Logo na primeira rodada, um jogo foi adiado pela Covid-19. É muito importante afinar os procedimentos para que cenas assim não se repitam
É legítima a ansiedade pela volta do futebol — especialmente o retorno do Brasileirão. O início do torneio, que tinha sido programado para maio e só começou em 8 de agosto, foi ruim, dentro e fora de campo: logo na primeira rodada, a partida entre Goiás e São Paulo, no estádio da Serrinha, em Goiânia, foi adiado. O time goiano teve nove jogadores com testes positivos para Covid-19 — cujos resultados foram anunciados muito em cima da hora— e não foi a campo. A diretoria do clube conseguiu liminar da Justiça Desportiva, alegando ter recebido o veredicto dos testes poucas horas antes da partida. Houve, de fato, atraso do laboratório contratado pelo Hospital Albert Einstein, de São Paulo, parceiro da CBF. “A logística é impraticável”, admitiu a VEJA Eliézer Silva, diretor de medicina diagnóstica da instituição hospitalar paulistana. Pelo protocolo, os testes deveriam ser realizados 72 horas antes das partidas, com a entrega dos resultados até 24 horas antes do pontapé inicial.
Foi constrangedor, mas não tanto como o episódio que envolveu o Atlético Goianiense: quatro atletas foram contaminados, mas, como estavam isolados havia dez dias, a cartolagem achou por bem pedir a anuência da Justiça para enfrentar e vencer o Flamengo — e conseguiu. Bonito fez a UEFA, que confinou as finais da Champions League em Lisboa. Para um torneio da dimensão do Brasileirão, é recurso impossível. Seria o caso, então, de ter mais paciência para a retomada da frágil normalidade — ou melhorar os procedimentos para que os jogos aconteçam.
Publicado em VEJA de 19 de agosto de 2020, edição nº 2700
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