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PLACAR ouve gaúchos ilustres sobre primeiro Gre-Nal de Libertadores

De Tite a Luis Fernando Verissimo, qual é o sentimento daqueles que vivem o clássico entre Grêmio e Internacional de maneira mais intensa

Por Leandro Behs |

O técnico da seleção brasileira, que já defendeu os dois lados, e o escritor apaixonado por futebol opinam sobre o Gre-Nal das Américas

Se gaúchos e até não-gaúchos estão emocionalmente envolvidos com o primeiro Gre-Nal da Libertadores, que será disputado nesta quinta-feira 12, às 21h, na Arena do Grêmio, imagine, então, aqueles que disputaram o clássico. O atual técnico da seleção brasileira, Tite, esteve do “lado azul” e do “lado vermelho” da Força. Revolucionou a maneira de jogar do Grêmio nos idos de 2001, e ganhou a Copa do Brasil do Corinthians diante de um Morumbi lotado. Anos mais tarde, em 2008, fez o mesmo pelo Inter, e conquistou a inédita Copa Sul-Americana para o clube.

O treinador conhece como poucos a alma do clássico que divide os dois mundos. “Gre-Nal é um clássico cercado de uma mística muito forte. Talvez historicamente compreensível pelo Rio Grande do Sul, e pela sua história enquanto sociedade. Quando ele é por uma Libertadores, é cercado ainda mais por expectativa de competição. E espero que seja uma competição leal, que tenhamos um grande espetáculo, e que o melhor possa passar”, disse Tite com exclusividade a PLACAR.

O gaúcho Tite comandou o Grêmio de 2001 a 2003, e o Internacional de 2008 a 2009 Edison Vara/Placar

Fiel escudeiro do treinador da seleção, o seu auxiliar desde os tempos de dupla Gre-Nal, Cléber Xavier, participou de mais de 20 Gre-Nais na carreira. Entende que este clássico, de número 424, poderá ser o mais marcante da história recente entre os dois clubes. “Vi meu primeiro Gre-Nal na inauguração do Beira-Rio (1969). Eu tinha cinco anos, e me marcou muito. Olho para trás e lembro que até então tínhamos o Gre-Nal do Século como sendo o maior clássico. Um Gre-Nal das Américas pode superá-lo em importância, afinal, já disputamos o Gre-Nal por todos os torneios possíveis, mas nunca pela Libertadores, que é o sonho de todo o gaúcho. É uma rivalidade conhecida no mundo todo e que, agora, ganhará de fato repercussão universal. Só quero que seja um clássico com gols”, aponta Xavier.

Há a possibilidade de o clássico da Arena se tornar apenas o segundo de um total de 13 Gre-Nais ao longo do ano – o primeiro, pelo Estadual, foi vencido pelo Grêmio, no Beira-Rio, por 1 a 0. O escritor, e colorado, Luis Fernando Verissimo entende que os clássicos pela Libertadores serão um marco para a cidade. Mas teme o que chama de “vulgarização” do Gre-Nal. “Será algo histórico para a cidade. Espero que voltemos a vencer. Porém, em 2020 há a possibilidade de 13 Gre-Nais, inclusive um de matar do coração por uma fase eliminatória da Libertadores. Sou do tempo em que havia, no máximo, quatro clássicos ao ano. Espero que o Gre-Nal não caia na rotina”, diz Verissimo, sonhando com um clássico à moda antiga.

Pedro Ernesto Denardin, narrador da Rádio Gaúcha, corrobora Verissimo, e aposta em um jogo ainda mais decisivo em um futuro mata-mata da América: “É claro que será um jogo para a história. O Rio Grande do Sul vai parar. Mas, na prática, não será um Gre-Nal decisivo”.

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