Defendida pelo COI, chinesa Ye conquista o segundo ouro
A vitória não foi tão folgada quanto nos 400 metros, mas adolescente quebrou o recorde olímpico. Pela manhã, ela tinha sido absolvida das suspeitas de doping
Horas antes de sua entrada na piscina, a adolescente teve sua performance em Londres chancelada pelo COI. Um porta-voz do comitê, Mark Adams, afirmou que os críticos da chinesa deveriam “cair na real” e parar de lançar suspeitas sobre ela
Desde que foi campeã olímpica pela primeira vez, na noite de sábado, Ye Shiwen, de 16 anos, foi transformada na figura mais controversa destes Jogos de Londres. Sua performance quase inacreditável na final dos 400 metros nado medley, em que baixou seu melhor tempo em 5 segundos, destroçou o recorde mundial e chegou a marcar uma parcial melhor que Ryan Lochte, o campeão da prova masculina, colocou a adolescente chinesa no meio de uma grande discussão sobre doping – ainda que nenhum exame tenha indicado nada de errado com ela. O turbilhão de suspeitas provocou, contudo, um efeito surpreendente. Nesta terça-feira, ela foi defendida por ex-atletas, dirigentes e até pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) – e, absolvida das dúvidas, voltou a espantar o mundo, conquistando seu segundo ouro nesta Olimpíada, nos 200 metros medley. Apesar de dividir a piscina com atletas consagradas, como Stephanie Rice, Alicia Coutts, Kirsty Coventry e Ariana Kukors, detentora do recorde mundial, Ye repetiu a façanha de sábado e marcou 2min07seg57, superando Coutts. Sua vantagem não foi tão grande quanto nos 400 metros, mas ainda assim Ye quebrou o recorde olímpico.
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Horas antes de sua entrada na piscina, a adolescente teve sua performance em Londres chancelada pelo COI. Um porta-voz do comitê, Mark Adams, afirmou que os críticos da chinesa deveriam “cair na real” e parar de lançar suspeitas sobre ela. “Temos uma política muito, muito forte para combater o doping. Se houver algum trapaceiro aqui, vamos pegá-lo”, avisou. Questionado sobre se Ye tinha passado com sucesso pelo teste obrigatório a que são submetidos todos os medalhistas, Adams disse apenas que “não comenta os casos de exame negativo para doping”. “Como não vou comentar isso sobre ela, acho que você pode tirar suas próprias conclusões”, emendou. “Vamos dar aos atletas o benefício da dúvida.” O chefe do Comitê Olímpico Britânico também defendeu Ye, pedindo que seu talento fosse reconhecido. A própria atleta já tinha se pronunciado a respeito na manhã desta terça. “Meus resultados vêm de trabalho duro e treinamento, e eu jamais usaria nenhuma substância proibida. O povo chinês tem as mãos limpas”, avisou. E, a partir desta terça, o país mais populoso do planeta também tem uma nova heroína.