Jorginho se junta a Cuca e Mano em críticas a Abel Ferreira: ‘Desrespeito’
Técnico do Atlético-GO desabafou contra as recentes falas do treinador do Palmeiras e demonstrou incômodo por ter sido chamado de xenófobo
O técnico Jorginho, do Atlético Goianiense, se juntou a nomes como Cuca e Mano Menezes, comandantes de Atlético Mineiro e Internacional, respectivamente, e desabafou contra as recentes falas de Abel Ferreira, treinador do Palmeiras. Em entrevista à ESPN, ele fez ampla defesa a Cuca, citando “falta de respeito” do português ao se referir ao amigo de profissão, e demonstrou incômodo por ter sido acusado de xenofobia nas redes sociais.
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“Eu vi a entrevista do Cuca e vi a entrevista do Abel. Respeito muito o Abel, porque ele tem sido um cara vitorioso aqui. Ele não ganhou nada antes, mas ganhou aqui. Só que ele ganhou com o Palmeiras, que é um grande time, um grande elenco. Só que ele não pode sugerir o que ele fez para mim, por exemplo. Ele sugeriu para mim: ‘O time deles é muito bom ofensivamente, mas defensivamente deixa a desejar’. P…, isso ele está querendo me sacanear. Eu falei dele, mas do comportamento. Fale do meu comportamento, brigue comigo. Agora, falar da minha equipe, do meu time, do que eu teria que fazer? É o que ele fez com o Cuca”, desabafou.
“O Cuca não fez nada além de expor uma situação que é uma realidade em termos de comportamento de uma equipe que perde um ou dois jogadores, ela se fecha muito mais. E o Palmeiras é uma equipe reativa. É real. E de uma frase que o Cuca fez, eles trouxeram basicamente uma doutrina. Cara, não é. O Cuca sabe o quanto é difícil jogar contra uma equipe que tem nove jogadores, porque ela vai se fechar, vai ficar num 4-4-1, ou talvez num 5-4-1, que é difícil de entrar. E ela não vai se expor, só vai se expor com um ou dois jogadores de velocidade. Foi isso que ele colocou”, completou.
No último domingo, 14, depois da vitória por 1 a 0 do Galo sobre o Coritiba, em confronto pela 22ª rodada do Brasileirão, Cuca respondeu a um questionamento dizendo que “quando se ganha, tudo é perfeito” e destacou, por exemplo, que o lema pregado por Abel Ferreira “cabeça fria, coração quente” quase sucumbiu durante a semana, pela Libertadores, após o Verdão ter dois jogadores expulsos diante de sua equipe. O clube paulista conseguiu empatar por 0 a 0 nos 90 minutos e avançou nos pênaltis.
“Quando está vencendo tudo que faz é perfeito, é maravilhoso. Se você sai no vestiário e escuta música na hora dos pênaltis e ganha vira moda. E se perdesse? Quando você cai seis vezes no mesmo canto e ganha, pô é legal. Você lembra o Muralha, que caiu no mesmo canto e perdeu [na decisão da Copa do Brasil pelo Flamengo em 2017]? O que aconteceu?, disse.
A fala que gerou incômodo de Abel ocorreu quando o treinador português elogiou Cuca, dizendo ser um “treinador experiente, com muitos títulos”, mas que não conseguiu perceber as adaptações táticas que realizou para segurar o resultado. O técnico atleticano justificou que o adversário se fechou defensivamente, chamando o Palmeiras de “um time reativo”, enquanto a sua equipe é “proativa, que propõe o jogo”.
“O Abel é muito bom treinador e ponto final. Não está em discussão a questão da capacidade dele. O que está em discussão, principalmente nessa situação, é que ele não descobriu o futebol. Nós não estamos na época que portugueses estão vindo para cá e descobrindo o futebol, esquece! O que aconteceu com o Jorge Jesus foi extraordinário, o que está acontecendo, mas é porque tem um elenco como o Flamengo e como o Palmeiras. Eu quero ver ele fazer o que está fazendo ao vir aqui no Atlético-GO. Vem aqui e vai ser campeão brasileiro”, argumentou novamente Jorginho, negando em seguida avaliações preconceituosas por se tratar de um companheiro de profissão estrangeiro.
“Eu estou abrindo meu coração e não quero briga com ninguém. É uma sacanagem o cara chegar e querer falar que ele enxergou mais do que o Cuca. Isso é uma falta de respeito para mim. Eu já fui chamado de xenófobo. Olha só a que ponto nós chegamos. Quando as pessoas vencem, as pessoas esquecem. Se um treinador brasileiro fosse para dentro do vestiário escutar música na hora do pênalti, ele seria chamado de covarde. Mas por ter ganhado, nada acontece, está tudo certo”, acrescentou, que também disse que Cuca é o provável futuro sucessor de Tite na seleção.
Jorginho e Cuca não foram os únicos. Após a vitória diante do Fluminense, no fim de semana, Mano Menezes ironizou chamando de “aula” a fala de Abel sobre como superou o Galo: “vocês ouviram uma aula aí na semana passada, que tem que botar gente dentro do bloco e não pode só jogar fora do bloco, então vamos trabalhar isso. É necessário. Isso causa estabilidade maior para uma equipe construir. E você tem que saber fazer isso sem dar contra-ataque, sem perder a bola. Tem que fazer melhor e precisa um pouco mais”, disse.
Eliminado da Copa do Brasil, Abel e Cuca não terão jogos durante a semana, enquanto Jorginho comandará o Dragão nesta quarta-feira, 17, às 21h30 (de Brasília), em partida decisiva pelo confronto de volta quartas de final da Copa do Brasil.
Apesar da 19ª colocação no Brasileirão, dois pontos abaixo do primeiro fora do Z-4, o treinador vem embalado por quatro partidas de invencibilidade. No período, empatou contra o Botafogo e venceu o Nacional-URU, duas vezes, e o Red Bull Bragantino. Além disso, está nas semifinais da Sul-Americana.
Para avançar, pode empatar ou até perder por um gol de diferença. Em caso de vitória corintiana por dois gols, a vaga será decidida nos pênaltis.
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