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Scaloni evita críticas, mas expõe temor com novas brigas em final

Técnico argentino afirmou concordar com citações de Bielsa sobre gramados e pediu por calma para evitar mais episódios de violência

Por Klaus Richmond e Leandro Quesada, de Miami (EUA) |
Scaloni busca o bicampeonato da Copa América - Juan Mabromata/AFP

Scaloni busca o bicampeonato da Copa América - Juan Mabromata/AFP

O técnico argentino Lionel Scaloni evitou direcionar novas críticas à Conmebol depois de Marcelo Bielsa, treinador do Uruguai, dizer que ele foi censurado pela entidade ao questionar a qualidade dos gramados da Copa América após a estreia da albiceleste na competição, no último dia 20 de junho, em Atlanta.

Em entrevista coletiva concedida neste sábado, 13, na véspera da final contra a Colômbia, Scaloni explicou ter evitado subir novamente o tom contra a organização não “soar como desculpa”, em caso de eliminação no torneio, mas que “concorda totalmente” com as falhas apontadas por Bielsa.

“Já deixei claro porque fomos os primeiros a jogar e ainda penso nisso. Na segunda entrevista coletiva eu disse que já havia falado tudo porque não tinha o que mais acrescentar. Os campos estavam sendo preparados desde dezembro, então no início da Copa América achei bom deixar esse assunto de lado porque não seria favorável para o meu time. Achamos que era melhor não falar sobre isso porque poderia soar como uma desculpa. Mas, é óbvio, concordo totalmente em relação [as críticas de Bielsa] aos campos”, disse.

Em seguida, demonstrou preocupação com possíveis novos episódios de violência na decisão da competição: “Também gostaria de falar algo sobre os incidentes após a partida entre Uruguai e Colômbia, principalmente para que isso não aconteça novamente amanhã. Tivemos uma situação semelhante no Maracanã, onde tivemos as famílias [dos jogadores envolvidas] nos tumultos, e é um tanto desesperador. Temos que olhar para isso, especialmente porque pedimos aos jogadores que sejam um exemplo, mas acho que nenhum deles agiria de outra forma”, afirmou.

“A imagem no final da Colômbia e Uruguai foi muito triste e esperamos que não se repita amanhã. As imagens do outro dia parecem ser de há 50 anos e isso me preocupa com o que pode acontecer amanhã. Espero que esta mensagem seja bem recebida”, completou

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A citada briga envolvendo jogadores do Uruguai e torcedores colombianos ocorreu minutos após o apito final na última quarta-feira, 10, no Bank of America Stadium, em Charlotte.

Na ocasião, o atacante uruguaio Darwin Núnez, os zagueiros Ronald Araujo e José Giménez, além de alguns outros jogadores da seleção do Uruguai protagonizaram uma confusão generalizada ao correrem em direção a um dos setores estádio, acessando o local ocupado por seus familiares. Imediatamente, passaram a trocar socos com colombianos. Núñez chegou a pegar uma cadeira de ferro para atirar em direção a um dos torcedores, mas foi impedido.

Os atletas justificaram terem sido motivados a defender parentes, que estavam acompanhados de crianças e teriam sido alvo de uma “avalanche” promovida torcedores alcolizados.

O entrevero foi gerado ainda com a bola rolando. Antes mesmo do apito final do árbitro mexicano César Ramos, o zagueiro colombiano Yerri Mina e o atacante uruguaio Luis Suárez trocaram insultos. Mina riu de Suárez e cobriu a boca para respondê-lo.

Suárez e Mina discutem por conta de ‘cera’ colombiana no fim da partida – Tim Nwachukwu/Getty Images via AFP

Os uruguaios reclamavam com Ramos de atrasos no reinício da partida sempre que havia a marcação de uma falta ou a bola saía do campo de jogo. Após encerramento da partida, os jogadores dos dois países iniciaram uma confusão no meio-campo com trocas de empurrões e insultos. Suárez também discutiu rispidamente com Borja.

Na zona mista, El Pistolero reclamou da forma efusiva com que o atacante do River Plate celebrou o triunfo. “O que mais incomoda é a forma de festejar, não tinha nenhum sentido. Nós eliminamos o Brasil e ninguém passou comemorando na frente de nenhum jogador. Ao contrário, fomos cumprimentá-los, pois somos colegas, sabemos como é o sofrimento de uma derrota. Passar assim diante de um companheiro de profissão é feio, mas o homem lá em cima esta vendo tudo e tudo tem volta”, afirmou Suárez.

Suárez e Borja discutem após o término da partida – Chandan Khanna/AFP

Enquanto isso, um outro grupo liderado por Darwin Núñez e Ronald Araujo acessou as arquibancadas, acompanhados de outros jogadores, para brigar com torcedores colombianos, maioria em Charlotte.

Araujo provocou os rivais fazendo um gesto com as mãos e apontando para o sinal de duas estrelas de Copa do Mundo. Machucado, ele sequer foi relacionado para o jogo.

Zagueiro do Barcelona, Araujo provocou torcedores colombianos e também foi pivô da confusão – Juan Mabromata/AFP

Controlada a confusão, alguns torcedores colombianos e integrantes da delegação uruguaia feridos foram atendidos no gramado.

A finalíssima entre colombianos e argentinos acontece neste domingo, 14, às 21h (de Brasília), no Hard Rock Stadium, em Miami.

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