Ao redor do Itaquerão, botecos padrão Fifa
Nos arredores da estação Artur Alvim do metrô, na qual, recomenda-se, devem descer os torcedores que vão acessar o setor oeste do Itaquerão, até os botequins têm padrão Fifa. Uniformizados, muitos deles, ao menos os que se colocam na rota de quem chega e sai do estádio, tiveram suas fachadas pintadas de vermelho – cor […]
Nos arredores da estação Artur Alvim do metrô, na qual, recomenda-se, devem descer os torcedores que vão acessar o setor oeste do Itaquerão, até os botequins têm padrão Fifa. Uniformizados, muitos deles, ao menos os que se colocam na rota de quem chega e sai do estádio, tiveram suas fachadas pintadas de vermelho – cor predominante da cerveja Brahma e da Coca-Cola, marcas que patrocinam a Copa do Mundo.
Em dias de jogos do Mundial, esses bares ganharam mais movimento, sobretudo de turistas estrangeiros. Na vizinhança de Artur Alvim, região que leva o nome do engenheiro-chefe da antiga companhia férrea, uma pequena lista de bares “padrão-Fifa”.
Xaveco’s – Morador do condomínio Santa Bárbara, a não mais de 100 metros do bar, o sergipano Carlos Alberto Santos vive em São Paulo desde 1973 e abriu o negócio 25 anos atrás. Ele mesmo decorou as paredes e o teto dos 9 ou 10 metros quadrados do lugar com objetos de toda sorte, recolhidos em suas viagens para pescar ou presenteados por amigos: bonecas, luvas de boxe, um tatu empalhado, um pedaço de couro de onça e até um chifre de rinoceronte, arrematado de um amigo que viajou à África, estão entre as dezenas de quinquilharias. Ele não serve comida ali, apenas uns traguinhos: caipirinha (10 reais) e cerveja (Brahma e Skol a 7 reais; Seramalte e Original a 8 reais), por exemplo. Carlos Alberto é irmão do ex-meia Antonio Carlos, que nos anos 80 atuou pelo Mogi Mirim, o América do México e o Botafogo carioca. “Ele jogou com o finado Berg, com o Josimar e com o Alemão.” O outro irmão, Paulo Santos, também foi jogador e fez carreira em times de Sergipe, como o Itabaiana e o Lagarto. E por que Carlos Alberto não seguiu o mesmo caminho da família? “Sou ruim de bola. Mas joguei capoeira.” Rua Maria Eugênia Celso, 91-A (em frente à Praça Augusto Rodrigues de Souza). 10h às 14h e 16h à 0h.
Bola Bar – Chega-se ao bar, duas quadras acima da saída do metrô e cuja fachada foi pintada de vermelho, guiado pelos decibéis emitidos (muito acima do suportável) por um carro de som estacionado em frente ao bar. “A Brahma tá bancando”, disse o garçom. E o Bola até que se preparou para a Copa: instalou um telão e deixou dois aparelhos de TV ligados. A seleção musical era um pot-pourri de sertanejo, arrocha e até pagode cantado em inglês, estilos bem distintos das figuras que aparecem em painéis fotográficos com um sorridente Mick Jagger, Beatles, Elvis e Freddy Mercury. Às sextas e sábados, mostra um cartaz, há pop e rock ao vivo, e, aos domingos, sertanejo. No sábado, a casa fica bem cheia, segundo o garçom, que serviu um passável churrasquinho no pão, graças à feijoada (16 reais, para um comensal; 25 reais para dois; 39 reais para quatro). Serve ainda porção de batata frita servida na telha, com bacon (19 reais) e parmesão (16 reais). Rua Maria Eugênia Celso esquina com Rua Inês Monteiro, tel. (11) 2742-3111
Casa das Empadinhas – Na movimentada via que sai da estação de metrô, e na qual os pedestres em marcha pelo meio-fio parecem ter transformado em um calçadão, essa lanchonete se destaca por suas estufas que exibem salgados às centenas: coxinhas, quibes, bolinhas de queijo e empadinhas em versão miniatura, a preço único de 70 centavos (ou três unidades por 2 reais). Atenta ao fluxo de gringos famintos, a gerência até arriscou descrever em inglês, num destacado papelzinho cor de rosa, o conteúdo de alguns dos itens, caso dos croquetes de carne (meat), das empadinhas de frango (chicken) e das de palmito (palmito, em vez de palm heart). Rua Doutor Campos Moura, 295.
ScarBar – “É fiscalização?”, perguntou o dono do bar, Wilson, desconfiado, depois de ver a fachada do boteco sebdo fotografada. Ao saber que era uma reportagem, relaxou: “A ficha do bilhar é 1,50 real, mas já vou parar o jogo para que a freguesia assista ao jogo”. Sobre a grelha da churrasqueira, já em cinzas, espetinhos esturricados de carne e de linguiça (4 reais cada um) e, na estufa, duas ou três costelinhas de porco e uma pequena montanha de torresmos gigantes (3,50 reais cada um). Na outra ponta do balcão, uma turma devorava cumbucas de caldinho de mocotó, a 7 reais cada uma, mesmo preço da de feijão e da de vaca atolada (mandioca com costela). Para beber, cerveja Skol e Budweiser a 10 reais o litro, além de Skol e Brahma a 7 reais (a garrafa de 600 mililitros). “Esse é o preço de Copa”, explicou, dizendo que ao fim do evento vai baixá-los. Rua Doutor Campos Moura, 75-B, tel. (11) 3747-5264. 10h/1h (fecha segunda).
Arena Sports Bar – Dos mesmos donos do Bola Bar, o Arena foi aberto em abril de 2014, com vista para a estação de metrô. Tem um ambiente “mais social”, conforme o garçom do Bola Bar. Por mais social, entenda-se um salão com um balcão de pedra e uma chopeira, mesinhas de madeira escura, elemento, aliás, que permeia a decoração, que está tinindo de nova. Os preços, ali, são mais elevados: o chope, por exemplo, sai por 5,90 reais e, nos dias de jogo, é servido lamentavelmente em copo de plástico. A caipirinha custa 14,90 reais e os espetinhos, 3,90 reais (de carne, frango e coração). Têm feito sucesso, segundo o garçom, as porções de bolinhos de mandioca com carne seca (26,90 reais, com 8 unidades) e a de picanha no réchaud (67,90 reais).