Muitas décadas antes de Romário, Ronaldo e Neymar, o Brasil já tinha um supercraque de fama internacional: Leônidas da Silva, cujo nascimento completa 100 anos nesta sexta-feira. O atacante carioca foi o segundo grande nome da história do futebol no país – depois de uma era marcada pelos gols de Arthur Friedenreich, foi Leônidas o principal astro da modalidade na primeira metade do século XX. Para muitos, nenhum outro atleta o superou antes do surgimento de Pelé. Uma reputação mais do que justificada: o “Diamante Negro” foi o primeiro brasileiro a conquistar a artilharia de uma Copa do Mundo, em 1938, marcando oito gols e ajudando a seleção a ficar em terceiro lugar no torneio. Quatro anos antes, no Mundial de 1934, anotou um gol no único jogo em que esteve em campo, contra a Espanha. No total, disputou 26 partidas oficiais pelo Brasil e marcou 25 gols – média extraordinária de quase um gol por jogo. Conhecido como “homem-borracha” na Europa, é apontado como o inventor da “bicicleta”, sua jogada mais famosa e um dos lances mais difíceis e espetaculares do repertório de um atleta (na Copa de 1938, poderia ter ampliado ainda mais sua artilharia caso a arbitragem não tivesse invalidado um gol de bicicleta por desconhecer a jogada e considerar o movimento ilegal). Nascido em São Cristóvão, torcedor do Fluminense na infância, Leônidas defendeu clubes como Peñarol, Botafogo, Vasco e Flamengo antes de se transferir para o São Paulo, então um clube modesto, e ajudar a transformá-lo numa equipe de primeiro escalão, conquistando cinco títulos estaduais. Leônidas também foi treinador, dirigente e comentarista – carreira que teve de abandonar durante os anos 1970 ao ser diagnosticado com Alzheimer. Leônidas da Silva morreu em São Paulo, em 2004.
Leônidas da Silva, 100 anos de um dos gigantes do futebol
Criador da ‘bicicleta’ foi primeiro brasileiro a se consagrar internacionalmente