partiu para o ataque desde o primeiro gongo. Em um desses avanços, acertou uma bela combinação, ao desferir uma esquerda na linha de cintura e a direita no rosto do rival, que foi à lona, mas levantou.
No segundo assalto, Thurman tentou devolver o ataque, mas não achou a distância correta e se expôs ao contra-golpe. No terceiro, Pacquiao usou muito bem os jabs e quando foi encurralado nas cordas soube irritar o adversário ao chamá-lo para a briga. Sempre mudando a tática, Pacquiao concentrou seu ataque na linha de cintura no quarto assalto. Thurman buscou a luta no corpo a corpo, mas o asiático apresentou um jogo de pernas impecável. O americano só foi se encontrar no ringue no quinto assalto, mas mesmo assim recebeu um forte golpe que fez seu nariz sangrar bastante.
Mesmo sangrando muito, Thurman ganhou o sexto assalto e atuou bem no sétimo, ao acertar pelo menos quatro golpes fortes. No oitavo assalto, Thurman jogou no contra-ataque. Pacquiao aceitou o desafio e no fim dos três minutos conectou dois bons golpes.
Thurman se posicionou bem nos contra-ataques no nono round e venceu mais um. Pacquiao voltou a aumentar a velocidade no décimo assalto e acertou em cheio o fígado de Thurman, que chegou a cuspir o protetor bucal para respirar melhor.
Com um preparo físico impressionante, os dois seguiram como se a luta estivesse começando. Thurman levou vantagem, ao combinar muito bem o jab com o direito de direita, que amassaram a cara de Pacquiao.
Pacquiao não deu chances para que Thurman tentasse uma última reação no assalto definitivo. O filipino rebateu todos os ataques e, com boa movimentação de pernas, conseguiu manter a distância para vencer o combate.
“Meu adversário era forte e rápido. Sua força me fez lembrar de Margarito (Antonio). Estou muito feliz pela minha atuação e com certeza voltarei para buscar novos desafios”, disse Pacquiao, em entrevista coletiva após a luta. “Pacquiao é uma lenda. Gostaria de uma revanche para poder tentar me apresentar melhor em uma nova oportunidade. Mas ele mereceu totalmente a vitória”, afirmou Thurman, que levantou o braço do adversário logo após o anúncio oficial do resultado.