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A um mês da Copa, ainda há muito a ser feito no Itaquerão

No último sábado, 17.000 corintianos se emocionaram com a nova casa; para a abertura da Copa do Mundo, no entanto, falta infraestrutura e sobram entulhos

Em um passeio pelos andares, ficou claro: o que já está pronto impressiona (como os banheiros, de mármore), mas ainda falta muito para o estádio receber uma abertura de Copa

O Corinthians já tem uma nova casa – mas a abertura da Copa do Mundo, ainda não. Os cerca de 17.000 torcedores que conheceram o Itaquerão no último sábado se emocionaram não apenas com a inauguração do tão sonhado estádio próprio, mas também com os gols de Rivellino e Marcelinho Carioca. Para a Fifa, entretanto, nada disso importa. Faltando exatamente um mês para a abertura do Mundial – em 12 de junho, a seleção brasileira enfrenta a Croácia -, a Arena Corinthians apresenta situação preocupante. Entulhos por toda a parte, setores inacabados e falta de infraestrutura para o público e a imprensa chamaram a atenção no terceiro evento-teste do estádio (na prática, foi o primeiro, já que os anteriores não foram abertos ao público).

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Do lado de fora, a imponência do projeto contrastava com os entulhos e andaimes espalhados por toda a parte. O gigante painel de LED da fachada leste, um dos grandes diferenciais do estádio, estava desligado. As arquibancadas provisórias, que farão o estádio subir sua capacidade de 48.000 para 68.000 torcedores durante a Copa, ainda estão em obras e prejudicaram o visual – os andaimes, expostos no último sábado, serão cobertos por uma placa metálica nos jogos do Mundial. O acesso às cadeiras foi rápido, mas não perfeito. Apesar do apelo dos orientadores, nem todos os torcedores respeitaram os assentos marcados nos ingressos, como determina a Fifa nos jogos de Copa. A visão para o gramado, porém, foi elogiada pelos espectadores em todos os setores liberados ao público.

A imprensa também enfrentou problemas. Instalados no prédio oeste, os jornalistas sofreram com o sinal irregular de internet e até com a falta de cadeiras nas cabines. Profissionais do exterior que participaram da cobertura se disseram assustados com os improvisos. Bem ao lado da área reservada à imprensa, um enorme clarão chamava a atenção: milhares de cadeiras ainda precisam ser instaladas nos setores mais altos do estádio. Os camarotes que serão usados por autoridades durante a abertura ainda estão cobertos de pó e, aparentemente, longe da conclusão.

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Em um passeio pelos andares, ficou claro: o que está pronto é de ótima qualidade (como os banheiros, de mármore), mas ainda falta muito para o estádio receber uma abertura de Copa. Alguns dos elevadores apresentaram problemas. Assim como a reportagem do site de VEJA, o ex-lateral Wladimir, jogador que mais vestiu a camisa do Corinthians (805 vezes), preferiu usar as escadas para descer cerca de cinco andares. “Corinthians é assim, se não for tudo na última hora, não é Corinthians”, lamentou, em tom de brincadeira, o ídolo. Durante o giro pelos bastidores da arena, foi possível ver andares completamente empoeirados e repletos de entulhos. O ambiente para quem apenas visitou os setores abertos ao público, porém, foi bastante agradável. As lanchonetes atenderam com rapidez e eficiência – ainda que os preços tenham irritado alguns torcedores (água por 4 reais, refrigerante por 5 e hambúrguer por 8). Dentro do gramado – impecável, por sinal -, tudo foi festa no jogo entre ídolos do passado.

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Transporte – A chegada ao estádio não foi das mais simples. O estacionamento do estádio, ainda em obras, foi liberado apenas para os ex-atletas e dirigentes, e os torcedores tiveram dificuldade para parar seus carros perto da arena. Quem escolheu o transporte público – estratégia aconselhada pela Fifa e pelo Comitê Organizador Local (COL) para os jogos da Copa -, também enfrentou algumas dificuldades. Entre as estações Sé e Corinthians-Itaquera do metrô, os trens circulavam em velocidade reduzida e permaneceram parados nas plataformas mais tempo do que de costume. Para piorar, o sistema de som dos trens apresentou falhas e não foi possível ouvir as instruções do maquinista. De qualquer forma, o trajeto foi realizado em cerca de 45 minutos e os torcedores puderam caminhar tranquilamente até o estádio na sequência. Na Copa, porém, o número de torcedores no estádio e nos trens deverá triplicar, o que exigirá melhor organização. Durante o Mundial, a Prefeitura de São Paulo adotará medidas para facilitar o acesso ao Itaquerão. Alguns trens da Linha 11-Coral da CPTM farão o trajeto da Estação da Luz até Itaquera sem paradas, em apenas 19 minutos – este serviço foi batizado “Expresso da Copa”. Os torcedores poderão desembarcar nas estações Corinthians-Itaquera e Artur Alvim e caminhar menos de um quilômetro até o estádio.

No próximo domingo, o Itaquerão receberá seu primeiro evento-teste oficial para a Copa do Mundo, vistoriado pela Fifa e pelo COL e com avaliação de diferentes itens da operação do estádio. Será na partida entre Corinthians e Figueirense, válida pela quinta rodada do Brasileirão. Cerca de 40 mil ingressos serão vendidos – apenas as arquibancadas provisórias ficarão fechadas. É possível que, em uma semana, todas as cadeiras já estejam instaladas, os camarotes finalizados e a rede de internet esteja funcionando à perfeição. Mas é difícil imaginar que toda a limpeza dos entulhos e as obras de acabamento no entorno estarão concluídas já no fim de semana. Para a Copa do Mundo, o prazo é um pouco maior, mas não menos alarmante: os trabalhos deverão continuar em ritmo acelerado nos 30 dias que separam o Itaquerão da partida que o colocará sob os olhares do mundo, em 12 de junho.

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