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Eliminação expõe elenco curto e pouco repertório do São Paulo

Tricolor de Luis Zubeldía demonstrou ineficiência ofensiva nos dois jogos contra o Atlético Mineiro pelas quartas da Copa do Brasil

Por Guilherme Azevedo |
Luiz Zubeldía, São Paulo - Rubens Chiri / São Paulo

Luiz Zubeldía, São Paulo - Rubens Chiri / São Paulo

O São Paulo está eliminado da Copa do Brasil. Após perder o primeiro jogo no Morumbis e não conseguir reverter a desvantagem no decisivo encontro na Arena MRV, o Tricolor, atual campeão, caiu diante do Atlético Mineiro ainda nas quartas final da competição.

O empate sem gols na partida de volta nesta quinta-feira, 12, teve o roteiro de um ataque nada inspirado. A apatia, consequentemente, expôs um elenco curto, o que está diretamente ligado à falta de repertório ofensivo do time treinado por Luis Zubeldía.

Em 180 minutos, o São Paulo até chegou a finalizar oito vezes. No entanto, em termos qualitativos, a equipe não empilhou chances claras de gols, mesmo com o grande percentual de posse de bola.

Onde estava a inspiração?

A tônica da criação tricolor foi muito parecida na ida e na volta. Passes curtos entre defensores, circulação da bola pelos volantes e tentativas de rotação entre o quarteto ofensivo.

Luciano, camisa 10, não brilhou na Copa do Brasil – Pedro Souza/Atlético

Nesse modelo, a equipe pouco entrou com perigo na área adversária. O problema foi ainda maior no confronto em terras mineiras, em que o Atlético, com a vantagem, fez uma partida ainda mais segura defensivamente.

Quanto a isso, o técnico reconheceu a dificuldade, mas não acredita que o Tricolor fez atuações ruins. Em coletiva de imprensa realizada após o jogo, o argentino defendeu que houve superioridade.

“Creio que fomos bem. A diferença esteve no gol de bola parada. Estivemos bem em muitos aspectos. Essa série onde duas equipes são parelhas se definem por ações pontuais. Nos dois jogos fomos protagonistas, impusemos nosso futebol. Deixamos tudo”, disse.

Alerta: setor ofensivo

Ao todo, na soma dos confrontos contra o Galo, o São Paulo trocou 840 passes. Entre esses, 434 saíram dos pés dos defensores escalados como titulares, segundo estatísticas do Sofascore.

O número, contudo, é apenas um dado que levanta alerta para a fase do ataque. Pelo ponto de vista tático, alguns dilemas que assombram o atual trabalho da comissão técnica seguem vivos.

Lucas e Luciano, dois dos grandes nomes do time, parecem cada vez mais incompatíveis. O principal choque se dá por características, considerando que ambos se encaixam em uma função de maior liberdade, jogando por dentro, por trás do centroavante.

Em paralelo, nenhum dos nomes passa por momento de auge técnico. Luciano esteve apagado no primeiro jogo, e Lucas acumulou erros em passes e dribles no segundo.

A busca por substitutos

Sem deixar de lado o desempenho abaixo recente, os desfalques precisam ser colocados sob holofotes para ajudar a explicar a eliminação. Apenas para o jogo desta quinta, Zubeldía precisou lidar com quatro desfalques.

A situação fica mais delicada por três das ausências serem Pablo Maia, Alisson e Ferreirinha. Os dois volantes, que retornam apenas em 2025, eram titulares absolutos no início da temporada, enquanto o ponta-esquerda se lesionou em grande momento.

Pablo Maia e Alisson, do São Paulo, se recuperam de cirurgias – Divulgação/São Paulo

Para o setor dos meio-campistas, a vaga de primeiro homem foi prontamente preenchida por Luiz Gustavo. Para o espaço de segundo volante, Damián Bobadilla é o atual titular, mas ainda não convenceu, o que mantém Igor Liziero (utilizado nesta quinta, 12) e Marcos Antônio na briga.

Ainda faltam peças?

Já na busca por uma alternativa a Ferreira, a história é outra. No atual elenco tricolor, montado sem gastos astronômicos, não há grande oferta de peças que atuem na esquerda com as mesmas características.

Logo, ao escolher Wellington Rato, o treinador assumiu a troca de um atleta de bom “um contra um” por uma peça de mais cadência. Outro fator a se pesar é a predileção do substituto por partir da direita – o que mexeu com toda a dinâmica ofensiva.

E até mesmo as criticadas posturas da comissão técnica casam com a falta de opção em algumas posições. Isso, pois, na ida, o auxiliar Maxi Cuberas realizou alterações apenas nos acréscimos do segundo tempo, enquanto na volta, com a obrigação de vencer, Zubeldía foi mexer apenas 75 minutos.

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