Placar

Flamenguistas e vascaínos se unem contra o Fluminense

Fora do STJD, arquirrivais criticavam, juntos, o rebaixamento da Portuguesa no tapetão, que garante o Fluminense na primeira divisão no próximo Brasileirão

Por Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro |
Torcedores aguardam o julgamento no Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, no Rio de Janeiro

Torcedores aguardam o julgamento no Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, no Rio de Janeiro

Uma cena inusitada era vista no Centro do Rio de Janeiro nesta sexta-feira. Flamenguistas e vascaínos deixaram de lado a rivalidade histórica em nome de um objetivo em comum: implicar com torcedores do Fluminense, que comemoravam a permanência do clube na Série A do Campeonato Brasileiro. A decisão foi confirmada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) que julgou improcedente o recurso da Portuguesa – punida com a perda de quatro pontos pela escalação irregular de Héverton.

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“Arerê ê ê, o Conca vai jogar a Série B”, gritavam os adversários do tricolor carioca, em referência ao reforço contratado para o próximo ano. Cerca de 30 torcedores se uniram aos dois únicos da Portuguesa diante do prédio do STJD. O urbanista Júlio Caldeira, de 27 anos, estava atento à movimentação na sala onde ocorria o julgamento, graças a uma TV instalada do lado de fora. Mas ele tinha consciência de que seria difícil salvar o seu time. “Seria muito difícil virar, porque perdemos o primeiro jogo por 5 a 0”, conformou-se, citando o placar do julgamento em primeira instância.

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A poucos passos da torcida pró-Lusa, cerca de vinte torcedores tricolores revidavam as críticas com bom humor. “Faz parte. Se não tivesse implicância, não existiria futebol”, comentou o comerciante Miguel Antônio Pinerva, de 48 anos. Ele só se recusa a aceitar o termo “tapetão”. “É regra, quem escalou errado foram eles”, afirmou. Personagem tradicional da arquibancada fluminense, Maria de Lourdes Pereira da Silva, a Vovó do Galo, de 71 anos, reforçava o coro de “o campeão voltou”. Para ela, o resultado é justo. “Fluminense não é time de Série B. A gente tem futebol e tradição”, disse ela, acompanhada, como de costume, do galo Fred.

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Apesar da troca de provocações, o clima geral era de farra. Em nenhum momento os 150 policiais militares convocados para fazer a segurança do entorno do prédio precisaram intervir. Diferentemente do primeiro julgamento, no último dia 16, não houve sequer a necessidade de cordões para isolar os dois grupos. Quando o resultado final de 8 a 0 foi anunciado em favor do Fluminense, os tricolores voltaram a gritar e a se abraçar como se tivessem vencido o campeonato.

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