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São Paulo perde, mas pode ter mostrado ‘mapa da mina’ contra o Flamengo

Time de Rogério Ceni dominou boa parte do confronto no Morumbi concentrando seus ataques pela esquerda e aproveitando características do rival

O resultado foi desastroso – uma derrota por 3 a 1 em casa, que obriga o São Paulo a conquistar uma pouco provável vitória por dois gols de diferença sobre o Flamengo no Maracanã para continuar sonhando com a final da Copa do Brasil. Mas o modo como o time de Rogério Ceni gerou a maior parte de suas oportunidades no duelo da última quarta-feira, 24, pode ter mostrado o “mapa da mina” para ganhar de um Rubro-Negro que já alcança a marca de 13 jogos seguidos de invencibilidade.

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A grande arma ofensiva tricolor foi a “dobradinha” do lateral Reinaldo e do meia Patrick pela esquerda, que deixou o Flamengo em apuros. Foi por ali que nasceram as melhores chances, como a finalização de Patrick que explodiu no travessão e a cabeçada do mesmo jogador que foi salva de forma espetacular pelo goleiro Santos. No segundo tempo, Welington, que entrou depois, também começou a jogada do gol do São Paulo explorando o setor.

Por que o lado direito do Flamengo esteve tão vulnerável? A resposta passa pelo sistema usado por Dorival Júnior e pelas características dos jogadores. No 4-3-1-2 que o treinador implantou, não há pontas; ou seja, o lateral Rodinei não tem um jogador fixo à sua frente para protegê-lo no momento defensivo. Quem mais ajuda por ali é o meio-campista da direita, normalmente Everton Ribeiro, que tem menor potência física e poder de marcação se comparado a João Gomes e Thiago Maia, os outros nomes da linha de três do meio-campo.

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Contra jogadores fortes e agressivos como Reinaldo e Patrick, Everton Ribeiro não conseguiu dar o suporte necessário a Rodinei, que ficou sobrecarregado. O São Paulo direcionou a maior parte de seus ataques por aquele setor e levou vantagem na maioria das vezes. O domínio foi tanto que obrigou algumas vezes o volante Thiago Maia a se deslocar de sua posição central e fazer a cobertura no lado do campo.

A falta de qualidade para terminar as boas jogadas que criou foi o que impediu o São Paulo de sair com um resultado melhor do Morumbi. O Tricolor finalizou 26 vezes, cinco no alvo, contra apenas sete do Flamengo. Mas dos quatro chutes certos dos cariocas, três entraram. A única defesa de Jandrei foi a que gerou o rebote para o gol de Gabigol, o segundo do Fla na partida.

Ficou muito difícil para o São Paulo, ainda mais porque o Flamengo não deve repetir no Maracanã uma atuação tão ruim, mas talvez Ceni tenha escancarado o principal problema defensivo do time de Dorival. O futebol é um jogo de compensações, e quase sempre se ganha em algum aspecto para perder em outro. No de Everton Ribeiro, sua escalação nessa função dá à equipe um meio-campista extremamente técnico e criativo, que se mexe por todo o campo e dá fluidez com a bola, mas que não oferece tanto na proteção ao lateral e muitas vezes está fora de posição na hora de defender.

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Até aqui, na impressionante sequência de 11 vitórias e dois empates do Flamengo, o São Paulo foi o adversário que mais conseguiu deixar essa deficiência evidente. No fim, porém, o que decidiu o jogo foi a qualidade individual nas duas pontas do campo: Santos fez defesas cruciais, enquanto Everton Ribeiro, Arrascaeta e Everton Cebolinha deram as contribuições decisivas na frente que faltaram ao time paulista. O duelo da volta acontece em 14 de setembro, no Maracanã.

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