É dia de festa para Cruzeiro Esporte Clube. Neste 2 de janeiro de 2025, o clube mineiro completa 104 de história, animado com as recentes contratações de Dudu e Gabigol. A expectativa da torcida celeste é reencontrar o caminho dos títulos, como no mágico ano de 2003, em que a equipe guiada pelo meia Alex faturou a Tríplice Coroa, com as conquistas do Campeonato Mineiro, da Copa do Brasil, e do Brasileirão.

Alex foi o grande craque do país naquela temporada, tanto que recebeu o prêmio Bola de Ouro de PLACAR. Na edição de janeiro de 2004, o camisa 10 da Raposa detalhou cada um dos 46 jogos disputados pelo Cruzeiro na campanha do primeiro Brasileirão por pontos corridos da história (na época, a Série A tinha 24 times na elite).

O blog #TBT PLCAR, que todas as quintas-feiras recupera um tesouro de nossos arquivos, homenageia o aniversariante Cruzeiro com o texto na íntegra, abaixo:

Ele vale ouro

Pense nos gols mais bonitos do campeonato. Tente lembrar dos lançamentos perfeitos. E agora, sinceramente, responda se o Cruzeiro seria campeão sem ele. Entendeu agora por que Alex foi o melhor dos melhores?

Sérgio Xavier Filho

A Bola de Ouro está nas casas dos grandes mitos do futebol brasileiro. Zico tem duas na sala (74 e 82), Falcão guarda com carinho as suas (78 e 79), Cerezo ganhou outras duas (77 e 80), Careca levou uma (86). Também há o grupo de jogadores que brilharam em um único campeonato e mereceram o Ouro. É o caso de Marinho (Bangu, 85), Giovanni (Santos, 95) e Alex Mineiro (Atlético-PR, 2001). Quase todos participaram de disputas acirradas, ganharam no detalhe, no último jogo. E há um terceiro grupo de vencedores do principal troféu do futebol nacional. São aqueles que jogaram tanto em determinada edição do Brasileiro que ninguém ousou questionar o seu prêmio. Foi assim com Edmundo em 97, com Renato Gaúcho em 87 e… com Alex em 2003.

O meia do Cruzeiro sobrou na temporada inteira. Desde os primeiros jogos, ele já se destacava como maestro do time. Organizava o setor, fazia as assistências para os gols de Deivid e Aristizábal e, nos minutos vagos, fazia suas diabruras e gols. O holandês Cruyff costuma dizer que jogava 85 minutos para o time e cinco para ele próprio. Alex deu a impressão de jogar como operário padrão e como craque, e isso tudo ao mesmo tempo.

Foram 23 gols e 16 assistências. Os números, aliás, não expressam toda a verdade. A assistência é uma estatística importada do basquete que significa o passe que resultou em gol. Só que nem sempre é o último passe que abre clareiras no ataque adversário. Alex também foi o rei do penúltimo toque, e esse não entra nos seus números pessoais. Quem puxar pela memória lembrará de vários lançamentos brilhantes para os laterais Maurinho e Leandro, que resultaram em cruzamentos para os gols de Deivid, Mota e Atistizábal.