A 150 dias da Copa, Brasil e Argentina ganham força como favoritos
Invictos nas Eliminatórias Sul-americanas, rivais chegarão fortes ao Catar a fim de quebrar a hegemonia europeia das últimas quatro edições
Quem chega como favorito para a Copa do Mundo do Catar? A cerca de cinco meses — exatos 150 dias —, para o início da competição em 21 de novembro, cresce a expectativa em torno dos candidatos. O retrospecto recente favorece aos europeus, pois desde 2006 apenas seleções do Velho Continente ergueram a taça (Itália, Espanha, Alemanha e França). Neste momento, no entanto, Brasil e Argentina surgem como fortes pretendentes ao título, enquanto as equipes da Europa vêm em baixa.
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As seleções brasileira e argentina, líder e vice-líder das Eliminatórias Sul-americanas, respectivamente, se aproximam do fim do ciclo do Mundial com marcas positivas e elencos sólidos. O time dirigido por Tite fez a melhor campanha, com 45 pontos (14 vitórias e três empates), 40 marcados e apenas cinco sofridos. Também invicta, a Argentina foi a 39, com 11 triunfos, seis igualdades, 27 gols-pró e oito contra. Resta ainda um duelo adiado, justamente o superclássico adiado pela Anvisa, que foi reagendado para 22 de setembro, na Neo Química Arena, em São Paulo.
Recentemente, em junho, a seleção brasileira venceu os amistosos contra Coreia do Sul e Japão, enquanto a Argentina, atual campeã da Copa América, bateu a Itália com facilidade, por 3 a 0, pela Finalíssima, quando alcançou uma sequência de 33 jogos sem derrota. A sequência positiva refletiu no ranking da Fifa, que tem o Brasil como líder e a Argentina em terceiro, com a Bélgica entre eles.
Brasil e Argentina sempre impõem respeito e, em boa fase, vem sendo exaltados também pelos concorrentes. Recentemente, o técnico da Espanha, Luis Enrique, elegeu as potências sul-americanas como grandes favoritas.“Vejo a Argentina acima dos demais. E o Brasil também. Muito, mas muito acima dos demais”, disse Luis Enrique, em entrevista coletiva após uma partida da Nations League.
O craque da Copa de 2010, o uruguaio Diego Forlán foi além e disse, em entrevista à ESPN Desportes, que vê o Brasil como o grande candidato. “A Argentina vem muito bem, está em um momento espetacular. É uma seleção que tem o melhor do mundo [Lionel Messi] e tem muitas chances”, disse, e completou “Mas a verdade é que a seleção brasileira não tem apenas uma equipe espetacular, não só os onze titulares são de altíssimo nível, mas os substitutos também”, afirmou o ex-atacante com passagens por Independiente e Inter de Porto Alegre.
“Imagine, ter Richarlison, Neymar, Casemiro, e de repente pode fazer substituições com Fabinho, Coutinho, Vinícius Júnior… Quando você vai a uma competição como é a Copa com um plantel que te respalda, essa seleção acabará vencendo as demais”, finalizou Forlan.
As casas de apostas acompanham este movimento. Segundo dados da Betfair, o Brasil aparece como favorito ao título, com 16,7% de chances de conquista, seguido pela França (15,4%) e Inglaterra (13,3%). Argentina e Espanha aparecem empatadas a seguir, com 11,1% de chances de título.
A pedido de PLACAR, os especialistas da Betfair também calcularam a probabilidade de haver uma semifinal entre Brasil e Argentina: 9,1%. Isso aconteceria caso ambas avancem em primeiro em seus grupos e vençam todas no mata-mata. Já as chances o clássico sul-americano decidir o Mundial é menor, de 2,4%.
A Argentina está no Grupo C da Copa do Mundo, com Arábia Saudita, México e Polônia. Já o Brasil compõe o Grupo G, com Camarões, Sérvia e Suíça. Antes disso, as equipes se enfrentarão em setembro, na remarcação da partida das Eliminatórias adiada em São Paulo, em polêmica com a Anvisa.
‘Maldição de Mbappé’
Os afagos a brasileiros e argentinos coincidiram com um mau momento das principais favoritas europeias, especialmente da atual campeã França, que não venceu um jogo sequer dos quatro que disputou na última data Fifa. Curiosamente, a queda de rendimento de Les Bleus ocorreu logo depois de sua estrela Kylian Mbappé dar uma declaração polêmica ao apontar os europeus como favoritos ao título no Catar.
“Existem várias equipes europeias fortes. A vantagem que nós temos aqui é que sempre jogamos partidas de alto nível. Temos a Nations League, por exemplo. Quando a gente chega na Copa do Mundo estamos prontos. Brasil e Argentina não têm esse nível. Na América do Sul, o futebol não está tão avançado quanto na Europa. Por isso, nas últimas Copas, se você olhar, são sempre os europeus que vencem”, cravou Mbappé em entrevista a TNT Sports.
A declaração foi rebatida por Lionel Messi, colega de Mbappé no PSG, e ídolo argentino. “Muitas vezes falamos sobre isso na Espanha. Quando voltávamos de uma Eliminatória, dizíamos a eles: ‘vocês não sabem como seria difícil para vocês se classificarem para a Copa do Mundo se tivessem que ir jogar lá’. Colômbia, a altitude, o calor, a Venezuela… Todos eles têm uma condição diferente que torna tudo muito mais difícil e, fora isso, são grandes equipes, com grandes jogadores. O futebol está cada dia mais equilibrado, seja qual for o adversário”, disse Messi à emisssora TyC Sports.