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La Liga denuncia 24 cânticos violentos, racistas e xenófobos em clássico

Atacante brasileiro Vinicius Júnior, maior alvo, sofreu com injúria racial e coros de ódio na vitória do Real Madrid diante do Atlético, no último domingo

A La Liga, responsável pela gestão do Campeonato Espanhol, formalizou em sua denúncia à comissão antiviolência, dedicada a combater atos ofensivos e violentos, 24 cânticos impróprios de torcedores de Atlético de Madri e Real Madrid registrados dentro e fora do estádio Wanda Metropolitano, durante o clássico do último domingo, 18, vencido por 2 a 1 pelos merengues.

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O confronto teve como principal alvo o atacante brasileiro Vinicius Júnior, vítima de injúrias raciais e de coros de ódio do público presente. Segundo o relatório, divulgado pelo diário espanhol As, os cânticos foram classificados como “violentos, racistas, xenófobos e intolerantes ao esporte”.

“Mensagens racistas (‘Vinicius, você é um macaco, você é um macaco’) e até de ódio (‘Vinicius, morra’) eram dedicadas a ele. A La Liga também denunciou os coros de violência violentos dos torcedores do Real Madrid presentes no Metropolitano: ‘Índio de m… que não quica’,”, disse um trecho da reportagem.

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Com relação ao brasileiro, a primeira manifestação envolveu cerca de 500 torcedores, enquanto a segunda ocorreu 12 minutos antes do início do jogo, envolvendo quase 2.000 presentes localizados na Bancada Inferior do Fundo Sul, setores 127 a 133, atrás de um dos gols. “eles cantaram de forma coral e coordenada por aproximadamente 15 segundos o canto: ‘Vinicius, morra!'”, relata.

A menção ao termo “índio” é uma forma xenófoba de manifestação como torcedores madridistas provocam os rivais. A origem surgiu na década de 1970, quando o Real contratou diversos jogadores do norte da Europa como os alemães Netzer, Breitner e Stielike, além do dinamarquês Jensen, sendo apelidado de “vikings”, enquanto os colchoneros apostavam em jogadores sul-americanos, alguns com origem indígena, em seu elenco.

Entre as ocorrências registradas por La Liga, aos 17 minutos de partida, um isqueiro e várias garrafas foram lançadas ao gramado logo após o primeiro gol da partida, marcado por Rodrygo. Ele e Vinicius Júnior dançaram durante a comemoração.

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O Atlético se posicionou na última terça, 20, sobre os cânticos racistas. O clube disse “condenar veemente” os atos de “uma minoria de torcedores” e prometeu colaborar com a investigação, além de expulsar os associados identificados no episódio. No comunicado, porém, os colchoneros não mencionam nenhuma vez o nome do atacante rival.

“O Atlético de Madri condena veementemente os cantos inadmissíveis que uma minoria de torcedores fez fora do estádio antes do clássico. O racismo é um dos maiores flagelos da nossa sociedade e infelizmente o mundo do futebol e os clubes não estão isentos da sua presença. Nosso clube sempre se caracterizou por ser um espaço aberto e inclusivo para torcedores de diferentes nacionalidades, culturas, raças e classes sociais e poucos não conseguem manchar a imagem de milhares e milhares de atletas que apoiam seu time com paixão e respeito ao rival”, iniciou dizendo.

“Esses cantos nos causam uma enorme rejeição e indignação e não permitiremos que nenhum indivíduo se esconda atrás de nossas cores para proferir insultos racistas ou xenófobos. No Atlético de Madrid temos tolerância zero ao racismo, o nosso empenho na luta contra este flagelo social é total e não vamos parar até o eliminarmos. Para isso entramos em contato com as autoridades para oferecer nossa máxima colaboração na investigação dos eventos ocorridos fora do estádio e exigir a identificação das pessoas que participaram para proceder à expulsão imediata daqueles que são sócios do clube”, completou em outro trecho.

O clube ainda pediu por uma reflexão sobre o assunto e prometeu medidas mais enérgicas contra os associados envolvidos: “‘ dor que a família vermelha e branca sente por este evento é enorme. Não podemos permitir que alguém associe nossos fãs a esse tipo de comportamento e questione nossos valores por causa de uma minoria que não nos representa. Nossa decisão é firme e retumbante e não vamos parar até expulsá-los da família vermelha e branca porque eles não podem fazer parte dela“.

As ofensas da partida são as mesmas que o empresário Pedro Bravo, comentarista do programa El Chiringuito, proferiu contra o brasileiro. O nome do atacante esteve envolvido em diversas polêmicas em razão de suas danças para comemorar gols.

Pouco antes da partida, curiosamente, repercutiu negativamente entre torcedores colchoneros uma rápida dança do atacante Matheus Cunha, do Atlético, ao encontrar com o companheiro de seleção pouco antes de entrar em campo.

“A p… do post do Vini nunca foi sobre Koke, era sobre um racista que tinha um microfone em um programa de TV. Quem viu a entrevista sabe que o que o nosso capitão disse estava certo, todos fazem o que querem quando marcam”, desabafou Cunha.

Durante a semana, o atacante recebeu manifestações de apoio de nomes como Pelé e Neymar, além de companheiros da seleção brasileira como Thiago Silva, Lucas Paquetá, Gabriel Jesus, Bruno Guimarães, Raphinha. Também se manifestaram outras importantes figuras do mundo do futebol, como Xavi e o narrador Galvão Bueno.

Bravo comparou o atacante a um macaco por conta de alguns dribles e das comemorações com danças no programa. A hashtag BailaViniJr ficou entre os assuntos mais comentados da rede social Twitter.

O assunto ganhou força depois do volante Koke, capitão do Atlético de Madri, alertou sobre uma possível briga em razão de uma dança de Vini no clássico entre as equipes.

Na partida, porém, os merengues venceram com tranquilidade e com participação efetiva de Vinicius Júnior no segundo gol marcado por Valverde. O atacante fez jogada individual, acertou um chute na trave e Valverde completou sem dificuldades.

Na comemoração dos dois gols, o primeiro foi marcado pelo brasileiro Rodrygo, comemorou com danças.

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