A ‘descoberta’ do squash, um dos esportes não olímpicos em Toronto
Sem transmissão de tevê, sem fotógrafos, como são as partidas no cubo de vidro do Pan
A busca por um dos banheiros anexos ao complexo de imprensa do Exhibition Centre resultou na “descoberta” da arena de disputas do squash, um dos esportes que não fazem parte do programa olímpico, mas está no rol de disputas deste Pan. Fazem parte da lista dos “renegados” o squash, o boliche, o beisebol e o softbol, o karatê, o esqui aquático e o wakeboard, além da patinação artística e de velocidade.
Foi demorado reconhecer o local, uma arena quase escondida, com iluminação baixa e arquibancadas provisórias de metal. Para uma competição de squash a imagem que vem à cabeça é uma ou mais quadras de paredes brancas e piso de madeira envernizado, certo? Errado. No Pan de Toronto, a estrutura usada é um caixote de vidro, que permite a visão de quem está nas laterais e na frente da quadra diante do paredão de vidro.
Sem transmissão ao vivo pela televisão nem fotógrafos na arena, os torcedores que encheram as arquibancadas acanhadas do Exhibition Centre são as únicas testemunhas das raquetadas frenéticas contra o cubo envidraçado. Lá dentro, além do impacto da bolinha contra a parede, os jogadores causam estranheza pela mania de esfregar as mãos e o antebraço nas paredes de vidro, para enxugar um pouco do suor na superfície seca (o chão emborrachado está fora de questão, pois se estiver molhado pode causar um escorregão). É um tal de circular a quadra alisando o vidro que não tem fim.
Além das pancadas na parede, o squash tem outro som recorrente: o da reclamação dos atletas. A cada encontrão entre os adversários, eles rapidamente se voltam para o fundo da quadra, onde estão os juízes. Para aumentar o componente de show das partidas, o árbitro acompanha o jogo usando um microfone, com as decisões sendo anunciadas nos alto-falantes da arena. Para quem está nas arquibancadas, as discussões entre árbitro e jogador parecem um diálogo de drama teatral.
Em Toronto, os atletas na competição não ocupam as primeiras posições do ranking mundial – o país dominante do squash é o Egito, com cinco entre os dez melhores do planeta. Existe uma exceção: o colombiano Miguel Rodriguez, número quatro do mundo, está no Canadá e caminha para a disputa do ouro.
Para a Olimpíada do Rio, as modalidades já estão fechadas e o squash está fora. Mas está na lista dos esportes candidatos à inclusão nos Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio, junto a outras sete confederações – entre elas o surfe.