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Há 40 anos, Mauricio de Souza revelou times do coração da Turma da Mônica

Instigado por leitor de PLACAR em 1984, cartunista vestiu Cascão, Cebolinha, Chico Bento e cia com as camisas dos clubes pelos quais torcem

Por Da redação |

Mônica e Cascão, da Turma da Mônica - PLACAR

Nascer em um país que tem o futebol como paixão nacional implica diversos costumes. Entre eles, torcer para um time é dos mais tradicionais entre os brasileiros, seja por influência familiar, geográfica ou qualquer outro motivo adquirido durante a vida.

A Turma da Mônica, ícone da cultura nacional, não escapou do tema. Instigado pela fértil imaginação do leitor Daniel Alves do Santos, que à época tinha apenas nove anos, o cartunista Mauricio de Souza resolveu tabelar com PLACAR e vestir seus principais personagens com camisas de times.

Em fevereiro de 1984, pela primeira vez, o criador dos gibis vestiu Mônica com a camisa do São Paulo, Cascão com a do Corinthians, Cebolinha com a do Palmeiras, Pelézinho com a do Santos… e Chico Bento com do São Bento de Sorocaba!

O blog #TBT, que todas as quintas-feiras recupera um tesouro de nossos arquivos, reproduz este texto na íntegra. Confira abaixo a reportagem de José Maria dos Santos e João Carlos Rodriguez com as explicações de Maurício de Souza:

Mônica é são-paulina. E Cascão é corintiano.

Através de PLACAR, o desenhista Maurício de Souza resolveu vestir os personagens da turminha da Mônica com a camisa dos times que mandam nos seus pequenos corações

Por José Maria dos Santos e João Carlos Rodriguez

Leitor assíduo das aventuras Mônica e sua turma, o menino paulista Daniel Alves dos Santos, o Dani, nove anos, cultivava uma dúvida crucial dentro da sua cabecinha infantil: para que time deveriam torcer os mais populares personagens brasileiros de histórias em quadrinhos? Tratava-se de uma questão importante. Afinal, se todos eles nasceram e vivem no Brasil – e não em algum país imaginário – só poderiam estar contaminados pela paixão do futebol.

Daniel resolveu o problema recorrendo à imaginação e decidiu que, pela sua agressividade e vigor, Mônica não passaria de uma legítima corintiana. Já seus amigos Cebolinha e Cascão, demonstrando outras afinidades além de concatenar planos contra o coelho de Mônica, seriam palmeirenses dos bons. É possível que as milhares de crianças e adolescentes (e mesmo os adultos) que consomem os 70 milhões de exemplares anuais produzidos por Maurício de Souza estejam entregues a exercícios semelhantes.

Na semana passada, porém, a turminha começou a vestir suas camisas. E, segundo revelaram os traços de Maurício – que atendendo a uma sugestão de PLACAR concordou em oficializar os times de seus travessos personagens – a avaliação de Daniel passou ao largo da realidade. A primeira a entrar em campo foi exatamente Mônica, mas com as cores são-paulinas. É uma escolha que não trará surpresa a quem conhece o desenhista com alguma intimidade. Não se pode esquecer que ele se inspirou na própria filha – Mônica,
hoje com 22 anos – para criar a menina dentuça, estabelecendo com ela profundo vínculo pessoal. Era natural, portanto, que a levasse a aderir ao time para o qual ele torce desde os tempos de infância passados em Mogi das Cruzes, no interior paulista.

Quanto a Cebolinha – inspirado num amigo de meninice de Maurício e o único palpite correto do garoto Daniel tomou-se palmeirense devido as circunstâncias. “Sempre o desenhei com a camisa verde, surgindo daí a identificação. Quando percebi, ele estava gritando: ‘Pla flente, Palmeilas’, explica o desenhista.

Evidentemente, o esperto Pelezinho não poderia envergar outra camisa que não fosse a do Santos. E o simpático e ingênuo Chico Bento deveria, forçosamente, torcer para alguma equipe que representasse com fidelidade o bom interior caipira. Mauricio não teve dúvidas em lhe entregar a camisa azul e branca do São Bento, da cidade paulista de Sorocaba que conserva vivas muitas tradições que remontam à sua origem, como ponto de encontro de tropeiros no século XVIII.

Mas, entre os personagens principais de Maurício, ainda restava um torcedor à procura de um time: o engraçado e inteligente Cascão. O lápis do desenhista riscou traços rápidos e determinados que cobriram o seu dorso magro com a camisa do Corinthians. Provocação? “Nada disso”
rebate Mauricio, 48 anos. “Coloquei-o no
Corinthians por ser o mais cerebral do grupo.” De acordo com este raciocínio, a opção se justifica: sob o comando de Sócrates dentro do campo e com a democracia corintiana, fora dele, o alvinegro tem mostrado que sabe usar a cabeça.

E, animado com esta experiência, Maurício de Souza promete: “Futuramente outros personagens ganharão suas camisas e protagonizarão muitas aventuras”.

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