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PLACAR escala: a seleção brasileira para a próxima Copa do Mundo

Após fiasco no Catar, desafiamos 50 profissionais de imprensa a montar a escalação ideal para 2026. E você, acredita que a sexta estrela virá com esses 11?

A edição de março de PLACAR, disponível em nossas plataformas digitais, em dispositivos iOS e também Android, além das bancas de todo país, repetiu a fórmula de uma ideia ousada, em 2021, quando pediu ajuda a um nobre colégio eleitoral formado por repórteres, editores, comentaristas, narradores e ex-jogadores para escalar a seleção brasileira de todos os tempos.

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Com a lista de cada um, os votos foram somados, independentemente da posição em que o atleta havia sido escalado. Taffarel; Carlos Alberto Torres, Aldair, Bellini e Nilton Santos; Falcão, Didi e Pelé; Garrincha, Ronaldo e Romário foram os onze eleitos, com Zagallo como técnico.

A votação causou barulho, circulou nas redes sociais, foi parar em outras publicações — deu o que falar, em tempo frenético de opiniões definitivas e certezas absolutas. Agora, o desafio é outro — talvez mais divertido e certamente mais difícil. Quem estará vestindo a camisa canarinho na estreia da seleção brasileira na Copa de 2026?

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O exercício de futurologia ganhou ares de adivinhação diante do impasse na definição do sucessor de Tite como técnico. Boa parte da imprensa (e da própria Confederação Brasileira de Futebol) gostaria de ver o italiano Carlo Ancelotti no cargo, mas, perguntado sobre essa possibilidade, ele desconversou e lembrou que ainda tem mais de um ano de contrato com o Real Madrid.

Até o fechamento da edição 1497 da revista, no fim de fevereiro, sabia se apenas que Ramon Menezes, treinador que conquistou em fevereiro o Sul-Americano Sub-20, dirigirá interinamente o time principal na primeira data da Fifa, em um amistoso contra o Marrocos, marcado para 25 de março, em Tanger.

Ramon Menezes convocou seleção brasileira -
Ramon Menezes convocou seleção para o amistoso em Tânger

Como resumiu Carlos Eduardo Mansur, em sua coluna no jornal O Globo logo após a eliminação para a Croácia, no Mundial disputado em dezembro no Catar, debruçado na foto de Neymar em prantos consolado por Daniel Alves e Thiago Silva, o “futebol brasileiro precisa ir ao divã após a eliminação na Copa”. Há um dilema: seguir com jogadores consagrados em seus clubes, mas que não brilharam com a camisa verde e amarela, ou jogar todas as fichas em caras novas, sem os traumas de duas eliminações seguidas nas quartas de final (sem falar “naquele” 7 a 1)? Como juntar os cacos e fazer com que esse “novo ciclo”, no chavão tão afeito ao ex-treinador Tite, tenha um
final bem mais feliz?

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Nunca é demais lembrar que, em pouco mais de cinco anos como técnico da amarelinha, Tite convocou 122 jogadores. Desses, 85 entraram em campo. Ou seja, é óbvio que muita água vai rolar daqui para a frente e craques vão surgir e ser esquecidos. Por isso, a escolha da seleção do futuro pode ser surpreendente para alguns, dado ainda estar razoavelmente ancorada no passado.

Dos onze mais votados para 2026, oito estiveram na Copa de 2022: o goleiro Ederson; os zagueiros Marquinhos e Militão; os meias Casemiro e Bruno Guimarães; e os atacantes Neymar, Vinicius Junior e Rodrygo. As três únicas novidades são o lateral-direito Emerson Royal, do Tottenham, o lateral-esquerdo Guilherme Arana, do Atlético-MG, e o jovem atacante Endrick, revelado pelo Palmeiras e vendido recentemente ao Real Madrid, clube ao qual vai se apresentar quando completar 18 anos, no distante julho de 2024.

Os números do colegiado
Os números do colegiado

Vale lembrar que Ederson, do Manchester City, Bruno Guimarães, do Newcastle, e Rodrygo, do Real, começaram no banco o jogo contra a Croácia, no Catar. Raphinha, que foi titular naquela tarde, não recebeu um só voto agora. Na outra ponta, não houve nenhuma unanimidade: Marquinhos e Vinicius Junior ficaram com 48 votos cada um.

O atacante merengue, brasileiro mais bem colocado na Bola de Ouro de 2022 (foi o oitavo lugar), ficou fora das escalações de dois jornalistas, Rodolfo Rodrigues e Claudio Henrique, colaboradores de PLACAR. O terceiro mais votado foi Bruno Guimarães, lembrado por quarenta eleitores.

Vinicius Junior e Neymar durante a partida contra a Sérvia -
Vinicius Junior e Neymar durante a partida na Copa

Menos surpreendente é a pulverização observada na lateral direita, posição em que estamos carentes há algum tempo, tanto que Tite optou por levar Daniel Alves ao Catar, mesmo sob uma avalanche de críticas — e terminou não o escalando quando ficou sem o titular, Danilo. Entre os cinquenta eleitores convocados a entrar na brincadeira da futura seleção, surgiram nove nomes para a maltratada posição.

Emerson Royal foi escolhido com 15 votos (o menor número entre os titulares), seguido de perto por Vanderson, com 11, e Militão, eleito com sobras como zagueiro, mas aparece escalado nove vezes na lateral. Os outros seis citados são Arthur, destaque do América- MG e da seleção sub-20; Vinicius Tobias, que nem sequer atuou pelo profissional do Real Madrid; Khellven, do Athletico-PR; Gilberto, do Benfica; João Moreira, do São Paulo; e Garcia, do Palmeiras.

Jogador sofreu tentativa de assalto na madrugada desta sexta-feira, 3, em Americana -
Royal: solução, de fato, para a lateral direita?

“A falta de um nome que sobressaia na lateral direita é clara e o Arthur foi um dos que mais me impressionaram”, afirma Mansur. “Olhar para o futuro, porém, é outra coisa, e saber quem vai chegar à Copa depende de muitas variáveis.”

O repórter Eric Faria concorda: “São apostas, não? Estamos palpitando sobre o que vai acontecer e imaginar jovens que possam, daqui a três anos e meio, estar bem para defender a seleção”.

O desejo de rejuvenescer o time fica transparente na presença de Endrick, um garoto de apenas 16 anos que fez sua estreia entre os profissionais do Palmeiras no fim do ano passado. No total, catorze atacantes aparecem nas listas — e ele está entre os três mais votados, à frente de Antony, Pedro, Martinelli, Gabriel Jesus e Richarlison, para ficar nos que estiveram no Catar.

Endrick jogará no Real Madrid a partir de julho de 2024 -
Endrick é a aposta de muitos para ocupar a camisa 9

Jesus, por exemplo, só recebeu um voto. “O Endrick é uma aposta sentimental”, diz Eric Faria. “O Brasil precisa de um camisa 9 protagonista novamente, um centroavante decisivo. E, como não temos no presente nenhum desses, fazemos essa aposta no escuro.”

Outro fato que pôs jovens talentos em evidência foi o título sul-americano da seleção sub-20. Artilheiro do torneio, Vitor Roque foi lembrado onze vezes, mas acabou de fora do time titular. Nunca chamados, nomes como Yuri Alberto, do Corinthians, Danilo, do Nottingham Forest, André, do Fluminense, e Joelinton, do Newcastle, foram outros citados como possibilidades para 2026.

“O Jesus e o Pedro são mais goleadores, mas acho que o Yuri, por ter mais mobilidade e ser voluntarioso e veloz, combina mais com o espírito de renovação”, defende Bruno Andrade.

Assim como há muitos nomes despontando, tanto no Brasil como os já vendidos para clubes do exterior, também há veteranos que prometem seguir sob os holofotes. Casemiro parece ter melhorado ainda mais o seu jogo (como se isso fosse possível) depois de trocar o Real pelo Manchester United.

Em 2026, quando o Mundial será disputado pela primeira vez em três países (Canadá, Estados Unidos e México), ele terá 34 anos. Exatamente a mesma idade do tão celebrado (e tantas vezes criticado) Neymar. O camisa 10, maior artilheiro da história da seleção, com 77 gols em jogos oficiais, ganhou 27 votos, pouco mais da metade do total, e a maior parte para atuar como meia, não mais como atacante.

NELSON ALMEIDA
Neymar lamenta eliminação da seleção no Catar

Em outubro de 2021, em entrevista à DAZN, o próprio jogador disse: “Eu encaro o Catar como minha última Copa porque não sei se terei mais condições, de cabeça, de aguentar mais futebol”.

Messi já tinha completado 35 anos quando levou a Argentina ao tricampeonato. Será a chance da consagração de Casemiro, Neymar e, quem sabe, outros craques que ainda não conseguiram brilhar de forma incontestável pelo Brasil? A ver. Por ora, cabe ficar com a seleção de PLACAR para daqui a três anos.

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