Rivalidade entre Messi e Lewandowski apimenta ‘final’ argentina
Estrelas de Argentina e Polônia dividiram prêmios de melhor do mundo nos últimos anos e se desentenderam por isso; duelo vale vaga nas oitavas
DOHA – Um duelo tenso, decisivo e com dois enormes protagonistas. Argentina e Polônia fazem nesta quarta-feira, 30, a partir das 16h (de Brasília), no estádio 974, um jogo que vale a classificação às oitavas de final da Copa do Mundo do Catar e ainda põe frente à frente os craques Lionel Messi e Robert Lewandowski. Ambos costumam ser bastante discretos no que diz respeito a polêmicas, mas a disputa individual por prêmios de melhor do mundo acabou gerando uma inesperada rivalidade que apimenta esta “final”.
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A situação no Grupo C é a seguinte: a Polônia lidera com quatro pontos e joga por um empate. A Argentina tem três, empatada em pontos com a Arábia Saudita, que enfrenta o México, que ainda tem chances, com um ponto. A equipe de Lionel Messi, portanto, precisa vencer a partida. Se empatar, torce por um empate entre árabes e mexicanos, ou por uma vitória do México por até dois gols de diferença. Se perder, está fora.
Eis que entra a disputa de Messi e Lewa. A confusão teve início em novembro de 2021, quando o argentino recebeu o prêmio oferecido desde 1956 pela revista France Football. Ao receber sua sétima Bola de Ouro, o argentino prestou uma homenagem ao polonês, que era o favorito de 2020, mas foi prejudicado pelo cancelamento do prêmio em razão da pandemia de Covid-19. “Quero dizer a Robert (Lewandowski) que é uma honra disputar com ele, todos concordamos que ano passado ele merecia essa Bola de Ouro, então espero que a France Football te entregue esse prêmio”.
À época, em entrevista ao canal Sportowym, Lewandowski se disse honrado em disputar um prêmio com Messi, mas já duvidava da sinceridade do argentino. “Gostaria que fosse uma declaração sincera de um grande jogador e não apenas palavras. Claro, não quero ficar orgulhoso ou entusiasmado, mas, como disse, há toda uma eleição baseada em tudo o que está sendo feito. Já estou focado em outra coisa, mas estar tão perto e ao mesmo tempo tão longe deixa esse sentimento tão amargo. Tudo o que eu carrego pode demorar um pouco para passar”, afirmou, admitindo abatimento por não faturar a Bola de Ouro.
A relação azedou de vez em fevereiro quando Lewandowski venceu pelo segundo ano seguido o The Best. Ele disse considerar o prêmio da Fifa mais justo e ironizou o fato de Messi não ter votado nele. Como capitães de suas seleções, ambos tinham direito a voto. “Eu votei em Messi porque aprecio o que ele fez este ano e antes. Messi disse que votaria em mim para a Bola de Ouro, seu ponto de vista mudou depois? Não sei. Não tenho queixas, ele tomou sua decisão e é isso. De qualquer forma, ganhei o prêmio, então foi mais fácil para mim aceitá-lo”, disse.
“Cheguei à conclusão de que o prêmio da Fifa é mais importante. Só os jornalistas votam na Bola de Ouro, não há uma verificação clara. Em vez disso, os profissionais do futebol e a imprensa votam na Bola de Ouro ou os capitães e treinadores de cada seleção podem avaliar nossas atuações de forma mais realista e objetiva, pois sabem quanto cada jogo, cada recorde, cada lesão nos custa”, concluiu o camisa 9.
O caso, claro, seguiu dando o que falar e Messi também quis marcar sua posição. “Cada um diz o que quer. Sinceramente, não concordo com ele, mas também não dei maior importância. Falei aquilo na época porque era o que eu sentia, porque achei que no ano anterior ele tinha sido o melhor, mas no ano em quem ganhei, não era. Ele que tome isso como quiser”, disse Messi, em maio, ao canal TyC Sports.
Em campo, Messi e Lewa se enfrentaram poucas vezes, com vantagem para o polonês: duas vitórias e uma derrota, com dois gols para cada, sempre em duelos entre Barcelona e Bayern de Munique pela Liga dos Campeões. No mais recordado deles, a equipe alemã atropelou o Barcelona por 8 a 2 nas quartas de final da Liga dos Campeões. O duelo no Catar, portanto, será o primeiro entre eles por seleções. Por serem capitães, eles terão obrigatoriamente que apertar as mãos diante das câmeras. Haverá trégua ou mais animosidade?