Como os italianos tentam repetir hegemonia europeia após 25 anos
Inter largou na frente do Milan na semi da Champions, Roma e Juventus podem alcançar decisão da Europa League e Fiorentina sonha com Conference
Era praticamente sagrado ligar a televisão na Bandeirantes logo cedo aos domingos, nos anos 1980 e 1990, para assistir a nomes como Maradona, Platini, Falcão, Zoff, Baresi, Matthäus, Careca, Roberto Mancini, Vialli, Baggio, Gullit, Van Basten, Del Piero, Ronaldo Fenômeno e cia. desfilarem pelos gramados italianos. O país havia se transformado na coqueluche, a nata, a menina dos olhos do futebol mundial.
Contando com a presença já certa de um representante na final da Liga dos Campeões – Inter de Milão e Milan decidem uma das semifinais da competição -, os italianos sonham com muito mais após anos recentes inglórios: quebrar um jejum de 25 anos sem colocar equipes simultaneamente em duas decisões europeias. Quem alimenta a expectativa são os semifinalistas da Champions, Liga Europa e Conference League.
Na maior e mais disputada das competições, onde já há a certeza de Calcio na final, a Inter venceu por 2 a 0 o Milan pelo jogo de ida da semifinal. A decisão da vaga será na próxima terça, 16, com os nerazzurri podendo perder por um gol de diferença.
Pela Liga Europa, os candidatos são a Roma, de José Mourinho, que superou por 1 a 0 o Bayer Leverkusen, em casa, e joga por um empate na Alemanha para conseguir a classificação. Na outra semifinal, a Juventus empatou por 1 a 1 com o Sevilla, em Turim, e terá difícil missão na Espanha.
Na Conference League a esperança recai sobre a Fiorentina, que precisará se reeguer da derrota por 2 a 1 para o Basel, em Florença, na primeira partida. Todas as partidas serão na próxima quinta, 18.
Caso um dos times das competições europeias menos badaladas alcancem o estágio mais alto do chaveamento, isso representa a volta de italianos em duas finais europeias.
Em 1998, a Juventus enfrentou o Real Madrid na final da Champions, que terminou com êxito merengue por 1 a 0, enquanto a Inter bateu a Lazio, por 3 a 0, com uma memorável atuação de Ronaldo Fenômeno, na final da Copa da Uefa, nome antigo da Liga Europa.
Desde então, apesar dos títulos da Champions de Milan e Inter, do Parma na Liga Europa e da Roma na primeira edição da Conference League, em 2022, nunca mais houve chance de troféu em mais de uma frente.
Nove anos antes, em 1989, pela primeira vez na história do futebol europeu, a prova mais clara da dimensão do campeonato. Três times do país ganharam as principais competições europeias: o Milan a Copa da Europa (hoje Liga dos Campeões), a Fiorentina a Copa da Uefa (Liga Europa) e a Sampdoria a já extinta Recopa, disputada somente entre os vencedores de taça de cada país.
Curiosamente, a renascença do futebol italiano para o destaque no alto nível europeu acontece simultaneamente a uma queda de produção da seleção nacional. Assim, enquanto a Azzurra, tetracampeã do mundo, não participa da Copa desde 2014, é hora dos italianos comemorarem as glórias seus times.