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UFC 154: St-Pierre dá show em casa. Anderson o aplaude

O campeão voltou: muito agressivo, o canadense derrotou o americano Condit

Dois brasileiros participaram do card: Rodrigo Damm, com Anderson Silva em seu córner, foi derrotado por decisão dividida dos juízes e Rafael dos Anjos, no card principal, venceu por decisão unânime

Ele enfim voltou – e mostrou, logo de cara, que continua no primeiro escalão do MMA. Depois de mais de dezoito meses afastado por contusão, um dos melhores e mais técnicos lutadores do planeta, Georges St-Pierre, retornou ao octógono neste sábado, diante de sua torcida, no duelo principal do UFC 154, no ginásio Bell Centre, em Montreal, no Canadá. O oponente era Carlos Condit, adversário duríssimo, que conquistou o cinturão interino por causa da longa ausência do canadense, vítima de uma grave lesão de ligamento do joelho. E St-Pierre não decepcionou: tomou a iniciativa, controlou a luta e venceu por decisão unânime dos juízes. Foi a décima vitória consecutiva de St-Pierre, que terminou o combate sendo aplaudido de pé pela arena inteira – inclusive pelo outro superatleta que deverá cruzar seu caminho em breve, Anderson Silva, que tem tudo para ser seu próximo adversário, num encontro aguardado há anos pelos fãs do MMA.

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Georges St-Pierre deu um show em Montreal, deixando claro a todos quem era o verdadeiro campeão. Condit encerrou o primeiro assalto com o rosto todo ensanguentado, depois de passar pelo menos dois minutos ininterruptos no solo sendo castigado pelo ground and pound do campeão. No segundo round, GSP manteve um estilo muito agressivo, para delírio da torcida. Apesar da vantagem na altura e na envergadura, Condit quase não ameaçava o campeão. Isso mudou no terceiro round, quando o desafiante enfim acertou o canadense, o derrubou e conseguiu ficar por cima, encaixando vários bons golpes. GSP correu risco real de perder, mas superou o susto, virou o jogo e retomou a ofensiva. No quarto e no quinto assaltos, ele manteve a mesma toada – mesmo diante de um rival muito duro e que parecia incansável, o astro canadense seguia atacando e mostrando um variadíssimo repertório de golpes, tanto na trocação como no solo.

Aplausos do Spider – Agora, o caminho está pavimentado para a maior luta da história do UFC. A franquia já teve duelos inesquecíveis entre atletas lendários como Royce Gracie, Chuck Liddell, Tito Ortiz, Randy Couture, Ken Shamrock, Matt Hughes e Mark Coleman. Nunca houve, no entanto, um embate entre atletas tão dominantes em suas categorias quanto GSP e Anderson Silva. Ambos vêm de longa invencibilidade (o Spider jamais perdeu no UFC) e são considerados astros do esporte em seus países. O provável confronto, que pode acontecer logo no primeiro semestre de 2013, tem tudo para quebrar todos os recordes, desde o maior público presente ao número de pacotes de pay per view vendidos. Anderson, que acompanhou a vitória de St-Pierre ao vivo, da segunda fileira de cadeiras diante do octógono, logo atrás de Dana White, deverá baixar um pouco mais de peso. O canadense deverá subir para que se chegue a um patamar combinado. Impressionado com a exibição dos lutadores, Anderson aplaudiu muito o duelo.

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Ainda não há confirmação oficial sobre a luta, mas poucos acreditam que o combate não será concretizado – afinal, tanto Dana White como os dois lutadores já tinham sinalizado positivamente quando questionados sobre o assunto no passado. Anderson, inclusive, aproveitou a ida a Montreal para reiterar sua intenção de lutar contra GSP. Falando numa entrevista coletiva realizada antes do UFC 154, ele mostrou que abriria mão até mesmo do plano de voltar a lutar só no segundo semestre de 2013, revelado há alguns dias. “St-Pierre é meu principal plano. A decisão é do Dana White. Eu luto para o UFC. Pode ser em maio, mas preciso falar com meus treinadores”, disse, já fazendo referência ao mês cogitado pelo presidente da franquia para a luta. Há três alternativas de local para o combate: Estados Unidos, Canadá e Brasil, com possível preferência para o primeiro, por se tratar de um palco neutro. Seja onde for, a luta deve ser realizada num estádio, para quebrar o recorde de público do UFC.

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Outras lutas – Dominado por canadenses e americanos, o card do UFC 154 não tinha muitos brasileiros escalados para a noitada de lutas. Foram apenas dois atletas do país em ação. O primeiro participou do card preliminar. Em uma luta extremamente equilibrada na categoria peso-pena, o capixaba Rodrigo Damm – que contou com as instruções de Anderson Silva em seu córner – perdeu para Antonio “Pato” Carvalho – que, apesar do nome, é canadense e entrou para a luta com o favoritismo dos especialistas e o apoio da torcida local. O brasileiro foi derrotado por decisão dividida dos juízes e saiu do octógono lamentando o desfecho da luta, já que acreditava ter sido melhor que o atleta da casa no combate. Rafael dos Anjos, da categoria peso-leve, também participaria do card preliminar, mas o cancelamento de uma luta do card principal fez com que seu combate fosse promovido para a faixa nobre do programa deste sábado.

Ele dominou amplamente a luta contra o americano Mark Bocek – foi o melhor desde o início, castigou bastante o oponente e, apesar de ter sido acertado por um golpe baixo do canadense, conseguiu vencer o combate, por decisão unânime dos juízes. Nas outras lutas da noite, Johny Hendricks venceu Martin Kampmann (nocaute no primeiro round); Francis Carmont bateu Tom Lawlor (decisão dividida dos juízes); Pablo Garza derrotou Mark Hominick (decisão unânime dos juízes); Patrick Côté venceu Alessio Sakara (desclassificação no primeiro round) e Cyrille Diabate superou Chad Griggs (finalização no primeiro round). Antes, John Makdessi derrotou Sam Stout (decisão unânime dos juízes); Matt Riddle superou John Maguire (decisão unânime dos juízes); Ivan Menjivar bateu Azamat Gashimov (finalização no primeiro round) e Darren Elkins superou Steven Siler (decisão unânime dos juízes).

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