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A volta de Georges St-Pierre, candidato a melhor de todos

Canadense campeão meio-médio passou dezoito meses parado por lesão e, neste sábado, enfrentará o campeão interino da sua categoria, no UFC 154

Anderson deverá estar na primeira fileira para acompanhar o combate. Se depender de Dana White, a luta com St-Pierre será marcada já no Canadá – nesta semana, ele falou numa possível data em maio do ano que vem, possivelmente nos EUA

Georges St-Pierre tornou-se campeão dos meio-médios do UFC alguns meses depois de Anderson Silva garantir seu cinturão na categoria imediatamente acima, a dos médios, em 2006. O canadense sempre foi um dos queridinhos de Dana White – e, até pouco tempo atrás, era considerado o melhor lutador peso por peso, ou seja, o melhor atleta de todas as categorias da franquia, à frente inclusive do Spider. Nos últimos anos, porém, as trajetórias de GSP e Anderson seguiram caminhos diferentes. As lutas do brasileiro começaram a fazer enorme sucesso nos Estados Unidos. O UFC investiu pesado no mercado brasileiro. O canadense foi ficando para trás. Não ajudou em nada o surgimento de outro fenômeno: o americano Jon Jones, jovem, talentoso e dominante, tornou-se campeão da categoria meio-pesado com golpes sensacionais. Para completar, St-Pierre passou mais de um ano sem lutar por causa de lesões no joelho. Neste sábado, depois de dezoito meses, o ídolo canadense tentará recuperar seu lugar de destaque na franquia e no mundo do MMA. Ao enfrentar Carlos Condit no UFC 154, em Montreal, no Canadá, Georges St-Pierre lutará para provar não apenas que ainda é o verdadeiro campeão da categoria – Condit detém o cinturão interino -, mas também que continua sendo um dos melhores lutadores do planeta, disputando com Anderson e Jon Jones o status de principal campeão do UFC. No Brasil, a noitada de lutas só será exibida pelo canal pay per view Combate.

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GSP conquistou o cinturão dos meio-médios ao derrotar Matt Hughes no UFC 65, em novembro de 2006. Na luta seguinte, em abril de 2007, chegou a perder seu título para Matt Serra, mas recuperou o cinturão na revanche, em dezembro do mesmo ano. Desde então, não o largou mais – Condit só ganhou o título temporário por causa do longo afastamento do campeão. Com o mercado canadense crescendo tanto quanto o americano, o UFC investiu no novo ídolo e fez com que GSP fosse alavancado ao posto de principal atleta do país, superando até os astros das modalidades mais populares, como o hóquei no gelo. Enquanto Anderson despontava como o grande astro da companhia, GSP passou a perder pontos com o público. Suas lutas começaram a ficar chatas. O discurso sobre tentar ser um lutador perfeito, que domina todas as modalidades das artes marciais, passou a ficar repetitivo. Ao mesmo tempo, as lesões começaram a ficar mais sérias. A última luta de GSP aconteceu em abril de 2011, quando ele bateu Jake Shields por decisão unânime dos juízes. A luta, realizada num estádio coberto, é o recorde de público do UFC: 55.000 torcedores. Durante a ausência forçada pelas pelas lesões, GSP cogitou a aposentadoria, alegando que não via mais graça em lutar e treinar. O canadense acabou desistindo da ideia, explicando que o tempo em que ficou distante do octógono acabou tendo outro efeito sobre ele: o atleta voltou a se sentir bem ao ir para a academia e aperfeiçoar seus golpes. Leia também: ‘Meu sonho é uma superluta contra St-Pierre’, diz Anderson Enquanto passava seus dias entre os treinos e a fisioterapia, Georges St-Pierre viu Jon Jones conquistar o status de mais jovem campeão do UFC, ao derrotar Maurício Shogun, em 2011. Era tudo que o UFC precisava: um campeão americano, muito forte, com carisma e disposto a assumir o papel de principal lutador da franquia. O UFC só não contava com a notável longevidade de Anderson Silva, que não parou de acumular recordes no UFC e conseguiu fazer Dana White dar o braço a torcer – apesar de uma relação turbulenta com o brasileiro, o chefão da franquia hoje fala abertamente que o Spider é o melhor lutador de todos os tempos. GSP, por sua vez, caiu para o terceiro posto na preferência do presidente do UFC. Se superar Carlos Condit no sábado, Georges St-Pierre terá uma chance de ouro para mostrar que é o maior lutador que já pisou num octógono. Para isso, basta aceitar a superluta contra Anderson Silva e usar todo o seu repertório de golpes para conseguir superar o brasileiro. Anderson, aliás, deverá estar na primeira fileira de cadeiras para acompanhar o combate. Se depender de Dana White, a luta será marcada já no Canadá – nesta semana, ele falou numa possível data em maio do ano que vem. Entre levar o megaevento ao mesmo palco da quebra do recorde de público, no Canadá, e promover a primeira luta num grande estádio do Brasil, como já foi cogitado, o chefão do UFC, sempre atento a um bom negócio, deverá partir para uma outra alternativa: promover a superluta nos Estados Unidos, no estádio do Dallas Cowboys, o mais caro já erguido no mundo, todo coberto e com capacidade para receber mais de 100.000 torcedores.

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