Sampaoli volta ao Sevilla: 1ª passagem teve rixa com Ganso e vice dolorido
Substituto de Lopetégui comandou a equipe andaluz entre 2016 e 2017, antes de assumir a seleção argentina; relembre sua trajetória na Espanha
O Sevilla anunciou nesta quinta-feira, 6, contratação de Jorge Sampaoli como novo treinador da equipe principal até metade de 2023. O argentino foi a opção para substituir Julen Lopetegui, que não conseguiu bons resultados neste início de temporada. Técnico de recente passagem pelo Brasil, onde dirigiu Santos e Atlético Mineiro, Sampaoli já trabalhou no clube espanhol entre 2016 e 2017.
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À época, Sampaoli levou a equipe espanhola ao quarto lugar do campeonato nacional, o que resultou numa vaga na Liga dos Campeões. Além disso, a passagem do argentino pela Andaluzia foi marcada por um vice-campeonato dolorido e por desentendimentos com o meia brasileiro Paulo Henrique Ganso. Relembre:
Rixa com Ganso
Sampaoli diz que Ganso está fora do @SevillaFC por ‘opção própria’ https://t.co/IvHqT7TNlD pic.twitter.com/e6KjJAD7C4
— Placar (@placar) February 21, 2017
Um dos primeiros pedidos de Jorge Sampaoli quando chegou à Espanha foi justamente a contratação de Paulo Henrique Ganso, que estava no São Paulo e custou nove milhões de euros. A ideia do treinador era utilizá-lo como volante, aproveitando sua qualidade de passe e a visão para iniciar as jogadas.
O resultado não foi bom. Ganso, mais recuado, não rendeu como antes e conviveu com a reserva e com as críticas da imprensa local. A situação se tornou ainda mais insustentável quando Sampaoli criticou publicamente a postura profissional do meia. “Estamos exigindo muito de Paulo porque era o que esperávamos quando veio para cá. Hoje é quase uma decisão própria a de não ser relacionado.”
A mágoa permaneceu e o brasileiro nunca escondeu suas rusgas com o argentino. Em entrevista à PLACAR de agosto, o maestro do Fluminense relembrou esta época. “Como vou me defender que dei errado na Europa, por exemplo? Sem mais nem menos implementaram um rodízio que só era aplicado para mim. Eu saí, não voltei mais a ser titular. Mas quem quer ouvir essa parte?”
Balanço positivo e chamado de casa
Jorge Sampaoli comandou o Sevilla por 53 jogos: 27 vitórias, 12 empates e 14 derrotas. O futebol tinha a cara intensa e ofensiva do treinador e chegou ao fim da temporada com um balanço positivo. Apesar da eliminação precoce na Copa do Rei, o Sevilla chegou às oitavas de final da Champions League (foi derrotado pelo Leicester) e terminou em quarto do Campeonato Espanhol. A torcida aprovava seu estilo e Sampa estava bem adaptado à cidade. No entanto, uma proposta para assumir a seleção argentina foi mais tentadora. Ele dirigiu a equipe de Lionel Messi na conturbada campanha da Copa do Mundo da Rússia, com eliminação para a França nas oitavas.
Vice, no detalhe
Carvajal with the last minute goal to seal the UEFA Super Cup for Real Madrid against Sevilla in 2016!#ThrowbackTuesday #RealMadrid #UEFASupercup pic.twitter.com/jSqhZDU3Ou
— World of Football (@football2_world) August 9, 2022
Sampaoli chegou à Espanha com moral, respaldado pelo título da Copa América de 2015 e uma boa na Copa do Mundo de 2014 com a seleção chilena. Sua estreia fez jus à empolgação, mas não foi perfeita. Diante do multicampeão Real Madrid, valendo a Supercopa da Uefa, o Sevilla vencia até os 48 minutos do segundo tempo, quando Sergio Ramos, cria do clube andaluz, empatou de cabeça. Após segurar o ímpeto madridista durante toda a prorrogação, os blanquirrojos sofreram um golpe irreversível, o gol do 3 a 2 marcado por Carvajal, já no último minuto do tempo extra. Sampaoli chegou a ficar com a mão na taça, mas teve de se contentar com o vice.
Jeito Sampaoli de ser
Durante a temporada do técnico na Andaluzia, não era incomum ver jogos do Sevilla com muitos gols, seja em vitórias ou derrotas. Sua estreia em LaLiga, por exemplo, foi com triunfo por 6 a 4 (!) diante do Espanyol. Como resultado, em 53 partidas, 97 gols foram marcados e 71 sofridos, números considerados altos e que ajudam a entender a empolgação dos espanhóis com o retorno do argentino.