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Daniel Alves no São Paulo: os bastidores da festa no Morumbi

O novo camisa 10 do time foi recepcionado por mais de 40.000 torcedores e velhos ídolos tricolores no Morumbi. Até Messi desejou boa sorte

Por Alexandre Senechal |

Daniel Alves é apresentado para a torcida são-paulina no Morumbi

O São Paulo preparou uma impactante festa para receber Daniel Alves. O novo dono da camisa 10 chegou com status de estrela e foi recebido na sala de coletiva do salão nobre do Morumbi, honraria dada apenas para as maiores contratações do clube – algo que Kaká vivenciou na sua volta ao Tricolor em 2014, mas que não vai acontecer com o lateral espanhol Juanfran, outro recém-contratado. O “sonho realizado”, como o próprio Daniel classificou, teve assinatura de contrato no mesmo dia, homenagens de antigos companheiros e ídolos do São Paulo, ovação de mais de 40.000 torcedores no estádio, recados no telão de craques como Luis Suárez e Lionel Messi, além da revelação do desejo de estar em campo já no sábado, contra o Santos – algo que não deve se concretizar.

Os torcedores que pagaram 5 reais (ou mais, pois havia cambistas no entorno) para entrar no Morumbi podiam ser ouvidos da sala de coletiva, enquanto aguardavam a entrada triunfal do craque no gramado. A entrevista estava marcada para as 19h30, mas acabou atrasando por um motivo importante: Daniel Alves só assinou o contrato minutos antes. Se em 2008, ao chegar ao Barcelona, o jogador apareceu de camiseta e chinelos, na mega celebração preparada pelo clube do coração, ele preferiu a elegância do terno e gravata. “Sonhei muito com este momento”, revelou, arrancando suspiros orgulhosos dos dirigentes presentes.

 

Raí brincou na coletiva que a maior participação dele na negociação foi o gol marcado contra o Barcelona na final do Mundial de Clubes de 1992, um dos motivos que fizeram o então menino de Juazeiro (BA) se tornar torcedor tricolor. Modéstia do agora diretor executivo de futebol. Na verdade, o antigo dono da camisa 10 do São Paulo mantém contato há meses e foi convencendo o lateral aos poucos. As ações sociais que o clube faz com jovens, algo que Dani Alves leva em consideração pela infância difícil, ajudaram. “Disse que ele poderia fazer isso junto com a gente se viesse para o clube”, relevou Raí.

A presença de outro ídolo são-paulino também foi fundamental. Diego Lugano, campeão mundial pelo clube em 2005 e atual diretor de relações institucionais, teve várias conversas com Daniel nas últimas semanas e literalmente o incomodou até que o vínculo pelos próximos três anos e meio fosse firmado. “O Lugano foi chato pra caramba, mas contribuiu muito para que eu chegasse aqui”, brincou. A chegada de Juanfran também se deve muito ao papel de Lugano nos bastidores.

Daniel Alves foi político ao se colocar a disposição do técnico Cuca já para o clássico do próximo sábado, contra o Santos, pelo Campeonato Brasileiro, também no Morumbi. “Estava enchendo o saco do Raí e do presidente. Quero sentir esse jogo do sábado. Pedi alguns minutos. Vamos falar com os responsáveis”, afirmou o jogador na coletiva. Contudo, um membro do staff do lateral-direito confirmou a VEJA que ele ainda não tem condições de jogo e só vai entrar em campo se a vontade falar mais alto que o condicionamento. Daniel Alves disputou a última temporada europeia pelo PSG e logo na sequência se apresentou para a seleção brasileira que iria disputar a Copa América, antes de entrar de férias. Por isso, precisa de alguns dias de readaptação.

O jogador só vestiu a camisa 10 do São Paulo na frente dos torcedores no gramado do Morumbi. Coube a Kaká entregar o uniforme ao novo jogador do clube. Outros ídolos também compareceram, como Hernanes, jogador do atual elenco, e o atacante Luís Fabiano. A torcida gritou o nome e cantou músicas para os três e também prestou homenagens a outras lendas do time, como Rogério Ceni e o técnico Telê Santana. Um momento bonito de reverência à própria história de um clube em busca de uma retomada. O São Paulo não conquista um título desde a Copa Sul-Americana de 2012 e agora aposta em Daniel, o maior vencedor de troféus da história, com 40.

Pelo telão do estádio, ele recebeu várias homenagens de colegas que o ajudaram a erguer tantas taças. O zagueiro Miranda e o volante Casemiro, companheiros do lateral na seleção e ex-atletas da equipe, deram as boas-vindas ao novo contratado do São Paulo. Até mesmo Lionel Messi e Luís Suárez, amigos dos tempos de Barcelona, e a atacante Cristiane, que hoje defende a equipe tricolor feminina, também desejaram boa sorte.

Em uma festa celebração magnífica, um ponto deixou a desejar: o sistema de som do estádio. Pouco do que a estrela da festa disse pôde ser compreendido das arquibancadas. Mas não fez falta. No fim, Dani correu pelo campo em meio ao show de luzes, deu a volta na pista de atletismo, se ajoelhou e beijou o escudo do time. E o torcedor tricolor voltou para casa eufórico com a chegada de um novo ídolo.

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