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Santos já teve seis técnicos após Sampaoli e gasta milhões com sucessores

Desde o adeus do argentino, clube tentou Jesualdo, Cuca, Holan, Diniz, Fábio Carille e Bustos; Peixe chegou a pagar nove ex-técnicos no último ano

Fabián Bustos têm muito mais em comum do que pensa com os seus antecessores no cargo no Santos. Demitido pelo clube no início da tarde desta quinta-feira, 7, o treinador argentino deu sequência a uma tônica que parece perseguir o clube desde a saída do compatriota Jorge Sampaoli, em dezembro de 2019.

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Em dois anos e meio sem Sampaoli, venerado por torcedores mesmo sem a conquista de um título, o Santos virou uma máquina de moer treinadores: Jesualdo Ferreira, em 2020, Ariel Holan e Fernando Diniz, em 2021, além de Fábio Carille e Bustos, em 2022, sucumbiram a baixos aproveitamentos e o fim precoce de seus trabalhos.

A única exceção atende por Cuca, vice-campeão da Libertadores em janeiro de 2021. A saída do treinador foi a menos traumática, já que deixou a equipe classificada para a pré-Libertadores, mas não teve o contrato renovado pelo atual presidente Andres Rueda, recém-eleito na ocasião.

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A gestão de Rueda, por sinal, virou uma vidraça de críticas. Holan, o primeiro contratado, durou pouco mais de dois meses e apenas 12 jogos no cargo. Ele assinou sob promessa de um trabalho longevo, com 36 meses de duração, mas encerrou o ciclo bem antes disso.

 

Argentino Ariel Holan assinou com o Santos até dezembro de 2023 -
Holan ficou apenas 12 jogos no Santos –

O dirigente disse que ainda tentou impedir o rompimento precoce, mas Holan se mostrou irredutível – principalmente após protestos de torcedores próximos a sua residência na cidade. Reclamou internamente da perda de jogadores como Soteldo e a impossibilidade de contratar reforços.

No mesmo ano, o Santos ainda apostou em Diniz, atualmente em alta no Fluminense. O técnico foi o mais longevo – 31 jogos -, mas também sucumbiu de forma parecida e com pouco mais de três meses.

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Nem mesmo Carille, que salvou o Santos de um histórico rebaixamento no Campeonato Brasileiro, evitou uma demissão. Ele caiu com quatro meses de trabalho, ainda no começo da nova temporada. Ficou apenas 27 partidas.

Chegou ao fim a passagem de Carille pela Vila Belmiro -
Carille sucumbiu mesmo salvando equipe do rebaixamento –

Chegou a vez de Fabián Bustos, que durou quatro meses e meio. Técnico elogiado pelo bom trabalho no Barcelona de Guayaquil-EQU, parecia o nome a se firmar após salvar a equipe de rebaixamento no Paulista e um bom início no Brasileiro.

Sucumbiu, porém, com eliminação na Sul-Americana, uma vitória conquistada nos últimos 13 jogos disputados e uma provável desclassificação na Copa do Brasil já que a equipe foi goleada por 4 a 0 para o rival Corinthians no primeiro jogo. Durou 30 partidas a frente da equipe.

Antes deles, o português Jesualdo Ferreira foi outra vítima. Comparado constantemente ao antecessor Sampaoli, demonstrava incômodo com as associações ao trabalho do argentino.

Ainda sob a gestão de José Carlos Peres, caiu com apenas 15 partidas e dias depois de retomar o trabalho, após longa paralisação pela pandemia da Covid-19. A dívida de oito milhões de reais com o treinador só terminou de ser paga em abril.

Jesualdo Ferreira comandou treino na véspera na própria Vila Belmiro
Jesualdo não resistiu a pressão no clube –

Em dezembro do último ano, em reunião no Conselho Deliberativo, Rueda abriu o fluxo de caixa e mostrou detalhes de acordos feitos com outros treinadores. Em 2021, foram 12,9 milhões de reais gastos apenas para  pagar Dorival Júnior, Enderson Moreira, Jesualdo Ferreira, Oswaldo de Oliveira, Levir Culpi, Jorge Sampaoli, Ariel Holan, Fernando Diniz e Cuca.

Enderson, por exemplo, dirigiu o Santos em 2015, enquanto Oswaldo esteve no clube em 2014. Pelo primeiro, o clube fechou um acordo judicial de 2,6 milhões de reais. Para o segundo, outro acordo: de 2,2 milhões de reais. O desquite com Sampaoli mesmo custou 5,2 milhões de reais, com 4,7 milhões parcelados em 26 vezes.

A saída de Bustos arrastou também o desligamento de outros profissionais: o executivo Edu Dracena, os auxiliares Lucas Ochandorena e Carlos Caicedo, o preparador físico Marcos Conenna, o gerente de futebol Guilherme Lipi e o assessor do gerente Arnaldo Hase.

O cenário é ainda mais assustador pelos números. Atualmente com 44,2% de aproveitamento na temporada – 12 vitórias, 17 empates e 11 derrotas -, o Peixe tem a pior média de pontos conquistados no século, segundo levantamento do jornalista Rodolfo Rodrigues.

No último ano, 44,3%. Em 2020, 49,5%. Em 2008, ano que o time também quase caiu no Brasileiro, o aproveitamento foi de 47,3%.

O time, ao menos por enquanto, será comandado pelo auxiliar Marcelo Fernandes, ex-zagueiro e campeão paulista como treinador em 2015. Pressionado, o clube sabe que não poderá mais errar na escolha do novo comandante diante da pressão e a sombra de um rebaixamento.

Confira o aproveitamento dos últimos técnicos do clube:

Fabián Bustos
30 jogos: nove vitórias, 13 empates e oito derrotas, 44% de aproveitamento.

Fábio Carille
27 jogos: nove vitórias, 10 empates e oito derrotas, 46% de aproveitamento

Fernando Diniz
31 jogos: 11 vitórias, oito empates e 12 derrotas, 44% de aproveitamento

Ariel Holan
12 jogos: quatro vitórias, três empates e cinco derrotas, 42% de aproveitamento

Cuca
44 jogos: 18 vitórias, 14 empates e 12 derrotas, 51% de aproveitamento

Jesualdo Ferreira
15 jogos: seis vitórias, quatro empates e cinco derrotas, 48% de aproveitamento

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