Dois meses em revista: as capas de PLACAR na Copa da Espanha
As edições do Mundial de 1982, do Guia ao triste desfecho no Sarriá, ajudam a contar o cotidiano do futebol em torno de uma equipe fadada a vencer
Em 1982, o mundo vivia sem internet. A revista americana Time escolheu o computador pessoal, o PC, de personal computer, na expressão em inglês, como “a máquina do ano” — em vez de “a pessoa” do ano. Sem redes sociais nem a velocidade de informação dos dias de hoje, era preciso ter um pouco de paciência para ler as notícias da Copa do Mundo reveladas por PLACAR.
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A revista era semanal. E a cada sete dias, sempre às segundas-feiras, os oito enviados para a Copa na Espanha traziam as revelações que ninguém tinha: o diário de Sócrates, entrevistas, fotografias tiradas dentro da concentração por Toninho Cerezo etc. PLACAR servia, portanto, como “segunda tela” para a maciça e empolgante cobertura feita pela TV Globo e pela narração de Luciano do Valle. Acompanhar as nove edições dedicadas ao Mundial é como uma tradução dos humores de quase sessenta dias de montanha-russa, de euforia e melancolia, riso e pranto.
Começou com o tradicional Guia, em maio; esquentou com o registro final da equipe na Fifa, passou pelas severas críticas ao trabalho de Telê Santana (“Telê sob marcação cerrada”) e então alcançou a Copa, em Sevilha, e, depois, em Barcelona. Houve a alegria redentora do primeiro jogo contra a União Soviética, a euforia contra a Escócia e a Nova Zelândia. Por força do calendário, como os dois jogos da segunda fase de grupos aconteceram numa mesma semana, com apenas três dias de intervalo, a vitória por 3 a 1 sobre a Argentina de Maradona e Kempes não apareceu na capa. Ficou escondida por trás de uma das mais tristes chamadas da história de PLACAR, depois da Itália dirigida por Enzo Bearzot: “Que pena, Brasil”. E foi assim que contamos a aventura de 1982.
Matéria publicada na edição de junho de 2022 de PLACAR