Cruzeiro estuda oferta por estádio em Betim e pode deixar o Mineirão
Prefeito do município oficializou proposta para construção de uma arena multiuso para 45.000 torcedores com apoio de investidores; veja os detalhes
BELO HORIZONTE – O Cruzeiro recebeu proposta para a construção de um estádio e, consequentemente, deixar Mineirão. A oferta foi divulgada oficialmente pelo prefeito de Betim, Vittorio Medioli (sem partido), município localizado na região metropolitana de Belo Horizonte, durante coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira, 15, com transmissão pelas redes sociais.
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O projeto consiste em uma parceria público-privada (PPP), com apoio de um grupo multinacional, que prevê uma arena multiuso com capacidade para 45.000 torcedores para jogos e mais de 50.000 para shows. O custo inicial avaliado é de 450 milhões de reais, sem gastos cruzeirenses.
O negócio pode ser lucrativo para o clube, que além de não pagar aluguel para mandar jogos, receberia 150 milhões de reais na venda de propriedades comerciais, como cadeiras e camarotes. Também há pré-acordo entre as partes para o repasse ao Cruzeiro de 80% da renda líquida arrecadada nas partidas.
“O Cruzeiro está avaliando. Haverá reunião nos próximos dias para discutirmos. Se o Cruzeiro aceitar, muito bom. Se não aceitar, será feito de qualquer forma”, explicou Medioli.
O político ítalo-brasileiro ainda explicou as questões e logística do estádio: “amadurecemos a ideia e hoje tem em especial um grupo multinacional que vê a viabilidade do projeto. A prefeitura tem um terreno de 100 mil metros quadrados, com espaço para a construção de um estádio”.
Medioli afirmou que não existem impedimentos ambientais para iniciar a obra e o tempo de construção tem previsão de 24 meses. O município não vai gastar verba para o empreendimento, de acordo com o político.
Mas e o Mineirão?
Caso a ideia da nova casa cruzeirense avance, o Mineirão pode ser “abandonado”. Tendo em vista que o América-MG joga no Independência e o Galo inaugurará a MRV Arena em março de 2023, um estádio próprio para o Cruzeiro faria o Gigante da Pampulha correr riscos de se transformar em um elefante-branco.
Infeliz com os altos custos operacionais do Mineirão, gerido pela empresa Minas Arena até 2037, Ronaldo Fenômeno quer termos melhores para mandar os jogos do clube. Dono de 90% das ações da SAF do clube, o ex-atacante, inclusive, já mencionou publicamente insatisfação sobre o assunto e tem encontro marcado com o governador estadual Romeu Zema (Novo) na tarde desta quarta, em Belo Horizonte.
Inaugurado em 1965, o Mineirão foi por mais de meia década a casa do futebol de Minas Gerais. Remodelado para receber partidas da Copa do Mundo de 2014, pode receber 61.927 torcedores. Na próxima quinta-feira, 16, no Gigante da Pampulha, o Cruzeiro enfrenta a Ponte Preta com expectativa de estádio lotado: 57.000 ingressos foram vendidos até o início desta semana.