Dono do PSG alfineta Real Madrid e denúncia de LaLiga: ‘Quem é Tebas?’
Nasser Al-Khelaifi disse que a Superliga idealizada por Florentino Pérez "está morta" e desconversou sobre a possibilidade de Neymar deixar o clube
Nasser Al-Khelaifi, presidente e proprietário do Paris Saint-Germain, não se intimidou ao falar do Real Madrid e das denúncias de violações ao fair-play financeiro que a equipe francesa vem recebendo por parte de LaLiga. Em entrevista ao Marca, o principal diário esportivo da capital espanhola nesta terça-feira, 21, o bilionário catariano ironizou os planos do rival de criar uma Superliga de gigantes europeus para substituir a Liga dos Campeões e explicou a manutenção de Kylian Mbappé no elenco do PSG.
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O dirigente do Catar disse que a decisão de segurar Mbappé, a despeito da proposta de 180 milhões de euros do Real Madrid, passou pela vontade do atleta de seguir na França, e o defendeu das denúncias sobre ter feito um “leilão”.
“Tenho um grande respeito pelo Real Madrid, é um grande clube, mas Kylian nunca decidiu renovar por dinheiro, essa é a primeira coisa. A oferta de Madri foi melhor que a nossa. Ele é nosso jogador e teve outros clubes na Inglaterra além do Real Madrid, mas escolheu o projeto do PSG. Ele é parisiense, é francês e queria ficar aqui para representar sua cidade e seu país, seu clube, e o que se disse sobre ele não é justo”, disse Al-Khelaifi.
Em seguida, porém, deu sua primeira alfinetada em Florentino Pérez, o presidente do Real Madrid e líder da fracassada tentativa de criação da Superliga. “É estranho. O Real Madrid ganhou a Liga dos Campeões, merecidamente, mas se por um lado quer ganhá-la e comemora há dias, por outro não gosta de jogar. Se você não está feliz, não precisa jogar. É a melhor competição do mundo para todos e nem sei por que os torcedores espanhóis também são contra essa competição. Para mim, a Superliga está morta.”
Em seguida, pegou ainda mais pesado em relação a denúncia protocolada por Javier Tebas, o presidente de LaLiga, contra o clube. “Quem é Tebas? Eu não conheço essa pessoa. Nosso estilo não é se envolver nos assuntos de outros clubes, outras Ligas ou Federações. Mas não aceitarei que outros nos queiram dar lições. Temos um projeto de futebol para construir e vamos seguir em frente. Não estamos preocupados, nem tudo que sai na mídia, porque não podemos perder tempo com tudo que sai. Tebas devia se concentrar em seu campeonato, que está meio morto.”
Afiado como nunca, Al-Khelaifi ainda ironizou aqueles que tratam o PSG como um clube-estado, por suas ligações com o governo do Catar, e fez menção à proximidade histórica do Real Madrid com o ditador espanhol Francisco Franco (1892-1975), que abriram portas para a construção do Santiago Bernabéu na década de 1940. “Na Espanha o Estado apoia alguns clubes, mais do que nós. Um estádio magnífico no meio da cidade sem pagar nada? Não é justo. Pagamos pelo estádio, pelo centro de treinamento, por tudo…”
Al Khelaifi negou que tenha procurado Zinedine Zidane para ser o técnico do time. “É uma pessoa que gostei muito como jogador e que gosto muito como treinador, o adoro, mas nunca conversamos, direta ou indiretamente, e o respeito muito. Muitas coisas saíram na imprensa, mas nunca falamos com ele.” Christophe Galtier, do Nice, deve assumir o cargo, segundo a imprensa francesa.
Por fim, deixou no ar a possibilidade de Neymar ser negociado ainda nesta janela. “Não podemos falar sobre esses assuntos na mídia, alguns virão e outros irão, mas são negociações privadas.” O craque brasileiro recentemente renovou contrato com o PSG até 2025.