A Copa de todas as culpas
O Mundial chegou ao fim e agora todos querem saber qual vai ser o legado da Copa. O legado eu não sei, mas o delegado já tem e ele está atrás dos cambistas falsificadores da Fifa, meus concorrentes, que driblei com a maestria de um Garrincha. Está tudo errado no futebol brasileiro, a começar por […]
O Mundial chegou ao fim e agora todos querem saber qual vai ser o legado da Copa. O legado eu não sei, mas o delegado já tem e ele está atrás dos cambistas falsificadores da Fifa, meus concorrentes, que driblei com a maestria de um Garrincha. Está tudo errado no futebol brasileiro, a começar por mim, que estou escrevendo na VEJA e não entendo nada do assunto. Mas tudo bem, os cartolas da CBF, Confederação Brasileira de Falcatruas, entendem menos do que eu.
E agora, depois do vexame da seleção brasileira, o esporte nacional virou arrumar explicações pra nossa humilhante derrota.
O Brasil virou o “país da piaba pronta”. Mas os estrategistas do governo não perdem tempo. Depois de criar o programa assistencial Minha Primeira Goleada, a presidenta Dilma Roskoff quer estatizar o futebol brasileiro. Já dá pra imaginar como é que vai ficar o nosso futebol se isso acontecer.
Pra começar, o jogador, pra ser convocado pra seleção, vai ter que ser filiado ao PT ou membro da base aliada. O técnico será substituído por um conselho popular formado por integrantes de movimentos sociais como o MST (Movimento dos Sem Trave) e representantes de minorias como os negros, os índios e os gandulas. Os jogos do Brasil só vão ser transmitidos pela Rede Brasil e a única patrocinadora da seleção será a Petrobras, que vai comprar um time usado em Pasadena por 12 bilhões de dólares. E, por fim, o governo vai lançar mais um PAC, o Programa de Aceleração do Chute. Se bem que a política do chute já vem sendo aplicada há muito tempo pelos nossos governantes.
E, como era de se esperar, os arianos Özil, Khedira e Podolski conquistaram a Copa do Mundo para a Alemanha. Uma vitória da raça. Da raça pura. A derrota da Argentina pelo menos ajudou a resolver um problema dos brasileiros. Milhares de argentinos que vieram assistir à final, após o jogo, se dirigiram aos reservatórios da Cantareira para, com suas lágrimas, normalizar o fornecimento de água aos paulistas.
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