Campeão pela Azzurra, ídolo dos Neroverdi recusou propostas de gigantes, jogou a Serie B já consagrado e renovou contrato até 2029
O Sassuolo anunciou na última quinta-feira, 21, a surpreendente renovação do contrato de Domenico Berardi ate 2029. O atacante italiano de 31 anos não é apenas um dos poucos one club man (jogadores que só vestiram uma camisa de clube) da atualidade, mas possivelmente o caso mais chamativo de fidelidade a uma equipe.
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Mesmo com propostas de potências da Itália, Berardi preferiu permanecer mesmo com o clube sendo rebaixado na temporada 2023/24. O Sassuolo conquistou o acesso ao vencer a segunda divisão, e agora terá seu ídolo de volta à elite.
Ao longo dos últimos anos, Juventus, Inter, Milan, Fiorentina, Napoli e Roma demonstraram interesse em contar com o jogador, mas nenhum deles desembolsou os cerca de 40 milhões de euros pedidos pela diretoria.
Com 400 jogos pelo Sassuolo, com 148 gols e 110 assistências, Berardi se tornou símbolo do clube e da cidade, além de figurinha carimbada na seleção italiana, pelo qual conquistou o título da Eurocopa de 2020. Ele assinou um contrato válido até ele completar 35 anos.
“Fazer parte do Sassuolo significa fazer parte de uma família. A camisa do Neroverdi representa minha história, minha carreira e minha paixão. Me tornei homem e jogador de futebol aqui, e estou feliz em continuar vivenciando essas emoções únicas com essas cores” disse Domenico Berardi em sua renovação.
Nascido em Cariati, na região da Calabria, Berardi jogou nas categorias de base do Cosenza e iniciou sua carreira profissional de maneira inusitada.
Foi descoberto em uma partida de futebol society na cidade de Modena, onde seu irmão morava. Berardi brilhou na pelada, fazendo um dos universitários presentes ligar para Luciano Carlino, então auxiliar-técnico da base do Sassuolo.
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Carlino relatou em uma entrevista à revista FourFourTwo que Berardi apareceu no CT e o impressionou de cara. “Treinou por apenas 20 minutos e já foi o bastante para o diretor do Sassuolo. Ele me chamou de lado e disse: “Você estava certo, ele é bom mesmo. Pode prepará-lo””.
Por pouco Berardi não perdeu sua condição de homem fiel. Em 2013, a Juventus pagou 4,5 milhões de euros (cerca de R$ 28,6 milhões na cotação atual) ao Sassuolo para comprar 50% dos direitos econômicos do atacante italiano. Porém, ele nunca atuou pela Velha Senhora.
Foi emprestado logo em seguida novamente para o Sassuolo, e assim que o contrato de empréstimo se encerrou, foi comprado novamente pelos Neroverdi. O Sassuolo desembolsou 10 milhões de euros (em torno de R$ 63,5 milhões na cotação atual) para recomprar a fatia cedida do jogador.
Os Bianconeri até incluíram uma cláusula de prioridade de transferência em caso de outras propostas no futuro. Contudo, Domenico Berardi nunca quis deixar o Neroverdi, mesmo com sondagens de gigantes europeus e campanhas oscilantes de seu time.
Iñaki Williams será o primeiro capitão negro da história do Bilbao – EFE/ Quique García
Jogadores considerados one club man são cada vez mais raros no futebol globalizado. Mas ainda existem exemplos de atletas que escolheram construir toda a carreira em um único time, como fizeram Paolo Maldini no Milan, Ryan Giggs no Manchester United e Francesco Totti na Roma.
Entre eles está Iñaki Williams, de 31 anos, símbolo do Athletic Bilbao. O atacante representa como poucos a filosofia do clube basco, que se limita a contar com atletas nascidos ou criados no País Basco. Seu irmão, Nico Williams, de 23, também só atuou pelos Leones e nesta temporada negou propostas sedutoras de Barcelona e Bayern.
Outro caso marcante é o de José Gayà, lateral-esquerdo e capitão do Valencia. Formado nas categorias de base do clube, ele se tornou uma das figuras centrais da equipe mesmo em meio às dificuldades esportivas e financeiras vividas pelo Valencia na última década.
No mesmo caminho, Christian Günter, no Freiburg, e Koke, no Atlético de Madrid, também reforçam a ideia de fidelidade. Günter é ídolo da torcida do Freiburg por ter ficado mesmo nos momentos de rebaixamento e levado o time de volta à elite alemã, sendo símbolo de entrega e dedicação.
Já Koke representa o coração do Atlético: nascido em Madri, ele acumulou títulos importantes sob o comando de Diego Simeone e se tornou um dos capitães mais respeitados do futebol espanhol.
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