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Romário trocou Fla por Mundial no Vasco — e acabou brigando com Edmundo

Nesta semana, ex-atacantes reavivaram a velha rivalidade; em entrevista a PLACAR em 2000, o Baixinho demonstrou extremo otimismo com reencontro

Por Luiz Castro |
Edmundo e Romário, no Vasco, comemorando gol contra o Manchester United -

Edmundo e Romário, no Vasco, comemorando gol contra o Manchester United -

Dois dos personagens mais brilhantes e controversos do futebol brasileiro nas últimas décadas, Romário e Edmundo foram companheiros em diversas equipes, grandes amigos e depois desafetos. Nesta semana, o Animal reavivou a velha rivalidade, que viveu seu auge no início do ano 2000, quando o Baixinho deixou o Flamengo para vestir a camisa do rival Vasco, que disputaria o Mundial de Clubes em janeiro. À época, em entrevista a PLACAR, Romário demonstrou enorme otimismo com o reencontro e chegou a dizer que a revista daria uma chuteira de ouro para cada ao fim da temporada. Não foi bem assim.

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Em entrevista ao podcast ‘Inteligência Ltda’, Edmundo chamou Romário é “muito vaidoso e egocêntrico”. Num momento lá atrás, ele foi muito legal para mim. Só que chegando lá na frente, a gente passou a ser concorrente. De tudo, de mulher, de artilharia, de título, de vaga na seleção. A gente começou a ter conflitos. Se eu chego na praia, se ele não fala comigo, eu também não falo, prefiro estar com os meus (…) . Não gosto de falar mal do cara. Ele não mexe comigo, e eu também não mexo com ele”, disse.

As declarações não foram bem aceitas por Romário, hoje senador, que em suas redes sociais, aproveitando o clima de #TBT nesta quinta-feira 7, compartilhou o célebre vídeo em que é chamado de príncipe por Edmundo e rebate dizendo que o colega era o “bobo da corte”. “Já estou com 55 anos e, para mim, já tá tudo certo e resolvido há muito tempo, mas já que continua com essa babaquice, toma esse #TBT”, postou o ex-camisa 11.

A PLACAR de janeiro de 2000, no entanto, Romário demonstrava grande confiança de que a dupla levaria o Vasco à conquista do Mundial de Clubes em 2000, motivo que o fez aceitar a proposta do rival. Ele chegou a comparar o torneio realizado no Brasil ao maior título de sua carreira. “O Mundial de Clubes será tão importante quanto ganhar a Copa do Mundo, em 94. Essa é a Copa do Mundo dos clubes, um título inédito e quero ganhar. Ainda bem que vim para o Vasco. Tem gente tentando desvalorizar esse campeonato, mas não tem jeito”, disse.

Entrevista de Romário na edição de janeiro de 2000

 

 

Entrevista de Romário na edição de janeiro de 2000

Em relação a Edmundo, Romário adotou um raro tom de extrema diplomacia. Ele relembrou a primeira parceria frustrada, em 1995, no Flamengo, em que os “bad boys” formaram um badalado trio com Sávio. “Está tudo bem entre nós. Nossa parceria não deu certo no Flamengo porque aquele ano foi atípico, era o centenário do clube, e ele chegou logo depois da perda do Estadual para o Fluminense. Em qualquer outra situação, um ataque comigo, Edmundo e Sávio ganharia um monte de títulos.”

Veio, então, a infeliz previsão. “Não quero ser Mae Dinah ou Jair de Ogum mas teremos grandes momentos juntos no Vasco. E ano que vem a PLACAR terá que dar uma Chuteira de Ouro para mim e outra para o Edmundo”, profetizou. Os dois até foram bem no Mundial, protagonizando inclusive uma espetacular vitória por 3 a 1 sobre o Manchester United no Maracanã, com dois de Romário e um golaço de Edmundo.

A derrota na final para o Corinthians, nos pênaltis, com Edmundo falhando a cobrança decisiva, porém, iniciou uma rixa sem fim. No podcast desta semana, o Animal contou que o acordo entre ele e Eurico era que Romário jogaria apenas o Mundial, mas, no fim, o Baixinho ficou no clube e ainda com a faixa de capitão e a condição de batedor de pênaltis.

Edmundo, então, seria emprestado ao Santos e Romário seria a estrela do Vasco campeão da Mercosul e da Copa João Havelange, o Brasileirão daquele ano. Seria também o Bola de Ouro e Chuteira de Ouro (ao menos esta parte da profecia se concretizou) da PLACAR com incríveis 72 bolas nas redes no ano. A dupla ainda se reencontraria no Fluminense em 2002 e, desde então, vivem numa relação de amor e ódio.

Romário e Edmundo, no Fluminense, em jogo contra o Madureira, em 2002 –

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