Texto publicado na edição impressa 1529 de PLACAR, já disponível em versão digital e física.
Nem mesmo as mais de sete horas de viagem de carro de Belo Horizonte (MG) até Cotia (SP), onde se localiza o acervo de fotos da revista PLACAR, no Departamento de Documentação e Pesquisa Jornalísticas (Dedoc), da Editora Abril, tiraram o entusiasmo de José Reinaldo de Lima, o rei do Atlético-MG.
O ex-atacante de 68 anos cumprimentou a todos com simpatia e retribuiu o carinho dos funcionários mais antigos que faziam questão de relembrar seus gols. Posou para fotos fazendo sua tradicional comemoração, o punho cerrado que fez dele um ícone esportivo e político entre os anos 1970 e 1980.
Em seguida, Reinaldo dedicou-se ao motivo de tão nobre visita: pesquisar o acervo de PLACAR e escolher algumas fotos para uma reedição do livro Punho Cerrado – A história do Rei (2017, Editora Letramento), escrita por seu filho, Philipe van R. de Lima, que o ajudou a vasculhar os tesouros da família.
Rapidamente, o papo virou uma viagem no tempo repleta de nostalgia. “Essa é a melhor de todas, o [fotógrafo J.B.] Scalco era um gênio”, derreteu-se ao rever a foto da partida entre Brasil e Suécia, na Copa de 1978, que foi parar na capa da revista. Também se emocionou ao rever sua primeira foto publicada em PLACAR, ainda adolescente, em 1971, em um campeonato de jovens em Brasília. A personalidade rebelde que sempre o caracterizou também se fez presente.

Ao rever as centenas de imagens de sua carreira, relembrou os erros de arbitragem que prejudicaram o Galo e a truculência dos rivais que agravaram suas constantes lesões. “Olha o Abel [Braga] me batendo. Ele batia demais”, divertiu-se. E se alegrou ao saber que foi reeleito, por unanimidade, entre o Time dos Sonhos do Atlético, na edição de janeiro deste ano.
“Fico muito feliz de ter dado essa contribuição para o futebol brasileiro e, sobretudo, para o nosso Galo. Tenho muito orgulho de ser atleticano”, afirmou o maior artilheiro da história alvinegra, com 255 gols. Na despedida, houve tempo para mais um gesto de afeto. Reinaldo nos presenteou com um queijo da Serra da Canastra e um doce de leite, antes de pegar a estrada novamente. Que cara gente boa, sô!






