Abel detona calendário e vê São Paulo beneficiado contra o Corinthians
Técnico português diz que rival sofreu fisicamente por ter menos tempo para preparação na semi e criticou indefinição de datas da decisão do estadual
O técnico português Abel Ferreira, do Palmeiras, esquentou o clima da decisão do Campeonato Paulista diante do São Paulo nesta terça-feira, 29, ao afirmar que viu o rival beneficiado por ter tido mais tempo para se preparar para a semifinal contra o Corinthians, vencida por 2 a 1 no último domingo, 27. A primeira final entre os clubes acontece nesta quarta, 30, às 21h40 (de Brasília), no Morumbi.
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“Em relação as datas de recuperação é verdade o que você disse. O mais prejudicado nisso tudo foi o Corinthians, vamos ser sinceros”, disse o treinador. “Para mim, o mais justo é que cada equipe tenha, no mínimo, as 72 horas de recuperação. Isso é o que é justo, seja qual for o adversário. E é lógico que faz diferença, o Corinthians com cinco minutos já tinha um jogador fora (o lateral direito Fagner). Não há milagres”, completou em outro momento.
A fala de Abel foi dada em entrevista coletiva ao lado do zagueiro paraguaio Gustavo Gómez, do Palmeiras, além do lateral direito Rafinha e do técnico Rogério Ceni, do São Paulo, na sede da Federação Paulista de Futebol (FPF).
O São Paulo enfrentou o Corinthians depois de passar pelo São Bernardo na última terça, 22. O time de Rogério Ceni teve quatro dias até o confronto no domingo, enquanto o rival só dois pois atuou na quinta, 24, diante do Guarani.
“Uma pena, tem que ver porque não fixaram [as datas] antes a data da final porque eu estou pensando na final, os jogadores não, mas tenho que jogar dois dias depois ou três dias depois. E o Ceni joga quatro dias depois, tem tempo para descansar e nós não”, argumentou o português
O treinador ainda aproveitou para fazer críticas ao calendário brasileiro e indiretamente a entidade por não ter definido previamente as datas da final, o que evitaria a queda de braço entre os rivais desencadeada pela possibilidade da final ocorrer no sábado ou no domingo. A diretoria palmeirense precisou negociar a liberação do Allianz Parque junto à construtora WTorre.
“Acho que cometeram erros muito grandes que é a final já tinha que estar decidida doesse a quem doesse, passasse a quem passasse. Agora, claro, depois de haver um finalista, dois finalistas, claro que cada um vai querer o que é melhor para si. Faz parte, eu respeito, e tem que ser assim, mas se já antes tivesse fixado ninguém discutiria nada. Há coisas que tenho muita flexibilidade, sensibilidade, que entendo, mas queremos aquilo que é mais justo para todos. Para mim o mais justo é que cada equipe tenha no mínimo as 72 horas de recuperação. Isso para mim é o que é justo, seja qual for o adversário”, explicou.
Na entrevista, Abel mencionou também conversas com o Paulo Autuori, ex-treinador do São Paulo e hoje coordenador técnico do Goiás, e não poupou novos pedidos para a adequação do calendário brasileiro.
“Isso é uma questão que os treinadores podem falar, opinar, mas não são eles que mexem nos calendários. E, pelo que sei, lembro de ter conversado com um treinador que admiro muito e que foi o meu treinador, o Paulo Autuori, e disse que foi muito criticado e prejudicado por assumir uma luta que eu e as pessoas que vem de fora defendem. Do que depender de mim vai ter sempre o meu apoio porque entendo que isso é o melhor para o jogador brasileiro, o treinador brasileiro, vai dar tempo para implementar as ideias. O treinador vai treinar o que? Não tem tempo”, concluiu.
O treinador palmeirense também sugeriu a mudança da decisão estadual para uma partida, em campo neutro definido previamente antes do início da competição. Durante a entrevista, Ceni e Abel também trocaram elogios sobre trabalhos e elencos. O Choque-Rei decisivo acontecerá será no domingo, às 16h (de Brasília), no Allianz Parque.