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Alerta para Tite: Espanha cresce e é, sim, favorita na Copa do Mundo

Assim como Tite, técnico Lopetegui comandou reestruturação de sua seleção, mesclando experiencia e juventude. E com enorme qualidade com a bola

Por Luiz Felipe Castro |
Jogadores da Espanha posam para foto antes de amistoso contra a Argentina, em Madrid. Em pé: De Gea, Sergio Ramos, Marco Asensio, Gerard Pique, Siego Costa e Thiago. Agachados: Isco, Iniesta, Carvajal, Koke e Jordi Alba - 27/03/2018

Jogadores da Espanha posam para foto antes de amistoso contra a Argentina, em Madrid. Em pé: De Gea, Sergio Ramos, Marco Asensio, Gerard Pique, Siego Costa e Thiago. Agachados: Isco, Iniesta, Carvajal, Koke e Jordi Alba – 27/03/2018

Arriscar palpites no bolão da firma é um delicioso exercício de futurologia para qualquer apaixonado por futebol, sobretudo em Copas do Mundo. Quem trabalha no esporte e, principalmente, quem participará do torneio na Rússia, porém, deve realizar análises mais aprofundadas para evitar surpresas. E enquanto retorna de uma jornada de sucesso por Moscou e Berlim, Tite deve estar convocando seus competentes analistas de desempenho a se debruçarem sobre mais um time: a Espanha, maior sensação da última data-Fifa.

Tabela completa de jogos da Copa do Mundo 2018

Tite deu dezenas de declarações sobre os principais concorrentes ao troféu nos últimos meses. Nas primeiras, não considerou a Espanha no mesmo patamar de favoritismo de Brasil, Alemanha e França, e citou até Bélgica e Argentina como potenciais candidatos. Sobre a “Fúria”, fez alguns elogios de forma individualizada: disse que, se pudesse escolher atletas estrangeiros para ter em seu time, elegeria David Silva e Thiago Alcântara. Nas entrevistas mais recentes, provavelmente por ter tido mais tempo para analisar os adversários, o técnico gaúcho passou a incluir a Espanha entre os candidatos mais fortes. E também poderia destacar individualmente De Gea, Sérgio Ramos, Piqué, Busquets, Iniesta, Isco, Diego Costa…

Jornal catalão Sport destacou a favorita Espanha Sport/Reprodução

O desempenho espanhol no empate em 1 a 1 contra a Alemanha e na impiedosa goleada por 6 a 1 sobre a Argentina comprovou que os campeões mundiais de 2010 não devem ser menosprezados na Rússia. Até mesmo a imprensa de Barcelona, bem menos benevolente com a equipe que a de Madri, se rendeu ao bom futebol do time. “Messi já sabe quem é a favorita”, estampou o diário Sport, com a foto do craque do Barcelona desolado, nos camarotes, enquanto sua seleção era destroçada no estádio do Atlético de Madri.

A Espanha também tem seu “Tite”: Julen Lopetegui assumiu o cargo em 2016 com a missão de reestruturar o time após as eliminações precoces do time de Vicente Del Bosque no Mundial do Brasil (primeira fase) e na Euro-2016 (eliminada pela Itália nas oitavas de final). Pouco conhecido mundialmente, o treinador de 51 anos, com passagens pelas seleções espanholas de base, conseguiu recuperar a confiança e o ânimo das estrelas de Barcelona e Real Madrid e propôs uma mescla interessante com os mais jovens, como Marco Asensio e Saúl, e atletas maduros como Koke e Carvajal. Se aproveitando de um eficiente projeto de renovação e de uma filosofia de jogo muito definida: o fino trato da bola.

“Jogo apoiado”, “tiki-taka”, “jogo de posição”… Há várias formas de definir e esmiuçar a maneira de jogar da Espanha, sempre baseada na posse de bola. A saída de Xavi Hernández e Xabi Alonso, grandes expoentes desta filosofia, não alterou a essência do time, que ainda tem no veterano Andrés Iniesta, autor do gol do título mundial na África do Sul, seu grande líder. Se o meia de 33 anos, que teve atuação magnífica contra a Alemanha na semana passada, estiver bem fisicamente na Rússia, as chances do time crescem ainda mais. Os ótimos momentos de De Gea e Asensio também representam garantias, na defesa e no ataque.

Sangue brasileiro

Thiago Alcântara tem lugar assegurado Ian Walton/ Getty Images Sport/VEJA

Os amistosos desta data-Fifa foram positivos para três atletas brasileiros, naturalizados espanhóis: Thiago Alcântara, Diego Costa e Rodrigo Moreno. O primeiro, filho do ex-jogador Mazinho (nasceu na Itália, passou a infância no Rio e cresceu na Espanha) tem o posto assegurado e deve ser titular do meio-campo espanhol na Rússia.

O sergipano Diego Costa retomou a boa fase no Atlético de Madri, marcou um gol contra a Argentina e também deve estar na lista de 23. Mas terá a concorrência do carioca Rodrigo Moreno, filho do ex-jogador Adalberto, do Flamengo. O atacante do Valencia marcou um gol contra a Alemanha, e entrou na disputa, que tem ainda Morata, Iago Aspas, Nolito, Lucas Vásquez, entre outros.

A Espanha está no Grupo B da Copa do Mundo, ao lado de Portugal, Irã e Marrocos. Caso ambos avancem na primeira posição de suas chaves, Espanha e Brasil só poderiam se enfrentar na decisão do Mundial, em 15 de julho, no Estádio Luzhniki, em Moscou.

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