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‘Namorada’ de Baloubet, tratadora vê cavalo com saudade de competir

O sucesso de Rodrigo Pessoa e Baloubet du Rouet levou Sônia Oliveira a sonhar com a carreira de amazona. Então adolescente, a garota guardava em seu quarto um pôster do conjunto em ação nos Jogos Olímpicos de Atenas-2004. Oito anos depois, com o projeto de competir profissionalmente deixado de lado e o curso de técnica […]

O sucesso de Rodrigo Pessoa e Baloubet du Rouet levou Sônia Oliveira a sonhar com a carreira de amazona. Então adolescente, a garota guardava em seu quarto um pôster do conjunto em ação nos Jogos Olímpicos de Atenas-2004. Oito anos depois, com o projeto de competir profissionalmente deixado de lado e o curso de técnica em gestão equina completo, ela é a tratadora exclusiva do célebre animal. Única a montá-lo, a portuguesa de 24 anos dorme a poucos metros de sua baia e vê o cavalo com saudades de competir.

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‘É algo muito especial, não sei explicar. (Risos) Ele é meu namorado’, disse Sônia, sem jeito, quando questionada se seus pretendentes nunca sentiram ciúmes do garanhão. ‘É como se fosse uma pessoa. Passamos um tempo imenso juntos durante todos os dias, são muitas horas. Acabo sabendo quando ele está bem disposto, quando está mais apático. Pelas atitudes cotidianas dele, vou percebendo o estado de espírito’, explicou a tratadora durante a visita da Gazeta Esportiva.net ao haras que abriga o animal, em Portugal.

Em seu quarto, localizado nos fundos da baia ocupada por Baloubet du Rouet, Sônia pendurou o antigo pôster do animal com Rodrigo Pessoa nos Jogos Olímpicos de Atenas-2004. Ela tem mais duas fotos do conjunto em ação e ainda exibe um quadro apenas do cavalo. Em cerca de um ano e meio de ‘relacionamento’, a jovem tratadora até desenvolveu o hábito de discutir a relação com o quadrúpede em alguns momentos.

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‘Eu costumo conversar com o Baloubet. Como meu quarto é do lado da baia, passo por ele quando acordo, depois de tomar o café da manhã, quando vou almoçar, antes de deitar. Enfim, a porta da baia é a passagem para a minha casa. No começo, quando surgiu a oportunidade de trabalhar com o Baloubet, achei que fosse um sonho. Com o tempo, vai entrando na rotina, mas sei que essa chance que estou tendo é ótima’, declarou a tratadora.

O empresário português Dom Diogo Pereira Coutinho comprou Baloubet du Rouet na França, com três anos. Desde que percebeu a predileção do animal pelos cuidados femininos, contratou apenas mulheres como tratadoras. Nicole Pereira Coutinho, esposa do proprietário, conta que Sônia não é a primeira ‘conquista’ do cavalo. ‘Ele gosta de mulher, do lado feminino, com certeza. As mulheres dão beijinhos nele. Você acha que homem vai dar beijinho? As mulheres se apaixonam completamente por ele’, disse.

Aposentado da competição desde 2006, Baloubet ocasionalmente é levado a provas de salto apenas na condição de celebridade. Com Sônia, por exemplo, fez uma apresentação em uma etapa do Global Champions Tour-2011, mas sem saltar. De acordo com a tratadora, o cavalo sofre intenso assédio durante eventos do gênero e, ao ver a pista com obstáculos montada, sente saudade dos tempos em que reinava nas mais importantes competições.

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‘No Global Champions Tour, estavam alguns dos melhores cavaleiros do mundo e todos sabem que é o Baloubet. Muita gente do público se aproximava e perguntava: ‘Esse é o Baloubet? Ele está ótimo!’. Não tenho dúvida nenhuma de que ele sente saudades de competir. Quando entra em uma pista com obstáculos e público, vira um outro cavalo. Mesmo no nosso picadeiro do haras, quando há saltos, ele também muda’, afirmou Sônia.Campeão da Copa do Mundo em Helsinque-1998, Gotemburgo-1999 e Las Vegas-2000, Baloubet du Rouet ainda participou da conquista da medalha de bronze olímpica por equipes em Sydney-2000 e do ouro individual em Atenas-2004, sempre com Rodrigo Pessoa. Ao saber que no Brasil o animal é mais lembrado pelas trágicas refugadas dos Jogos gregos do que pela série de títulos vencidos ao longo da carreira, a tratadora portuguesa lamentou.

‘Infelizmente, as pessoas dão mais atenção para as coisas desagradáveis e trágicas do que para as coisas boas. Mas acho que isso acontece em tudo na vida e com o Baloubet deram maior valor a uma coisa que é o mais fácil de acontecer, porque no fundo o difícil é ganhar. Agora, acho que ele é um cavalo feliz. Não viaja e compete mais, mas a juventude passou e ele está na fase em que quer descanso e atenção. O mesmo acontece com as pessoas. Para a idade dele, tem tudo que precisa’, disse.

Na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres-2012, Rodrigo Pessoa marchou com a bandeira do Brasil à frente da delegação nacional. Pela série de conquistas com o cavaleiro ao longo da carreira, Sônia Oliveira prometeu que permitiria que seu ‘namorado’ saísse de casa em plena sexta-feira à noite para a celebração realizada na capital inglesa. ‘Sem dúvida, ele também merecia participar’, afirmou, sorrindo.

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