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Casemiro relembra polêmica sobre Copa América no Brasil: ‘Foi para o lado político’

Volante do Manchester United explicou discurso e disse que atletas se sentiram como "marionetes" durante o torneio em meio à pandemia de coronavírus

Casemiro é, há anos, uma das lideranças da seleção brasileira e admite que gosta de ostentar a faixa de capitão da equipe. Tal condição lhe traz algumas consequências, como a obrigação de dialogar com a comissão técnica e dirigentes, e também com o público. Na vez em que mais deu a cara a bater, em junho de 2021, um de seus discursos causou enorme repercussão. Dois anos depois, em entrevista exclusiva que estampa a capa da edição de julho de PLACAR, que chega às bancas na próxima sexta-feira, 14, o volante do Manchester United relembra suas falas sobre a realização da Copa América de 2021 em solo brasileiro e lamenta que o caso tenha sido desvirtuado para o âmbito político e partidário.

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Na ocasião, Casemiro se mostrou insatisfeito com a forma como a Copa América, que seria originalmente jogada na Argentina e na Colômbia, foi transferida de última hora para o Brasil, em plena pandemia de coronavírus, em uma tabelinha entre o presidente da CBF, Rogério Caboclo — que já enfrentava as denúncias de assédio sexual e moral que o derrubariam do cargo —, e o governo de Jair Bolsonaro. A bola acabou rolando e tudo terminou em frustração, com o fim do jejum argentino no Maracanã. A PLACAR, de sua casa em Manchester, Casemiro explica em detalhes o ocorrido.

“[A discussão] foi para o lado político, algo que não tinha nada a ver com a história. O lado era humano, só isso. O mundo estava numa pandemia e a seleção brasileira arrasta multidões. A Copa América foi cancelada na Argentina por causa da pandemia, sendo que o Brasil estava num momento até pior da pandemia. Era só uma questão de respeito. Muda em questão de dias e o jogador não tem opinião? Nós temos familiares que nos acompanham, poderia acontecer algo com eles. Você não pode tratar o jogador como marionete”, desabafou Casemiro.

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Segundo ele, o ideal seria que a competição fosse jogada em uma única cidade, no formato de “bolha” e com os melhores gramados disponíveis – a arena do Corinthians era a preferida dos atletas. “A estrutura não foi boa, os campos não estavam preparados, os hotéis. Se eu fico numa bolha,  trancado quarenta e poucos dias, comida boa, jogo e volto, não teria problema. O problema era o entorno. Nos acusavam de não querer jogar, mas não era isso, tanto que nós jogamos. Em momento algum nós dissemos que não queríamos jogar. O que não queríamos era sermos marionetes de uma competição, que sai daqui, vai para lá. Como se pode preparar uma Copa América em três dias?”, indaga.

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Em recente entrevista ao ge, o ex-coordenador da CBF, Juninho Paulista, também falou sobre o tema. “Tinha aquela questão da desistência de um país, a indefinição de onde iríamos jogar e, em cima da hora, o Rogério [Caboclo] tentando trazer essa Copa América para o Brasil no momento pandêmico complicado. E com opiniões diversas dos jogadores, da própria comissão técnica. Esse elo entre a parte técnica e a parte administrativa eu também sofri um pouco para falar com o Rogério, para resolver essa situação. Foi uma parte bem complicada.”

Na época, em entrevista à TV Globo dias antes de a bola rolar, Casemiro deixou no ar a insatisfação do grupo. “Não podemos falar do assunto, mas todo mundo sabe nosso posicionamento, mais claro impossível. O Tite deixou claro para todo mundo o que pensamos da Copa América. Existe respeito, existe hierarquia, mas queremos dar nossa opinião.”, afirmou. “Queremos falar. Não queremos desviar o foco. Queremos expressar nossa opinião, se é certa ou não, as pessoas vão poder determinar”, disse.

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Dias antes, o técnico Tite havia dado a entender que os atletas e comissão não queriam que a competição fosse transferida para o Brasil. “Temos uma opinião muito clara e fomos lealmente, numa sequência cronológica, eu e Juninho, externando ao presidente qual a nossa opinião. Depois, pedimos aos atletas para focarem apenas no jogo contra o Equador. Na sequência, solicitaram uma conversa direta ao presidente. Foi uma conversa muito clara, direta. A partir daí, a posição dos atletas também ficou clara. Temos uma posição, mas não vamos externar isso agora. Entendemos que depois dessa Data Fifa, as situações vão ficar claras.”

Lionel Messi e Neymar na final da Copa América em 2021
Messi e Neymar na final sem torcida no Maracanã

Na mesma entrevista, Casemiro avaliou a derrota para a Croácia como a mais dolorosa de sua carreira e analisou o lance do gol de empate, de Bruno Petkovic, a quatro minutos do fim da prorrogação. Se fosse para dar uma voadora no Luka Modrid, eu daria, afirmou, sobre sua participação na jogada.

Nos próximos dias, PLACAR divulgará outros trechos da entrevista com Casemiro, tanto no site quanto na PLACAR TV. A íntegra da entrevista e a edição de junho, que traz um especial da Premier League e o guia da Copa do Mundo feminina, saem no dia 14 de julho.

Capa da PLACAR de julho, com Casemiro e guia da Copa feminina
Capa da PLACAR de julho, com Casemiro e guia da Copa feminina
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