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Advogado diz que vítima reconheceu Cuca como estuprador

Ao portal 'Uol', Willi Egloff desmentiu versão do treinador do Corinthians e disse que seu sêmen foi usado como prova em condenação

A condenação do técnico Cuca, do Corinthians, por um caso ocorrido em Berna, na Suíça, em 1987, ganhou uma nova versão nesta terça-feira, 25. O advogado suíço Willi Egloff, que representou a vítima, uma jovem de 13 anos na ocasião, concedeu entrevista ao portal Uol e afirmou que a menina reconheceu Cuca como um de seus estupradores e que o sêmen do treinador foi utilizado como prova. Segundo ele, o treinador foi condenado por ter mantido atos sexuais com uma criança, de acordo com o Código Penal Suíço.

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As declarações de Egloff ao repórter Adriano Wilkson contrariam a versão de Cuca, que em sua apresentação no Corinthians disse jamais ter tido contato com a jovem e que não teria sido reconhecido por ela. “A declaração de Alexi Stival [Cuca] é falsa. A garota o reconheceu como um dos estupradores. Ele foi condenado por relações sexuais com uma menor”, afirmou o advogado.

O caso ocorreu durante uma excursão do Grêmio à Europa, há 36 anos. O então jovem atacante e mais três colegas, Eduardo, Fernando e Henrique, foram detidos em Berna, acusados de terem abusado de uma adolescente de 13 anos, na concentração do clube gaúcho. Um mês e meio depois, o quarteto acabaria liberado para retornar ao Brasil; dois anos depois; o grupo recebeu penas diferentes – a de Cuca foi de 15 meses de detenção -, mas jamais cumpriu a pena, que prescreveu, pois o Brasil não extradita seus cidadãos.

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Ao Uol, o advogado formado na Universidade de Zurique em 1974 confirmou uma informação dada pelo jornal local Der Bund em 1989, segundo a qual o sêmen de Cuca foi encontrado na jovem. “É correto que o sêmen de Alexi Stival foi encontrado no corpo da garota. O exame foi realizado pelo Instituto de Medicina Legal da Universidade de Berna.”

Egloff confirmou ainda que a jovem tentou suicídio depois do ocorrido. “Esta informação está correta. No entanto, eu não me lembro com certeza se isso aconteceu imediatamente após o evento ou mais tarde.”

Em sua apresentação, Cuca negou o crime e disse que estava apenas presente no quarto quando a garota foi cercada por seus colegas. “Eu tinha 23 anos, íamos jogar uma partida, subiu uma menina pro quarto, um quarto duplo, destes em L. Essa foi minha participação neste caso, eu sou totalmente inocente, eu não fiz nada”, disse Cuca.

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“O quarto era um L, eu não sei o que aconteceu. Minha parte é essa. O mais importante não é a palavra da mulher? Ela nunca disse que eu estava lá”, prosseguiu Cuca. “Não vou ficar em casa me escondendo, não sou culpado de nada. Meu erro foi não ir a julgamento, eu nem sabia, acho que soube depois de um ano que teve um julgamento”, completou o profissional, cuja contratação vem sendo alvo de protestos no Parque São Jorge.

Não é possível confirmar nenhuma das versões, pois o caso segue em segredo de Justiça para proteger a privacidade da vítima.

Outro lado 

Durante a noite de terça-feira, os advogados Ana Beatriz Saguas e Daniel Leon Bialski, que representam o treinador, divulgaram uma nota na qual dizem que o técnico “refuta as acusações” e “não deverá tolerar afrontas e ofensas”, mas que seguirá concentrado no trabalho. O texto revela ainda que Cuca contratou representantes na Suíça para cuidar do caso.

Confira, na íntegra, a nota abaixo:

“O treinador Cuca esclarece que está totalmente concentrado e empenhando toda a sua energia para o jogo decisivo que o time enfrentará amanhã e, diante das notícias veiculadas nos últimos dias a seu respeito, comunica que a partir desta nota, ele se manifestará e será representado exclusivamente por meio de seus advogados que contam com representantes na Suíça.

Desta forma, refuta as acusações que lhe são atribuídas, que remontam há mais de trinta anos e que foram investigadas e apuradas na ocasião.

O treinador segue desempenhando seu trabalho com lisura e honradez há décadas e, por essa razão, não deverá tolerar afrontas e ofensas contra sua idoneidade, caráter e integridade.”

 

 

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