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Tite defende trabalho do filho na seleção: ‘Ele é bom para c….’

Em entrevista a PLACAR de outubro, técnico da seleção brasileira rebateu críticas sobre nepotismo ao falar do auxiliar Matheus Bachi

Tite é a grande atração da edição impressa de outubro de PLACAR, já disponível em nossas plataformas digitais e em breve nas bancas de todo o país. Na longa entrevista que concedeu em São Paulo e que estampa a capa da revista, o treinador da seleção brasileira se mostrou bastante otimista para a Copa do Mundo do Catar e fez uma avaliação sobre seus seis anos de trabalho. Numa das raras vezes em que abandonou o tom sereno e bem-humorado durante o papo, Tite foi firme ao defender o trabalho de seu filho, Matheus Bachi, auxiliar da equipe desde o início do ciclo.

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Apesar de antigas, as acusações sobre nepotismo seguem incomodando o técnico, que faz questão de citar a formação acadêmica e profissional de Matheus, de 33 anos, com quem também trabalhou no Corinthians. Durante o papo, Tite estava acompanhando deu seu braço-direito, o também auxiliar Cléber Xavier, e foi questionado sobre por que raramente seu filho concede entrevistas, ao contrário de Cléber e de César Sampaio, outro membro da comissão.

“Será que o Matheus aparece pouco por minha causa ou porque não é procurado devidamente para mostrar a formação profissional e universitária que teve, as experiências que ele teve? Talvez as pessoas o procurem. Qual é a função dele dentro da comissão? Precisei explicar qual era. [É o responsável] das bolas paradas, quem didaticamente te mostra com fotos ou num tablet os posicionamentos”, iniciou Tite.

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O treinador de 61 anos se disse calejado com as críticas, mas subiu o tom ao elogiar a qualidade profissional de seu filho. “É inevitável. Eu e ele temos uma situação muito tranquila. Ele vai carregar com ele o peso do pai que tem e eu o do filho. É impossível médico ter filho médico bom? E o músico ter filho músico bom? O Matheus é bom para c…, não é pouco bom, não, ele é muito bom.”

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Fiel escudeiro de Tite há mais de duas décadas, Cléber Xavier pediu a palavra e explicou por que Matheus costuma ser preservado em entrevistas. “Eu, por estar há muito tempo com o Tite, tenho uma representatividade. O Sampaio por ser a referência que foi como pessoa, capitão de seleção, também tem. O Matheus ainda não tem, mas tem o mesmo nível. E entre a gente não há vaidades”, disse.

Matheus Bachi foi auxiliar de Tite no Corinthians em 2015
Matheus Bachi foi auxiliar de Tite no Corinthians em 2015

“O Matheus tem trabalho importante lá dentro, com a bola parada defensiva, ofensiva, os movimentos ofensivos que ele traz muito bem com o trabalho de espaços. Muitas vezes você vê mais ele no campo do que o Tite, que eu, que o Sampaio. Fazemos de uma maneira limpa. O que eu vejo é que há um grande treinador para o futuro, com a escola que teve, ele se preparou para isso. Não chegou no Corinthians sem ter passagem por estágio com o Vanderlei [Luxemburgo], no Shakhtar, no Barcelona… Ele é muito responsável pelo trabalho”, completou Cléber.

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Durante a conversa, a reportagem lembrou que outros treinadores famosos também empregam filhos em suas comissões, como Carlo Ancelotti, do Real Madrid, e Dorival Júnior, do Flamengo. “Você pode ter certeza que o filho do Ancelotti também é muito bom, assim como o Lucas [Silvestre, filho de Dorival]. Eles não estão ali só porque são filhos dos caras, não…”, afirmou Cléber Xavier.

Comissão técnica da seleção brasileira
Thomáz Araújo, César Sampaio, Matheus Bachi, Tite e Cléber Xavier –

No papo com PLACAR, Tite disse respeitar a posição de seus críticos. “Algumas pessoas se identificam com o nosso trabalho e comigo. Há uma identificação de estilo, de metodologia, do aspecto ético, da educação. Essas pessoas têm todo o meu carinho e minha alegria de poder representá-las, independentemente do resultado. Outras não enxergam assim e eu tenho de compreender. Tenho até familiares e amigos que não vão torcer por mim, imagine outras pessoas”, disse.  “Quando uma crítica vem, dá para ver se ela é pesada, odiosa… Quando é do mal, conseguimos sentir esse cheiro. É muito mais pela forma com que se diz do que aquilo que se diz. Aos 61 anos, já tenho experiência suficiente para perceber.”

O treinador disse não ter redes sociais e garante que a relação com os torcedores nas ruas é bastante saudável. “Moro no Rio há seis anos e cinco vezes por semana eu e a minha esposa caminhamos no calçadão. Nunca sofri desrespeito por parte do torcedor. O máximo que falam é: ‘ô, Tite, ó o Pedro. Tite, ó o Gabigol’. Mas não com agressividade. É um respeito muito legal. As mídias sociais é que se manifestam mais. Fica como reflexão. As redes estão cheias de haters, deixemos eles falarem”.

A íntegra da entrevista de Tite está na edição de outubro de PLACAR, não perca! 

Capa da PLACAR de outubro
Capa da PLACAR de outubro de 2022

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