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Neymar: crise em campo afeta as finanças do craque?

De acordo lista da ‘Forbes’, o atacante do PSG é o quinto atleta mais bem pago do planeta, mas fase atual liga alerta de patrocinadores

Por Luiz Felipe Castro |

O atacante Neymar do PSG reage após perder uma oportunidade de gol durante a final da Copa da França contra o Rennes

Um ano atrás, Neymar estava por toda parte. Em reta final de recuperação, pouco antes do início da Copa do Mundo da Rússia, o jogador mais caro de todos os tempos era notícia diariamente – em diversas editorias – e estrelava incontáveis comerciais (assim como o técnico Tite). De acordo com lista da revista americana Forbes, em 2018 Neymar teve o quarto maior salário entre os esportistas, com um vencimento mensal de cerca de 24 milhões de reais. No quesito publicidade, teve resultado mais modesto: foi o 17º entre os ídolos com maiores ganhos com patrocínio. Em 2019, as marcas seguem apostando alto no capitão da seleção brasileira, mas a má fase do craque, dentro e fora de campo, já deixa o alerta ligado. O desempenho na Copa América deve ser decisivo.

Neymar é o quinto atleta mais bem pago do mundo segundo a Forbes, levando em conta o período entre junho de 2017 e junho de 2018: ele recebeu 90 milhões de dólares (equivalente a 356 milhões de reais), entre salários e patrocínios, ficando atrás apenas do boxeador Floyd Mayweather, de Lionel Messi e Cristiano Ronaldo e do lutador de MMA Conor McGregor. No top 100, aparecem atletas de 11 diferentes esportes  – o basquete lidera, com 40 representantes, seguida pelo futebol americano (18), beisebol (14), futebol (nove), golfe (cinco), boxe e tênis (quatro) e automobilismo (três). Os americanos dominam a lista com 65 atletas – o Brasil tem, além do capitão da seleção, apenas o meia Oscar Emboaba, do Shanghai Sipg, da China.

Confira a lista completa da ‘Forbes’

Levando em conta apenas salários, Neymar foi ainda melhor: só ficou atrás de Mayweather e McGregor (que receberam fortunas em uma badalada luta entre ambos) e de Lionel Messi, que renovou contrato com o Barcelona. No entanto, na lista de patrocinadores, Neymar recebeu “apenas” 17 milhões de dólares anuais (67 milhões de reais), cerca de um quarto do líder Roger Federer, o queridinho do marketing, com 65 milhões de dólares (257 milhões de reais). LeBron James, o segundo da lista, recebeu 52 milhões de dólares, quase o triplo de Neymar.

Não é possível dizer, no entanto, que Neymar esteja de mal com os anunciantes: atualmente, o camisa 10 é patrocinado por mais de uma dezena de marcas, como Nike, Red Bull, Gagà Milano, Beats, Replay, Mastercard, TCL, EA Sports, QNB, Pilão, Nishikawa, DAZN e Gilette. Nos últimos anos, o jogador investiu no mercado asiático, especialmente na China, o que ajudou alçá-lo de 17º, em 2017, para 5º na última lista da Forbes. No Brasil, mesmo com o filme queimado por questões de (mau) comportamento, segue estrelando campanhas na TV de duas marcas – e novas virão, garante seu estafe.


‘Potencial de marketing extraordinário’

José Carlos Brunoro, consultor de marketing com forte ligação esportiva – teve passagem marcante como executivo do Palmeiras, além de cargos em voleibol, Fórmula 1 e basquete – , acredita que o fator mais importante para um bom garoto-propaganda do esporte é justamente o seu desempenho profissional. “A melhor propaganda é o que o sujeito desempenha em campo. O Neymar, que começou a carreira muito bem, vem de uma sequência de lesões, além de uma troca para um clube menos competitivo, o que o prejudicou nesse sentido”, explica.

“O segundo fator é o comportamental, tanto humano quanto midiático. Hoje as empresas dão certo valor a questões como a forma de se vestir, o corte de cabelo, a namorada… O ideal é que o atleta consiga unir tudo isso. Nesse aspecto, creio que o Cristiano Ronaldo seja o melhor exemplo, por ser um excelente jogador, bonito, com bom comportamento. O Messi já foca mais sua imagem no futebol e menos na mídia. O Neymar poderia ter tudo isso, mas está mais na fase midiática ultimamente.”

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Neymar estrelou no ano passado uma das campanhas publicitárias mais controversas de sua carreira: um “mea-culpa”promovido pela Gilette, no qual o jogador rebateu as críticas sofridas na Copa da Rússia – o que apenas amplificou as contestações. “Eu acho que a teoria do ‘fale bem ou fale mal, mas fale de mim’ não pode existir para um atleta. Achei essa campanha um pouco forçada, as declarações deveriam ter sido feitas espontaneamente e não comercialmente. Ele certamente teve seu nome mais falado, mas não positivamente. E creio que o prejuízo seja maior para ele do que para as marcas”, explica Brunoro.

A sequência do ano pode ser decisiva para o jogador mais talentoso do país graças, especialmente, a um compromisso: a Copa América em casa, na qual nem sequer tem presença garantida. Cobrado depois da agressão de seu capitão a um torcedor na França, o técnico Tite disse que só se manifestará sobre o assunto no dia da convocação, em 17 de maio, quando já tiver conversado com Neymar. No ano passado, o treinador justificou a ausência de Douglas Costa em um amistoso por causa de uma cusparada do jogador da Juventus em um adversário. A tendência, no entanto, é que a indisciplina de Neymar, a estrela da companhia, não receba castigo tão severo.

Confirmada sua presença no torneio, que acontece de 14 de junho a 7 de julho no Brasil, Neymar deve seguir sendo, apesar de tudo, o queridinho da publicidade. “Confiar em sua recuperação técnica me parece uma boa aposta, até porque sua queda foi mais baseada nas lesões. Bem fisicamente, ele tem um potencial de marketing extraordinário. Em termos pessoais, creio que passe uma imagem boa. Ele só precisaria ter um maior equilíbrio social. Ele obviamente tem o direito de ter sua vida social, frequentar festas, mas precisa cuidar de sua exposição”, completa Brunoro.

Compare os salários em realidade aumentada

Com seus 24 milhões de reais por mês, Neymar ganha seis vezes o salário de outro astro internacional do esporte, o jogador de futebol americano Tom Brady, do New England Patriots, que recebe – segundo a Forbes e convertendo pra a moeda brasileira – em torno de 4 milhões de reais. Outro ídolo dos EUA, o jogador de basquete LeBron James recebe cerca de 10,9 milhões de reais mensais.

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VEJA QUANTO GANHAM NEYMAR, LEBRON E TOM BRADY EM REALIDADE AUMENTADA

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