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Sete anos, seis trabalhos interrompidos: o ciclo vicioso de Jorge Sampaoli

Demitido do Sevilla, ex-treinador de Santos e Atlético Mineiro mantém padrão de relações conturbadas com clubes, polêmicas e saídas abruptas

Chegou ao fim mais um trabalho de Jorge Sampaoli – e como já de hábito, não foi um adeus tranquilo. O treinador teve sua demissão confirmada pelo Sevilla nesta terça-feira, 21, após derrota para o Getafe pelo Campeonato Espanhol, com o time dois pontos acima da zona do rebaixamento. Nos últimos sete anos, em meio a períodos de ótimo desempenho em campo, foram seis passagens conturbadas e interrompidas por diferentes equipes.

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O ciclo vicioso começou depois da histórica passagem pela seleção chilena, entre 2013 e 2016, quando o treinador levou o país aos dois primeiros títulos de sua história, erguendo duas vezes a Copa América, em ambas batendo a Argentina de Messi na final. Valorizado, assinou com o Sevilla para sua primeira experiência europeia na temporada 2016/17.

O clube fez contratações pedidas pelo técnico, a equipe teve um bom início em campo e jogava um futebol envolvente, mas sofria com problemas defensivos. Depois de uma temporada de altos e baixos, com o quarto lugar no Espanhol e eliminação nas oitavas da Champions diante do Leicester, Sampaoli foi embora para assumir a seleção argentina, que patinava nas Eliminatórias da Copa.

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A aventura na seleção foi um desastre. O time conseguiu se classificar à Copa de 2018 na bacia das almas, mas teve uma participação caótica, levando 3 a 0 da Croácia na primeira fase e caindo nas oitavas diante da França, com uma derrota por 4 a 3. Surgiram até notícias de que Sampaoli teria delegado a montagem do time aos veteranos do elenco durante a competição. O treinador não permaneceu após o Mundial.

No Santos, Sampaoli fez o time jogar um excelente futebol e foi vice-campeão brasileiro, mas não ficou para o ano seguinte - 
No Santos, Sampaoli fez o time jogar um excelente futebol e foi vice-campeão brasileiro, mas não ficou para o ano seguinte –

Vieram então as duas passagens de Sampaoli pelo futebol brasileiro, por Santos e Atlético Mineiro, com roteiros parecidos: excelente futebol, bons resultados, algumas frustrações e muito conflito com as diretorias, quase sempre exigindo reforços que os clubes tinham dificuldades de trazer, que culminaram em saídas repentinas. Ele levou o Peixe ao vice-campeonato brasileiro em 2019 e o Galo ao terceiro lugar em 2020, mas deixou desafetos em ambos.

No caso do Atlético, Sampaoli saiu em fevereiro de 2021, com a temporada já em andamento, para acertar com o Olympique de Marselha. Novamente entre altos e baixos, e brigas por contratações com a direção do clube, ele levou o time ao quinto lugar do Campeonato Francês. Com alguns de seus pedidos atendidos – como o meia Gerson, contratado do Flamengo -, foi vice-campeão na temporada seguinte. Mas surpreendeu ao anunciar sua saída logo depois, reclamando (adivinhe) da falta de reforços.

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O último episódio foi novamente no Sevilla, onde sua segunda passagem foi bem menos bem-sucedida que a primeira. Com resultados ruins durante praticamente toda a temporada, a equipe espanhola decidiu demitir o argentino apenas cinco meses depois de sua chegada. De temperamento forte e exigências sempre altas, Sampaoli segue lutando contra seu principal adversário na carreira de técnico: a instabilidade.

Os trabalhos de Sampaoli depois de deixar a seleção chilena

Sevilla – junho de 2016 a maio de 2017 (pediu demissão)

Argentina – maio de 2017 a julho de 2018 (demitido)

Santos – janeiro de 2019 a dezembro de 2019 (pediu demissão)

Atlético-MG – março de 2020 a fevereiro de 2021 (pediu demissão)

Olympique de Marselha – fevereiro de 2021 a julho de 2022 (pediu demissão)

Sevilla – outubro de 2022 a março de 2023 (demitido)

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