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Juiz determina multa de R$ 100.000 se CBF realizar eleição para vice

Pleito que escolheria o sucessor de José Maria Marin estava marcado para esta quarta-feira, mas foi suspenso pela 2ª Vara Cível do Rio

Por Da Redação |
Delfim de Pádua Peixoto Filho

Delfim de Pádua Peixoto Filho

O juiz Mario Cunha Olinto Filho, da 2ª Vara Cível do Rio, estabeleceu nesta segunda-feira uma multa de 100.000 reais à CBF caso a entidade descumpra a sua decisão judicial de suspender a eleição para um dos cargos de vice-presidente, marcada para esta quarta-feira. A medida, complementar à liminar concedida na sexta-feira, é para evitar que a CBF realize a eleição “de qualquer maneira”. Procurada, a CBF não quis se pronunciar.

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Na última sexta-feira, a 2ª Vara Cível do Rio acatou pedido de Delfim de Pádua Peixoto Filho, presidente da Federação Catarinense de Futebol e vice-presidente mais velho da CBF, de suspender a eleição. A decisão, em caráter liminar, foi assinada por Olinto Filho após ele considerar que “há indícios de irregularidades” no processo.

Ao mesmo tempo em que a decisão veio a público, a CBF postou nota oficial em seu site confirmando a realização do pleito. Mais tarde, a entidade divulgou novo comunicado em que dizia ter sido informada da decisão judicial e que apresentaria “o cabível recurso, certa que o melhor direito prevalecerá ao final”.

Nesta segunda-feira, o juiz designado para o caso ampliou sua decisão. “Em complementação à decisão já proferida, e sem prejuízo da ineficácia dos atos derivados de eventual prosseguimento da eleição, tendo-se em vista a notícia de que a ré pretende realizá-la de qualquer maneira, gerando insegurança jurídica e desrespeito à ordem já emanada, fixo multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) no caso de descumprimento, tomando-se como tal: 1) a realização da eleição; 2) a execução de qualquer ato derivado da mesma”, determinou o magistrado.

Manobra – Marco Del Nero pediu licença da presidência da CBF na semana passada, após ser acusado pelo FBI de corrupção. Hoje o presidente interino da entidade é o deputado federal Marcus Vicente (PP-ES), que só assumiu o cargo porque Del Nero pediu licença e, assim, pôde indicar um dos vices que o substituiria. Em caso de renúncia, no entanto, o estatuto determina que o vice mais velho assuma a presidência – no caso, Delfim de Pádua Peixoto Filho, principal opositor de Del Nero. Por isso, Del Nero e Marcus Vicente se organizaram no último dia 4 para tentar diminuir o poder de Delfim Peixoto na entidade.

O presidente interino convocou as eleições para o cargo de vice-presidente, para o lugar de José Maria Marin – que teria renunciado a uma das quatro vagas de vice por estar suspenso e cumprindo pena de prisão domiciliar, acusado de corrupção, em sua residência, em Nova York. No mesmo dia foi lançada a candidatura do coronel Antônio Nunes, presidente da Federação Paraense de Futebol, que tem 77 anos e passaria a ser o vice mais velho da entidade. O plano seria impedir que Delfim de Pádua, que tem 74, assuma o poder. A medida gerou a revolta de alguns dirigentes, sobretudo da região Nordeste, e, a pedido de Delfim de Pádua, a Justiça optou pelo adiamento.

O presidente da CBF Marco Polo Del Nero, durante coletiva de imprensa do Rio de Janeiro VEJA

(com Estadão Conteúdo)

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